Dreams é difícil de entender e não empolgou na BGS, mas tem potencial

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O estande da Sony estava com muitos títulos para aproveitar, entre eles Dreams, a nova proposta da Media Molecule. Durante os minutos que tivemos com o game, vimos e sentimos a proposta fora da caixa que ele traz à mesa: criação de jogos em uma plataforma que se parece de “sonhos” (daí o nome do jogo).

A proposta é a de criação, mas a demo da BGS era a de jogar experiências criadas dentro de Dreams, oferecendo cerca de 6 mini games que foram criados lá dentro. E, abaixo, você confere um pouco das nossas impressões.

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Bonito no papel, ruim na prática

Dreams é sobre criar jogos no mundo dos sonhos: cada jogador pode sonhar o que almeja jogar e colocar suas ideias em prática. Como disse, na BGS 2018 a parte de criação estava de fora e apenas a jogatina comum estava liberada, oferecendo algumas experiências de diferentes gêneros.

Tínhamos pequenos mini games que podiam durar alguns minutos ou títulos simples suficientes que só garantem segundos de diversão (talvez um minuto ou um minuto e meio, no máximo). Por se tratar de uma demonstração de evento, o tempo nem foi levado em conta, mas a qualidade do que estava ali é que preocupou.

ADreams tem uma proposta bem doida, mas ainda tem que provar seu potencial

Alguns títulos, como o de batalha espacial, não eram ruins, mas simples suficientes para se parecerem com protótipos de estudante de jogos. Please Hug Me, um jogo em que um robô deve tentar abraçar cones que fogem dele, é tão simples que nem como experiência mobile serviria.

A experiência de plataforma não tinha nenhum desafio e tinha colecionáveis sem motivo algum (além de ser extremamente curta). Para não falar que nada se salvava no meio, havia um party game em que controlávamos ferramentas e até mesmo um jogo que trazia uma aventura em texto, similar aos RPGs da década de 80.

Há potencial, mas é fato que ele não foi explorado nos games disponíveis dentro de Dreams na BGS

Esses títulos simulam possíveis criações de usuários, mas como o jogo não saiu, eles foram desenvolvidos pela própria Media Molecule. E são simples. E majoritariamente chatos. E aí é que está o problema: será que Dreams não tem ferramentas a um ponto em que nem os desenvolvedores conseguem criar conteúdo de destaque?

A qualidade está ligada ao jogador?

Essa foi a minha grande preocupação com Dreams. Por se tratar de um game que é construído com conteúdo de usuários, pode ser que a qualidade não seja das mais consistentes. A Media Molecule já flertou com isso com Little Big Planet e vimos muito conteúdo criativo. Mas o conteúdo da desenvolvedora também existia.

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Ainda não está claro como Dreams funcionará. A proposta é oferecer o mundo dos sonhos para os jogadores exercerem sua criatividade, com foco na produção. Segundo a Media Molecule, haverá um modo campanha que é um gênero bem diferente de qualquer outra coisa. E, infelizmente, nada dele esteve disponível na BGS.

Talvez a diversão seja outra

Minecraft tem um modo sobrevivência, mas a grande diversão dos jogadores é a construção. Talvez, Dreams não deva ser analisado sob a ótima de um game comum, e sim de uma plataforma. Só que, nesse caso, em vez de construir edifícios, os jogadores passariam tempo investindo em seu próprio game, como em Project Spark da Microsoft ou um RPG Maker, por exemplo.

Se essa for a realidade de Dreams, de nada adianta ver as experiências desenvolvidas por lá, já que o importante seriam as ferramentas necessárias para os jogadores expressarem sua criatividade, algo que não vimos na demonstração da BGS 2018.

Segundo o co-fundador da Media Molecule, Dreams terá, literalmente, possibilidades infinitas. De acordo com o executivo, absolutamente tudo é possível ser criado no game: FPS, RPGs, jogos de aventura, filmes, clipes de músicas, composições musicais, títulos de plataformas, jogos de nave, jogos em VR e todo o resto (literalmente todo o resto, segundo a Media Molecule, o que inclui refazer jogos de PS1, caso o jogador queira). A promessa é que cada level possa ter 100 leveis, e cada um desses 100 níveis possa ter mais 100 e assim por diante: tudo depende da dedicação do jogador.

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A Media Molecule diz que a única coisa que é impossível de ser feita em Dreams é um MMO. Mas, mesmo assim, um modo online será adicionado no futuro (tanto para jogar as criações online quanto para produzir em conjunto). E esse desenvolvimento coletivo servirá para encontrar animadores e outros especialistas na comunidade. Quem sabe, essa é a grande pira de Dreams. No fim, pode ser que estamos vislumbrando uma das obras mais geniais da década ou simplesmente uma ferramenta mal aproveitada, mas só o tempo e o empenho dos usuários dirão.

Dreams ainda não tem data de lançamento e chegará exclusivamente ao PlayStation 4. Um Beta aberto está previsto para chegar ainda neste ano, mas ainda sem data de lançamento.

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