Koji Kondo, um dos maiores maestros dos games

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Não se pode dizer que as composições de Koji Kondo sejam propriamente complexas — de uma perspectiva técnico-teórica, ou algo assim. Mas, quando se para e pensa, isso parece jamais ter sido o critério em grandes temas, não apenas para jogos, mas também para filmes.

Na verdade, o próprio maestro “escapuliu” de uma formação musical clássica, o que não o impede de ter na ponta da língua o propósito que deve orientar qualquer um que se coloque como objetivo animar saltos, disparos, chefes apoteóticos ou seja lá o que for: “É preciso fazer o melhor, o que seja mais apropriado para o jogo em si”.

Se isso deve ser levado em conta? Bem, basta ouvir algumas das composições de Koji Kondo para perceber que teoria e prática coexistem em uma bela harmonia em suas obras. Afinal, seria preciso andar um abocado para encontrar alguém na casa dos 30 ou 40 anos que jamais tenha ouvido a melodia alegre e viciante de Super Mario Bros. ou o clima épico puro transformado em melodia com algumas poucas notas em The Legend of Zelda.

As músicas de Kondo acabaram corresponsáveis não apenas por presentear títulos incrivelmente rentáveis à Nintendo, mas também por formar a própria ideia de “video game” no imaginário popular — isso para não mencionar a enorme quantidade de celulares que lembram Super Mario e The Legend of Zelda sempre que recebem ligações ou mensagens SMS.

Havia uma vaga na Nintendo

Koji Kondo nasceu em Nagoya, Japão, em 13 de agosto de 1961. O interesse pela música veio logo cedo, aos 5 anos, quando começou a tomar lições de teclado. Posteriormente, o compositor ganharia algum “estofo” ao participar de uma banda de covers dedicada ao jazz e ao rock — cujas influências eram, em grande medida, o Deep Purple e o som progressivo da Emerson, Lake & Palmer.

Embora não tenha se dedicado à música em suas vertentes mais clássicas, algum conhecimento teórico veio das aulas na Universidade de Artes de Osaka. Indo direto com as mãos à massa, Kondo ganhou bastante experiência compondo e arranjando peças, fosse no piano ou em seu computador pessoal.

O seu nome passaria a entrar para a História, entretanto, quando um amigo informou que a Nintendo andava atrás de contratar alguém exclusivamente para compor para seus jogos — seria a primeira vez que semelhante cargo seria criado na desenvolvedora, que costumava juntar as composições a outras tarefas referentes ao desenvolvimento de games. Foi o início de uma relação de 30 anos extremamente prolífica.

O legado de Mario e Zelda

Embora a primeira criação tenha sido para Punch-Out!!, foi mesmo com Mario e Zelda que Kondo se consagrou. Particularmente, as melodias fáceis e repetitivas que animavam os primeiros saltos em plataforma do encanador trouxeram o primeiro reconhecimento — tornando difícil de acreditar que deveriam ser “apenas” faixas criadas para repetir à exaustão algumas poucas frases.

Seja ou não por falsa modéstia, é fato que o próprio Kondo afirma ter sido surpreendido à época. “A minha reação à época foi: ‘Ah, eu acho que isso ficou bom’”, disse o compositor em certa ocasião. “Eu jamais imaginei que aquilo seria tão amplamente apreciado”.

De acordo com ele, o primeiro tema criado para Super Mario Bros. foi o clássico que embalava as fases aquáticas, já que era “mais fácil de visualizar”. Posteriormente, ao se tornar um jogador mais assíduo, Kondo passou a desenvolver uma noção mais apurada das necessidades típicas de um jogo — incluindo a noção de que uma música “precisa apressar o jogador para a próxima fase”, por exemplo.

O desafio seguinte viria com The Legend of Zelda, cuja temática, um tanto mais sério, diferia quase inteiramente dos saltos do encanador. Kondo, um pouco menos humilde, disse ter capturado a essência do “sentimento de bravura e coragem” de uma aventura. “Se você vai desenvolver música para cidades totalmente desconhecidas, é preciso tentar algo completamente incomum.”

O desafio das cinco notas

É impossível ouvir as melodias da ocarina de link e não imaginar como, afinal, é possível criar atmosferas tão diferentes com apenas algumas poucas notas. Kondo relembra que trabalhar com Ocarina of Time representou um de seus maiores desafios.

Se por um lado não havia o espaço disponível nos discos ópticos de outras plataformas, as cinco acabaram restringindo ainda mais as possibilidades. “Então, logo que eu finalizei as músicas de Ocarina, eu precisei criar ainda mais para Majora’s Mask”, lembra o compositor. “Eu criei uma milhagem enorme com apenas cinco notas!”

E a história de Kondo continuou, é claro. Entretanto, após criar diversas outras “pedradas” para os ícones da Nintendo, hoje o compositor se dedica mais a orientar novos compositores, como o igualmente reconhecido Mahito Yokota.

30 anos de clássicos

Super Mario Bros. (tema principal)

The Legend of Zelda (tema principal)

Super Mario World (tema Athletic)

Super Mario 64 (Dire Dire Docks)

The Legend of Zelda: Link to the Past (tema das fadas)

The Legend of Zelda: Ocarina of Time (Gerudo Valley)

The Legend of Zelda: Majora’s Mask (Song of Healing)

Super Mario Sunshine (tema para Delfino Plaza)

Super Mario Galaxy (Good Egg Galaxy)

Star Fox 64 (Start Demo 1)

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