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O PC virou console: testamos o Steam Big Picture [vídeo]

Novidade da Valve pretende reproduzir a experiência dos video games. Será que funciona?

schedule19/09/2012, às 13:40

Vídeo

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Embora eu tenha a consciência de que jogar no PC é algo muito mais econômico e acessível do que os R$ 200 que pago a cada lançamento para consoles, não consigo abrir mão da experiência que meu PS3 e Xbox 360 oferecem. Chegar do trabalho, pegar o controle e deitar no sofá em frente à TV é algo que o computador jamais iria me oferecer. Ou não.

Com o lançamento do Big Picture, o Steam não apenas provou o quanto eu estava errado como também quebrou uma das últimas barreiras que separava os chamados “PC Gamers” daqueles que permaneciam fiéis aos seus sistemas favoritos. Afinal, o que acontece quando você une o que há de melhor desses dois mundos?

A resposta é aquilo que todo jogador sempre quis: os preços baixos oferecidos pelo serviço da Valve agindo em conjunto com a comodidade que somente seu controle e sua TV são capazes de oferecer. Diga adeus ao mouse e teclado, pois o Steam acaba de dar o primeiro passo para dominar a forma como você joga video game.

Maior, mas igualCrescendo sem perder a qualidadeNão se engane: o Steam Big Picture não é uma nova plataforma ou programa baseado no serviço de downloads. Na verdade, ele é o bom e velho sistema que você já tem instalado em seu computador e funciona exatamente da mesma maneira. Então, por que diabos todo o alvoroço em torno de seu lançamento?


O grande segredo da novidade está na forma com tudo isso é feito. O tal modo Big Picture nada mais é do que uma nova interface para o Steam que conhecemos, mas totalmente adaptada para que você controle suas funções sem depender dos periféricos característicos do PC. Como ela é totalmente desenhada para ser controlada por um joystick, você pode deixar o computador conectado à TV em um canto da sala e se jogar no sofá em outro canto, aproveitando a comodidade e a qualidade que somente as 42 polegadas da televisão são capazes de oferecer.

Mas como tudo isso funciona?

Para começar a usar o novo formato é bem simples, bastando apenas ativar sua conta no Steam para participar da Beta do novo recurso. Com isso, um novo botão é adicionado na parte superior do programa, fazendo com que a clássica janela do aplicativo se transforme em algo muito mais próximo daquilo que você vê em seu Xbox 360.

Para ativar o Big Picture, é só ativar a Beta nas configurações e clicar sobre o novo botão, na lateral superior direita.

Esse é exatamente um dos grandes destaques do Big Picture. Com essa semelhança com a interface do console da Microsoft, o Steam fica muito fácil de ser controlado em sua TV, principalmente por conta da pouca quantidade de elementos na tela. Isso faz com que você tenha de se preocupar somente com aquilo que é realmente importante no serviço: a loja, seus jogos e seus amigos.

A navegação é toda feita a partir dos botões do joystick. Usando os gatilhos do controle, você circula por entre as diferentes áreas que o sistema oferece, sem perder tempo com menus ou opções. Está olhando o catálogo de lançamentos e quer conferir quando determinado título estará disponível? Basta dar um pulo no navegador e fazer uma busca rápida no Google. Com outro toque no botão, você volta à loja e já faz a pré-compra, por exemplo.

Um passeio por cada funçãoComo cada recurso do Big Picture funciona
Assim que abrir o Steam Big Picture, você será recepcionado por uma tela surpreendentemente limpa. Como dito, essa interface prioriza exatamente aquilo que é funcional, então não espere encontrar propagandas ou outros elementos que servem apenas para fazer volume na tela. São somente três opções: Loja, Biblioteca e Comunidade.


Na primeira, como o próprio nome sugere, você encontra o extenso catálogo disponível na plataforma para compra. Quer um jogo novo ou entrar na pré-venda de um título aguardado? Com a mesma facilidade dos PCs, você pode adquirir um novo game. A boa notícia é que, mesmo com a interface diferenciada, tudo está muito bem organizado, o que facilita a busca.

Também temos a parte voltada à comunidade, em que você pode interagir com seus amigos. Mandar mensagens para seus contatos é bem simples, então não há mistério na hora de conferir quem está online ou de convidar alguém para uma partida de Call of Duty: Modern Warfare 3.


Porém, o grande mérito do novo modo está exatamente em sua biblioteca. Como estamos falando do mesmo Steam, ele sincroniza suas últimas atividades e apresenta quais foram os últimos games que você jogou, mesmo que isso tenha sido em outro computador. Esse acesso facilitado — muito semelhante à interface do Xbox 360 — serve não apenas para ajudá-lo na hora de retomar uma campanha como para facilitar o download caso você use sua conta em mais de uma máquina.

Isso significa que você não precisa sair do modo Big Picture para baixar um título um pouco mais antigo, já que basta um apertar de botões para isso. Além disso, você pode gerenciar o download diretamente desse “simulador de console” de maneira bem simples. Outro recurso que aparece aqui é a lista de Proezas, além de outras novidades sobre o título em questão — tudo para que você mergulhe de vez na experiência.


Mas o que realmente importa é o jogo em si — e não há como se decepcionar nesse aspecto. Embora seja basicamente a mesma coisa que você via em seu monitor, não há como comparar a experiência que alguns títulos oferecem quando você tem uma tela maior e um joystick nas mãos. Jogos de luta ou de ação, por exemplo, ficam muito melhores quando você transforma o PC em um video game, principalmente por conta dos comandos.

Uma flor de tecladoOu um modo mais elegante de conversarComo o Steam é uma ferramenta essencialmente voltada para PCs, como trazer algumas características próprias desse meio para a experiência mais voltada para os consoles? No caso do chat e do navegador, por exemplo, você tinha um teclado físico sempre a postos para facilitar a conversação, não é mesmo? E a partir do controle, como isso fica?


A grande sacada da Valve foi abandonar a alternativa usada pela Sony e Microsoft de tentar simular o periférico dentro do sistema. O resultado foi uma tela que mais parece uma flor do que um teclado como conhecemos. E o mais surpreendente de tudo é que ela funciona muito bem.

Mesmo sendo diferente de tudo o que já vimos do gênero, o novo formato é incrivelmente funcional e intuitivo. A partir do analógico esquerdo, você seleciona uma das “pétalas” da flor e usa os botões para escolher a letra desejada. No começo você vai sofrer para memorizar a posição de cada item, mas em pouco tempo já é possível enviar pequenos textos com uma velocidade considerável.

Navegando entre jogosUma rápida olhada no seu Facebook, talvez?
Um dos exemplos que usei para explicar a facilidade do Steam Big Picture foi exatamente a possibilidade de pausar seu jogo a partir do controle para, com um único botão, dar um pulo no navegador para acessar qualquer página. Travou em uma parte e precisa de uma ajudinha de um detonado online? Pois a nova interface traz um navegador embutido para que você não perca tempo minimizando a janela para abrir o Chrome ou o Firefox.

Muita gente está considerando o browser da Valve o melhor já criado para um “console” — e não é difícil entender o porquê. Em conjunto com o teclado “floral”, ele traz muito mais agilidade na hora de passear entre os sites, com uma experiência bem semelhante da clássica que você tem em seu PC.


Para isso, no entanto, a empresa optou por mais uma mudança drástica. Esqueça o ponteiro que se move pela tela em busca de um link para clicar. Dentro do Big Picture, temos o primeiro “navegador em primeira pessoa”, ou seja, não temos uma tela estática em que uma seta se desloca, mas um ponto fixo sobre uma imagem em movimento.

Quer clicar em uma foto? Arraste todo o site para o lado até que o elemento em questão esteja centralizado e sob o indicador. Embora pareça algo confuso, não demora para que você pegue o jeito. O único ponto negativo está no zoom, já que a forma de ampliar ou reduzir o conteúdo não é tão intuitiva, obrigando-o a apertar várias vezes o mesmo botão para chegar a um resultado ideal — ou o mais próximo disso.

O fim dos consoles?Embora promissor, Big Picture não é a revolução que todos esperam
Comecei este texto dizendo que o Big Picture era o primeiro passo do Steam para trazer ao seu serviço uma experiência muito mais próxima dos consoles — algo que muita gente já vê como o golpe final no modelo tradicional de video games que acompanhamos. Porém, por mais funcional e prática que a novidade seja, ainda não é hora de aposentar seu PlayStation 3 ou Xbox 360.

Primeiramente, ela não muda em nada o serviço existente, limitando-se somente a trazer uma nova forma de aproveitá-lo. É claro que isso vai atingir pessoas como eu, que têm problemas com jogos para PC exatamente por não abrir mão da TV e do controle. Por outro lado, muitos jogadores continuarão esbarrando em uma questão um pouco mais complexa, que é a acessibilidade.


Montar um computador para jogos pode sair muito mais caro do que comprar um console que vai durar por mais de cinco anos sem precisar de uma atualização periódica. É claro que a diferença no preço dos jogos acaba fazendo com que os cálculos, no final das contas, se iguale, mas todos sabemos que as coisas não funcionam assim — principalmente no Brasil.

Outro ponto é a própria utilização do PC como uma plataforma de jogos quase que dedicada. Como a ideia do Big Picture é levar os jogos de seu computador para uma TV, isso significa que os dois aparelhos precisam estar próximos. Algumas pessoas até conseguem criar esse tipo de situação, mas sabemos que não são todas, o que pode gerar alguns empecilhos. Enquanto o console pode ser posto na sala e ficar ali por toda sua vida, são poucos aqueles que podem fazer o mesmo com seu gabinete. Seria a solução comprar uma máquina dedicada ao Steam? Se a resposta for positiva, novamente esbarramos na questão financeira.

Por outro lado, a novidade serve para abrir alguns horizontes e nos deixar ainda mais curiosos sobre o futuro da indústria. A Valve já deixou claro que a ideia do Big Picture é analisar as preferências do consumidor em relação à forma como ele se relaciona com seus jogos, o que pode ser usado como embrião para o que, um dia, pode se tornar um console próprio. Lembra-se dos rumores sobre o Steam Box? Podemos estar diante do primeiro passo em direção a ele — ou a alguma parceria com outra fabricante para criar um sistema muito mais competitivo e acessível, quem sabe.

Por isso, antes de tentar especular o que Gabe Newell está planejando fazer, conecte seu computador à TV, pegue seu controle e se acomode em seu sofá. Se já era bom gastar pouco para comprar no Steam, agora você tem a mesma praticidade de jogar que somente seu console é capaz de oferecer. O melhor de dois mundos.

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