15 anos de Gran Turismo: conheça tudo sobre a série

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Por mais que jogos de corrida sejam tão antigos quanto os próprios video games — a ideia de pisar fundo no acelerador está presente desde os primeiros consoles, quando era o cenário que passava ao lado de seu carro —, são poucas as franquias que conseguem se estabelecer como um ícone do gênero por tanto tempo. Trazer algo novo ou criar um padrão é algo que toda empresa sonha para sua série, mas que somente uma ou outra consegue alcançar.

E Gran Turismo faz parte dessa exceção. O jogo se transformou um ícone de sua geração ao quebrar com tudo aquilo que vinha sido feito até então, apresentando uma nova forma de jogar e, principalmente, uma maneira diferenciada do jogador encarar seu hobby. Em uma época em que a imagem dos games como algo descompromissado era muito mais forte do que hoje, a Polyphony Digital mostrou que diversão também é coisa séria.

Hoje, 15 anos depois da chegada do primeiro game da série aos Estados Unidos, Gran Turismo já se estabeleceu como uma das principais séries da Sony e um dos líderes de venda em qualquer PlayStation.

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Diante de tudo isso, é praticamente impossível permanecer passivo a tudo aquilo que Gran Turismo representa. Seja você um apaixonado por carros, fanático por realismo ou um simples gamer em busca de ótimos jogos, os títulos da Polyphony Digital merecem sua atenção ou seu respeito por tudo aquilo que eles conquistaram e se tornaram.

E para celebrar os 15 anos de pistas de mudanças — e o anúncio de Gran Turismo 6 —, nada melhor do que olhar pelo retrovisor e relembrar um pouco da história deixada no asfalto ao longo desta uma década e meia.

The Real Driving SimulatorMais do que correr, dirigir
Quando o primeiro Gran Turismo chegou ao PlayStation, em 1998, muita gente ficou sem saber o que esperar daquele título. A promessa de ser um simulador realista de direção era, ao mesmo tempo, tentadora e preocupante.

A ideia de jogos que tentam recriar uma experiência real não era inédita, mas ainda permanecia presa apenas aos PCs. Nos consoles, ainda reinava a já comentada noção de jogos por diversão, como algo descompromissado. Por conta disso, os games de corrida eram totalmente voltados para o arcade. Need for Speed, Daytona, Ridge Racer e muitos outros ainda seguiam a lógica de “pegar o controle e correr”.

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A principal aposta da Polyphony Digital foi com o realismo, algo feito em diferentes níveis. À primeira vista, foi a grande quantidade de veículos licenciados que chamou a atenção. Outros jogos até tentavam trazer um ou outro modelo existente para as pistas digitais, mas era a primeira vez que tínhamos tantas opções. A exemplo de comparação, Need for Speed II tinha somente nove carros reais, enquanto Gran Turismo trazia mais de 140.

Isso representou muito mais do que trazer um modelo conhecido para os video games. Fazendo jus ao título escolhido, o verdadeiro diferencial da série foi ter recriado a experiência de direção de cada um dos veículos disponíveis, fazendo com que os controles passassem ao jogador a sensação de dirigir diferentes tipos de automóveis. A forma como você acelera em um Fusca não é a mesma que a em um Camaro — e foi exatamente isso que Gran Turismo procurou destacar.

As particularidades serviram também para incentivar as pessoas a mergulharem fundo nas possibilidades que o game oferecia. Com a adição de um inédito sistema de licenças — uma espécie de carteira de habilitação que testa suas habilidades ao mesmo tempo em que ensina alguns truques —, era preciso se dedicar para evoluir e ganhar acesso a novas corridas e a carros melhores.

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Além da centena de modelos disponíveis e da experiência realista, a Polyphony Digital trouxe outro elemento que, até então, era muito pouco explorado e que virou regra a partir daquele ponto: a personalização. Pela primeira vez em um jogo de corrida, era possível ir além da pintura e do visual de seu carro, mexendo também em seu motor, suspensão e em outros componentes.

Isso fez com que o simulador tivesse um pequeno flerte com os RPGs, principalmente quando comprar um carro mais potente deixou de ser sinônimo de sucesso. Era preciso conhecer o funcionamento do veículo para saber qual o melhor motor a ser usado ou qual pneu era o ideal para determinado tipo de pista. E tudo isso estava diretamente relacionado à própria economia do game, que incentivava o jogador a disputar diversos campeonatos na tentativa de conseguir dinheiro para melhorar seus possantes.

Com as novas dimensões que esses recursos trouxeram à jogabilidade, foi apenas uma questão de tempo para que o game, pensado inicialmente como um simples lançamento de nicho, se transformasse em um fenômeno. O total controle de seu carro — e a possibilidade de senti-las, por menores que fossem — oferecido pelo sistema de tuning empolgou muita gente e fez com que praticamente todos os jogos que vieram em seguida adotassem essa mecânica. E por mais que dezenas de outros títulos tenham adaptado o formato, o cuidado e o realismo oferecido por Gran Turismo continuam sendo referência até hoje.

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E a maior prova disso foi o apelo alcançado pela franquia. Além dos jogadores, a Polyphony Digital conseguiu também chamar a atenção de amantes de carros que não tinham tanta familiaridade com video games. A ideia de controlar, mexer e sentir centenas de veículos atraiu um público diferente daquele com que as empresas estavam acostumadas a trabalhar.

Gran Turismo foi um dos primeiros títulos a mostrar que jogo também é coisa séria.

A física será sua herança

Mas não foi somente a temática e a mecânica da série que contribuíram com esse amadurecimento. Outro fator que atraiu muita gente para o game foi a jogabilidade bastante peculiar. Como a ideia era recriar uma experiência extremamente realista, a Polyphony Digital trouxe toda a física envolvida na direção de um veículo e a transportou diretamente para os video games.

E como toda novidade, isso, dividiu opiniões. Teve quem não gostou, principalmente por considerá-la pesada, lenta e pouco divertida. Também pudera, visto que a fórmula descompromissada dos arcades vinha sendo repetida há gerações. O estranhamento era natural — e outros recursos, como o sistema de licenças e de evolução apenas ajudavam a reforçá-la.


Por outro lado, a física extremamente realista deixou o jogo muito mais atraente. Ao contrário dos antigos Ridge Racer e Need for Speed, Gran Turismo exigia que você levasse vários fatores em consideração antes de pôr seu carro na pista. O atrito dos pneus com o asfalto, a aceleração na curva e a potência do motor são apenas alguns dos elementos que influenciam o resultado de uma corrida.

E os fãs da série levam isso tão a sério que muitos optam por dirigir usando controles especiais em forma de volante — alguns chegam a ter seus próprios cockpits — para poder aproveitar o máximo dessa experiência.

O curioso dessa física extremamente realista é que ela não foi desenvolvida pensando na série. A principal característica de Gran Turismo apareceu primeiramente em outro título da Polyphony Digital. Foi em Motor Toon Gran Prix que os primeiros esboços dessa física apareceram — mesmo quando ninguém pensava sobre isso —, tanto que o próprio estúdio afirmou que o jogo de 1996 serviu como uma base de teste para aquilo que iria revolucionar o mercado.

Acelerando sem parar15 anos de tradiçãoQuando a Sony lançou o primeiro Gran Turismo, todos acreditavam que aquele seria um game de nicho. Como dito, ele possui vários recursos que, a princípio, iriam agradar apenas entusiastas e loucos por carros e não o público geral, que ainda estava acostumado com a liberdade de outros títulos. No entanto, todos sabemos que as coisas não foram bem assim.


Ao longo desses 15 anos, a série já vendeu mais de 70 milhões de unidades, o que faz dela uma das mais populares e lucrativas franquias da Sony — sendo que, desse valor, 10 milhões correspondem a Gran Turismo 5, que já é considerado o exclusivo mais vendido do PS3.

O apelo da marca é tão grande que praticamente todos os consoles da família PlayStation já receberam algum título, com exceção do Vita. São eles:

  • Gran Turismo (PSOne)
  • Gran Turismo 2 (PSOne)
  • Gran Turismo 3: A-Spec (PS2)
  • Gran Turismo 4 (PS2)
  • Gran Turismo (PSP)
  • Gran Turismo 5: Prologue (PS3)
  • Gran Turismo 5 (PS3)

Mas não é só nos consoles que Gran Turismo é um monstro de vendas. Como o objetivo da série sempre foi trazer modelos reais para as pistas digitais, estar presente no jogo passou a ser uma questão de prestígio para muitas montadoras — a ponto de muitas usarem o game como plataforma de divulgação de seus modelos.

Como o site IGN aponta, empresas como Mitsubishi e Subaru tinham vários carros exclusivos do mercado japonês que passaram a ser vendidos internacionalmente por conta da visibilidade oferecida pelo game. Por conta disso, fabricantes passaram a se dedicar cada vez mais para apresentar veículos exclusivos e, em alguns casos, a desenvolver protótipos que aparecerão primeiro nos consoles.

E o novo Gran Turismo 6?O que sabemos sobre a aguardada sequência?Depois de muitos rumores e promessas, Gran Turismo 6 foi finalmente anunciado. No entanto, o que realmente sabemos sobre ele?

A primeira informação é que ele sai no final deste ano e ainda no PlayStation 3. A Polyphony já afirmou que cogita a possibilidade de levar o jogo para o PS4, mas que, a princípio, a atual geração é o foco. De acordo com o presidente da Sony Computer Entertainment Europe, Jim Ryan, a ideia é fazer com que a popularidade da série ajude a estender o tempo de vida da plataforma, mesmo com o lançamento de seu sucessor.

Além disso, foi confirmado que teremos mais de 1.200 carros disponíveis — isso sem contar aqueles que serão adicionados via DLC —, indo desde automóveis clássicos às mais avançadas máquinas de corrida — todas eles com diversas partes customizáveis, para a alegria dos entusiastas do automobilismo. Também garantiram que, pela primeira vez na série, poderemos criar nossos próprios veículos.


Entre os modelos inéditos apresentados pela produtora durante o anúncio desta quarta-feira, temos:

  • Alfa Romeo TZ3 Stradale ’11,
  • Alpine A110 1600S ’68,
  • Audi Sport quattro S1 Rally Car ’86,
  • Ferrari Dino 246 GT ’71
  • KTM X-BOW R ’12
  • Light Car Company Rocket ’07
  • Mercedes-Benz SLS AMG GT3 ’11
  • Nissan GT-R Nismo GT3 N24 Schulze Motorsport
  • Tesla Motors Model S Signature Performance ’12

Já em termos de pistas, Gran Turismo 6 terá 33 localidades e 71 layouts disponíveis no dia de seu lançamento. E para quem quer explorar sua imaginação, novas ferramentas de criação de trajetos serão oferecidas.

Porém, a principal novidade da Polyphony está no novo motor gráfico desenvolvido, que deve trazer tanto um visual melhorado que deve levar o PS3 ao seu limite — e corrigir alguns dos deslizes cometidos em GT5 — quanto uma física ainda mais realista. O modelo de pneus, suspensão e aerodinâmica foi revisto para que a experiência de direção fique ainda mais próxima daquela que temos no mundo real.

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