Coluna: em um ano de transição, a E3 2019 ainda trouxe boas surpresas

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E3 2019 chegou ao fim a poucos dias, e até agora estamos digerindo o que nos foi apresentado este ano. Entre diversos jogos que chegam às lojas ainda este ano e outros tantos marcados para os primeiros meses de 2020, o futuro parece reservar diversas experiências de qualidade para todas as plataformas do mercado.

No entanto, é difícil não sair desta edição da feira com a sensação de que ela foi, no máximo, morna. Isso não quer dizer que grandes anúncios não foram feitos ou que o que foi mostrado não foi legal ou empolgante — há como encontrar um ou dois exemplos que se encaixam bem nessas descrições em todas as apresentações feitas.

E3 2019

O que parece ter faltado foram as grandes novidades e anúncios bombásticos que são quase sinônimo de E3. Com exceção da Nintendo, parece que todas as grandes empresas que participaram do evento este ano estavam se segurando, especialmente no que diz respeito a novos projetos.

Se, por um lado, finalmente tivemos as datas de lançamento de jogos esperados e pudemos ver aqueles que estavam sumidos há tempos — Marvel’s Avengers, por exemplo —, parece que faltou um “tempero especial” nessa edição. Os motivos para isso são variados, mas o principal deles é a chegada iminente dos novos hardwares da Sony e da Microsoft ao mercado.

Ano de transição

Para a E3, 2019 foi o que podemos considerar um “ano de ressaca”. Ao mesmo tempo em que o PlayStation 4 e o Xbox One ainda têm muito a oferecer, já se sabe que, a partir de 2020, essas plataformas vão começar a ser substituídas aos poucos por uma nova geração de hardwares, mais poderosos e versáteis.

Xbox Scarlett

Assim, dá para entender porque muitas desenvolvedoras, por mais que tenham projetos já engatilhados para as novas plataformas, tenham preferido não falar sobre ele. Isso está associado não somente a questões contratuais (uma publicadora jamais arriscaria revelar antes da Sony e da Microsoft detalhes dos novos consoles) quanto para evitar uma repetição do “efeito Watch Dogs”.

Revelado em 2012 pela Ubisoft, Watch Dogs teve um primeiro trailer feito a partir do que a desenvolvedora acredita ser o hardware da então nova geração de consoles. A decisão da empresa de trabalhar com hardwares tão inicias fez com que, quando o jogo final chegou às lojas, ele trouxesse consigo um downgrade gráfico considerável — lembrança que permanece até hoje na mente de quem acompanhou o anúncio original.

Desde então, não somente a publicadora parou de mostrar games com gráficos tão “surreais” em seus anúncios, como a indústria como um todo diminuiu a quantidade de materiais promocionais bons demais para parecer verdade. Em um ano como 2019, parece que nenhuma empresa está disposta a arriscar sua imagem pública ao prometer demais no PlayStation 5 ou Xbox Scarlett sem ter a certeza de que poderão entregar isso aos consumidores.

A exceção a essa regra foi Halo Infinite, prometido pela Microsoft como um dos jogos de lançamento de sua nova plataforma — fruto do que é, sem dúvida, uma grande confiança no título first party. De resto, o que tivemos foram muitas empresas que evitaram falar sobre jogos de nova geração ou como os títulos atuais vão se adaptar às novas plataformas.

Algumas boas surpresas

Se, por um lado, 2019 não foi um ano para grandes revelações, ainda assim tivemos momentos em que “saber mais do que já conhecemos” foi positivo. Quem se deu bem nesse sentido foi a Square Enix, com uma apresentação convincente das mecânicas de Final Fantasy VII Remake, que compensou até mesmo a “queimada de largada” no que diz respeito à data de lançamento da primeira parte do jogo.

De forma semelhante, ela agradou boa parte dos fãs da franquia com a revelação de que Final Fantasy VIII vai receber uma remasterização completa e não um mero relançamento. As boas notícias trazidas pela empresa quase nos fizeram esquecer das propagandas estranhas de jogos que já estão nas lojas e do fato de que os rostos de Marvel’s Avengers estão, no mínimo, estranhos.

De certa forma, também dá para considerar que a Bethesda (com Doom Eternal), a Ubisoft (com um divertido gameplay de Watch Dogs Legion) e a Microsoft (que mostrou seu Battletoads e o novo modo de Gears 5) também trouxeram elementos interessantes para a feira. No entanto, parece que “faltou algo” — um tempero que não fizesse ficar empolgado não somente para o fim do ano, mas para que os próximos 2, 3 ou 4 anos nos reservam.

Nintendo

Quem estava mais solta, graças ao fato de que ainda não está preparando uma nova geração de consoles, foi a Nintendo. Acertando ao separar uma apresentação mais completa de Pokémon para os dias que antecederam a E3, ela conseguiu apresentar um Direct com uma boa variedade de jogos e datas — daqui até o final do ano, os donos do Switch estão bem supridos de exclusivos que vão de Astral Chain a Luigi’s Mansion, DAEMON X Machina, Fire Emblem e Marvel Ultimate Alliance 3.

No meio disso tudo, sobrou espaço para jogos lançados na hora (Collection of Mana) e teasers de projetos futuros, incluindo um novo Panzer Dragoon e uma surpreendente sequência direta para The Legend of Zelda: Breath of the Wild e a tão sonhada presença de Banjo & Kazooie em Super Smash Bros. Os conteúdos podem não ter transformado ninguém que não gostava da empresa em um fã, mas foram mais do que suficientes para deixar os donos do console híbrido animados com os próximos meses.

E3 2020 é promissora

Se em 2019 a E3 terminou com um clima de “fim de festa”, temos motivos de sobra para ficar animados com a E3 2020. Com a Sony e a Microsoft liberando detalhes oficiais de suas plataformas, tanto elas quanto as desenvolvedoras third party devem se sentir mais soltas para falar sobre o futuro e apresentar gráficos, narrativas e gameplay que nos vão fazer sonhar e sofrer com a falta de dinheiro (dólar, baixa um pouco, nunca te pedi nada).

Ainda não sabemos quem estará presente no evento, mas já temos a confirmação de que ele acontecerá entre os dias 9 e 11 de junho, mais uma vez ocupando os corredores do Los Angeles Convention Center. Nele, deveremos ver não somente títulos que vão fazer a transição entre hardwares, mas também aqueles que vão começar a realmente aproveitar os hardwares das novas máquinas de forma mais realista

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E você, qual a impressão que teve da E3 2019? Achou que faltaram coisas ou está satisfeito com o que foi mostrado? Aproveite para deixar sua opinião em nossa área de comentários e registrar os elementos que pensa que ajudariam a deixar a feira ainda melhor nos próximos anos.

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