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Coluna: o PlayStation 4 Pro é o console que a Sony nos prometeu em 2013

schedule22/09/2016, às 13:13

Os conteúdos expressos neste artigo são responsabilidade de seu autor e não necessariamente refletem a posição oficial do TecMundo Games.

Quando o PlayStation 4 Pro finalmente foi anunciado no dia 7 de setembro deste ano, a Sony voltou as atenções do público para as possibilidades que a plataforma traz com a resolução 4K e com a tecnologia HDR. Sabiamente, a companhia passou a mensagem de que o produto foi criado para responder a desejos futuros do consumidor e não como um simples “upgrade” da versão atual.

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No entanto, deixando de lado o marketing e as novidades exclusivas à plataforma, é difícil não ficar com a sensação de que o video game na verdade surge mais como uma “correção” para brechas deixadas pelo modelo atual do que como algo realmente adaptado a novos padrões.

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A Sony nega, mas tudo indica que vai ser somente uma quantidade ínfima de jogos que realmente vão rodar em 4K nativo (entre eles, The Last of Us Remastered) — a maioria deles provavelmente vai depender de técnicas de upscale para isso. Da mesma forma, embora a empresa garanta que não haverá diferenças entre a biblioteca do PS4 e do PS4 Pro, é difícil não imaginar que o modelo atualizado não vá trazer vantagens notáveis no ponto de vista de desempenho.

Tudo leva a crer que, embora o PlayStation 4 Pro seja vendido como algo essencial a quem possui televisores 4K, os reais beneficiados vão ser aqueles que desejam a melhor experiência possível na resolução 1080p. A GPU aprimorada escolhida pela Sony finalmente vai permitir que ela cumpra uma promessa de 2013: jogos em Full HD que rodam a 60 quadros por segundo sem ter que fazer grandes sacrifícios gráficos.

Problema comum entre Sony e Microsoft

Quem acompanhou o processo de lançamento do Xbox One e do PlayStation 4 provavelmente lembra da série de promessas feitas pela Microsoft e pela Sony. Entre elas, um ponto sempre era reforçado pelas companhias: ambos os consoles seriam capazes de oferecer experiências em 1080 rodando a 60 quadros por segundo.

Na prática, não é isso que vemos: enquanto muitos games sequer conseguem atingir essa resolução e recorrem a técnicas de upscale, os que atingem esse patamar se restringem a rodar em 30 quadros por segundo. Isso não somente contradiz as mensagens repetidas várias vezes pelas duas companhias, como gerou o costume de compararmos lançamentos para as duas plataformas em busca daquela que “roda pior” um software.

undefinedBloodborne, por exemplo, muitas vezes fica abaixo dos 30 quadros por segundo

O lançamento do PlayStation 4 Pro parece surgir como uma forma de corrigir esse problema e finalmente cumprir a promessa feita pelas fabricantes. Embora no momento a Sony garanta que jogos rodando no PS4 e no Pro em 1080 vão ser idênticos, é difícil não imaginar um cenário em que desenvolvedoras se aproveitem do hardware do novo modelo para oferecer mais efeitos visuais ou aprimoramentos visíveis nas taxas de quadros por segundo.

Pode anotar: em questão de pouco tempo, será comum encontrar games que rodam a 30 quadros na versão antiga e que atingem os sonhados 60 quadros no Pro. Você dificilmente vai ver alguém da Sony falando oficialmente sobre essa possibilidade, já que essa informação pode abalar sua base de mais de 40 milhões de consumidores — no entanto, não somente ela existe, como não há motivos para que ela não se torne realidade.

Ao mesmo tempo que o console surge como uma espécie de “correção” das promessas que o PlayStation 4 não conseguiu cumprir, ele também traz em si outra decepção futura. Ao dizer que vai oferecer uma experiência em 4K que não necessariamente vai se tornar realidade dentro dos parâmetros esperados (jogos que são realmente renderizados no padrão a pelo menos 30 fps), a fabricante abre caminho para que essa experiência só consiga ser oferecida com propriedade por um hardware futuro.

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Note que estou falando especificamente do PlayStation 4 Pro tanto por falta de informações sobre o Scorpio quanto pelo fato de que, baseado nos rumores atuais, a Microsoft parece estar apostando em uma plataforma realmente pronta para o 4K. Obviamente, só será possível dizer se isso realmente vai acontecer quando obtivermos mais detalhes sobre a plataforma e seu hardware.

Uma geração estranha

A situação do PlayStation 4 Pro não é exatamente estranha quando levamos em consideração que esta é uma geração com características bastante inusitadas. Ao mesmo tempo em que ela demorou um tempo considerável a chegar, parece que tanto a Microsoft quanto a Sony foram “pegas de surpresa” em diversos quesitos, incluindo hardware e custos de produção.

undefinedThe Last of Us é um entre vários jogos que receberam remasterizações

Não acredito que as empresas agiram de má fé ao prometer uma realidade em 1080p e 60 quadros por segundo, mas é normal ficar com essa impressão quando levamos em consideração o curto tempo que a realidade tomou para derrubar essas promessas. A situação também está relacionada à grande quantidade de “remasterizações” vista: afinal, é mais fácil produzir melhorias em um trabalho já existente (e até certa medida lucrativo) do que criar do zero um conteúdo.

O lançamento de uma geração intermediária no momento soa muito mais como uma “correção de rumos” do que um passo real para o futuro. Embora o HDR seja uma tecnologia que beneficia imediatamente qualquer pessoa (embora ainda não seja muito acessível), creio que a compatibilidade com o 4K surge agora somente como um “extra” interessante do que como algo que vai definir esses novos hardwares.

Embora tudo indique que não há motivos para “jogar fora” a versão atual do PlayStation 4, quem exige o melhor desempenho de seus jogos deve cogitar esperar pelo modelo Pro. Embora isso não deva acontecer em um momento inicial, tudo leva a crer que é somente através dele que os fãs da Sony finalmente vão ter como ver as promessas feitas há três anos pela empresa finalmente se tornarem realidade.

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