Análise em progresso: Mortal Kombat X

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No último dia 14 de abril finalmente Mortal Kombat X chegou ao mercado. Segundo a empresa, foi o maior lançamento da série até agora com milhões de jogadores em todo o mundo. O hype criado em cima do jogo foi grande: todas as semanas a equipe realizava um streaming mostrando novidades e revelando alguns segredos do game, e tudo isso você pode acompanhar aqui no TecMundo Games.

Eu comecei a jogar no momento em que o jogo ficou disponível nas plataformas e ainda não parei. Em todos esses dias consegui descobrir movimentos novos, entender o sistema de jogo (em parte) e aprender um pouco de o que mudou no mundo de MK desde o game anterior.

Como um profundo amante de jogos de luta desde o primeiro Mortal Kombat, lançado nos arcades lá em 1992, sempre levei a jogabilidade muito a sério, tanto em campeonatos quanto por puro divertimento com os amigos em casa.

Pelo que pude perceber até agora, o NetherRealm Studios fez a sua lição de casa e aprendeu com os erros do anterior. A maior novidade pode ser percebida de cara: MKX está muito mais competitivo que o anterior. É visível o fato de que o jogo foi criado desde o início para os e-sports, tanto que antes mesmo do lançamento oficial já tivemos o Fatal 8. O primeiro torneio de MKX foi promovido pela ESL que incluiu jogadores já conhecidos do mundo das lutas virtuais.

Isso significa que temos mais equilíbrio entre os lutadores, movimentos mais precisos e um incrível número de 75 lutadores diferentes para você escolher de início. Ué, mas não eram 25? Sim, mas multiplique isso pelas três variações de cada lutador e faça as contas.

Em alguns casos as mudanças entre as formações são mais sutis, já em outras podem mudar completamente a dinâmica de jogo. Mesmo que em todas as formações os lutadores possuam golpes em comum, pequenas alterações fazem com que seja necessário repensar a estratégia de luta. E isso é algo que promete agitar o cenário competitivo.

Isso também tem um lado negativo: tantos lutadores com tantos golpes diferentes abrem brecha para desequilíbrios, e isso é algo que não pode acontecer em um game de luta. Porém, ao ver como a mecânica do jogo foi construída, é possível imaginar que não teremos problemas graves como os que ocorreram em MK9, como no caso das armadilhas com as bombas de Cyrax ou as corridas de Kabal.

Lindomar veio com tudo.

Ao que parece, a mecânica do jogo foi feita para prevenir esse tipo de coisa e impedir tantas “apelações”. Vamos esperar que isso se concretize: até porque em breve teremos vários torneios pelo mundo.

Em termos de movimentação, os lutadores seguem o mesmo estilo de Mortal Kombat 9, com quatro botões de ataque e um de defesa. A barra de especial continua e temos a barra de stamina que tem uma função importantíssima em Mortal Kombat X: com ela você pode jogar o inimigo para o ar, correr e cancelar a corrida no momento que quiser para emendar mais alguns golpes.

Antes só era possível dar um pequeno salto para frente, movimento que fazia o lutador perder alguns frames importantes.

Com isso, temos um elemento a mais na estratégia de luta e mais possibilidades de combinações de golpes. Novos cancelamentos de agarrão e movimentos de levantamento atrasado e adiantado também entram no sistema, deixando a mecânica bem mais complexa que antes.

Menos é mais

O cast pode parecer um pouco mais pobre para alguns porque muitos veteranos foram substituídos por estreantes. E em uma série com tantos anos, mudanças sempre podem causar estranheza. Esse é um ponto difícil de ser discutido: eu particularmente achei esse cast um dos mais equilibrados de toda a série, principalmente porque os personagens são bem diferentes uns dos outros em termos de mobilidade e golpes. É claro que senti falta de alguns veteranos, isso é inevitável. Até hoje sinto falta de Sodom em Street Fighter IV.

Porém, isso não influencia na jogabilidade e na diversão: basta você começar a jogar para perceber isso.

Outro ponto que deu para perceber no jogo foi a construção dos personagens. A história e as motivações dos lutadores estão mais bem desenvolvidas em Mortal Kombat X. é possível se conectar mais aos lutadores que nos jogos anteriores da série.

Master-Blaster Comanda Bartertown!

Isso já pode ser visto antes das lutas, quando as duplas geralmente se provocam ou despertam antigas inimizades. Além disso, durante a luta também rolam provocações o tempo todo e isso, mesmo que você não perceba de cara, acaba deixando a ação mais intensa.

Um tratamento visual que impressiona

Um ponto que sem dúvidas chama atenção no jogo são os gráficos. A nova geração fez bem para a série e o estúdio soube aproveitar muito bem os recursos visuais. A construção dos personagens também melhorou: expressões faciais realistas, roupas e adereços cheios de detalhes que se movem conforme os movimentos do lutador.

Durante as lutas também é possível ver as manchas de sangue e cortes do corpo dos lutadores, assim como o suor escorrendo em seus braços no final das batalhas. Dá quase para sentir o suspiro da vitória depois de uma luta.

O jogo também parece estar mais “comportado” que antes e com menos exageros. A construção das personagens femininas condiz mais com quem está indo para um kombate de vida ou morte que antes. O sangue agora jorra em menor quantidade e de maneira mais realista que em MK9, principalmente quando respinga no chão ou no corpo dos lutadores.

Não vemos mais manchas vermelhas aleatórias espalhadas por tudo, mas sim respingos de sangue se misturando aos tecidos das roupas ou escorrendo pelo piso de mais coerente com a realidade, por mais que pareça estranho falar isso de um Mortal Kombat.

Efeitos sonoros e dublagem polêmica

O som do jogo está impecável, assim como sempre. Gritos, grunhidos, sons de órgãos sendo espatifados contra o chão, músicas, tudo muito macabro e que se encaixa perfeitamente em um jogo da série Mortal Kombat.

A dublagem original está absolutamente impecável. Já a versão em português, apresenta alguns deslizes. Além de vários erros de tradução e algumas frases soltas que parecem não encaixar, algumas interpretações ficaram fracas e aquém do trabalho realizado pela Warner em outros títulos como Shadow of Mordor, por exemplo. A polêmica escolha de Pitty para a dublagem também contribuiu um pouco para isso: a falta de experiência da cantora como dubladora é visível e chega a incomodar em certos momentos.

É extremamente importante ver que as desenvolvedoras estão vendo nosso país e incluindo dublagem nos jogos. Contudo, sabemos que a empresa é capaz de fazer um trabalho melhor que esse, por isso a insatisfação de muitos jogadores.

Fatality!

As finalizações estão mais violentas do que nunca: parte graças ao poderio gráfico da nova geração, parte à direção artística do game. Agora as vítimas agonizam muito mais antes de morrer. Junto aos X-Ray moves, temos a impressão de estar vendo uma aula de anatomia, tamanho é o cuidado com os ossos, músculos e órgãos desenhados com perfeição.

Porém, tem algo que parece ser mais desagradável para algumas pessoas: o fato de o jogo trazer muitos pais e filhos lutado lado a lado. Cassie Cage tendo o tórax partido ao meio por seu pai, Johnny Cage, pode parecer um pouco brutal, até você ver a menina arrancando metade da cara do velho com uma paulada apenas para postar a selfie na rede social.

Os Brutalities também geraram polêmicas, principalmente porque aqui eles estão diferentes. Em vez de um simples movimento de finalização (que era igual para todos os personagens), agora temos mais de 130 Brutalities diferentes.

Você pensa que ainda vai dar uma de Daigo e virar a luta no último segundo quando sua cabeça explode ainda no meio da luta.

Ao meu ver, isso ficou muito mais divertido, e sabe por que? Porque agora eles podem ser executados antes do final da luta. E é preciso cumprir certos requisitos antes de fazer isso, o que torna esse tipo de finalização ainda mais desafiadora. É como matar um inimigo na faquinha jogando CS.

A dificuldade e a surpresa na realização do movimento acabam dando uma sensação de conquista muito maior que antes, pois acertar um Brutality é muito mais difícil que um simples Fatality, que é aplicado depois que o inimigo já morreu.

Modos de jogo

Mortal Kombat X conta com inúmeros modos de jogo diferentes: as torres vivas mudam diariamente pela internet e trazem desafios diferenciados a cada batalha. O modo arcade tradicional também está presente, trazendo um final diferente (não canônico) para cada um dos lutadores.

O modo história segue o mesmo estilo do game lançado em 2011, com um tratamento visual, direção e roteiro bem mais bem desenvolvidos. O roteiro possui alguns clichés bem característicos de filmes de ação, mas é bem divertido. Para deixar um pouco mais movimentadas as sequências, agora existem quick time events entre as animações. A parte boa é que a sequência continua mesmo que você não acerte o movimento, não sendo necessário recomeçar tudo.

E as partidas online?

Os desenvolvedores prometeram um netcode melhor em Mortal Kombat X. Durante o período que testamos o jogo, encaramos várias partidas online. É possível ver que o sistema melhorou muito desde o anterior, mas ainda há espaço para mais.

Apesar de pouco lag na hora das lutas, manter a conexão ativa deu um pouco de trabalho algumas vezes. Mas ainda é cedo para julgar totalmente o serviço, já que é preciso esperar algum tempo e ver como os servidores se comportam.

Em diversos momentos os servidores acabaram caindo e impedindo que acessemos os modos online. E esse é um dos principais motivos dessa análise ainda estar em progresso. É preciso testar a fundo o sistema após a estabilização dos servidores que, segundo o NetherRealm, sobrecarregaram demais nos primeiros dias com o acesso simultâneo de milhões de jogadores em todo o mundo.

Haja coração, amigo!

A minha experiência com o jogo até o momento está sendo bastante positiva e, tendo jogado muito todos os anteriores, não é exagero dizer que esse é o melhor da série até agora, principalmente em termos de jogabilidade, que é o que realmente importa em um jogo de luta.

Enquanto a análise completa não chega, não deixem de ver o nosso aquecimento especial e aguardem que, em breve teremos um super conteúdo especial sobre Mortal Kombat X.

Vocês já estão jogando? O que estão achando do jogo? O que vocês gostariam que fosse contemplado na análise completa? Deixem suas impressões e dúvidas nos comentários.

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