Já diz o ditado de Bertrand Russell, filósofo inglês que ganhou o prêmio Nobel de Literatura em 1950: “O tempo que você gosta de perder não é tempo perdido”. Profundo, não é mesmo? Especialmente quando o tempo livre, hoje, é uma dádiva, tamanha a quantidade de coisas que temos para fazer: Netflix, games, cinema, leitura de livros, quadrinhos, mangás... E dá para fazer tudo isso sem sair de casa.
Mal sobra tempo para jogar, quiçá platinar ou miletar jogos, neologismos que já se incorporaram ao nosso vocabulário popular da internet. Essa é a magia da coisa: para os que se dedicam exclusivamente a isso, não há tempo perdido. E este redator que vos escreve, detentor de 90 platinas e de 50 mil pontos de GamerScore no Xbox, também se inclui nessa fração – embora não esteja no panteão dela.
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Mas como é a rotina dos jogadores que são aficionados em somar números em seus perfis nos games? Como eles separam a jogatina entre aqueles joguinhos fáceis – que entregam uma platina ou os 1.000g de mão beijada em menos de duas horas – e os títulos importantes que não podem faltar na coleção de qualquer um? E as outras atividades da vida: trabalho, namorado/namorada, filhos, cursos, viagens?
Para saber algumas dessas respostas, conversamos com duas autoridades no assunto: o célebre ArnaldoDK, cuja GamerTag é “ArnaldoDK” mesmo, o primeiro jogador da América Latina a bater 1 milhão de pontos de GamerScore no Xbox; e os irmãos Rodrigo e Arthur Saborido, cuja PSN ID é “Black_Thor”, detentores de mais de 300 platinas dividindo uma mesma conta na família PlayStation (PS4, PS3 e PS Vita).
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As dicas dos mestres
Jogador do Xbox desde 2007, quando o Xbox 360 se acomodava no mercado – consagrando-se como o console que recebia as melhores versões dos third-parties –, ArnaldoDK descobriu as conquistas no começo da geração passada e, de cara, “começou a buscar por GamerScore”.
“Minha rotina nos games é de sempre procurar jogos fáceis e rápidos de conquista. Quando vou jogar qualquer jogo, eu dou uma olhada antes para ter uma noção de como vou jogar, se tiver alguma conquista que tenha como objetivo terminar o game no mais difícil eu tento. Se não tiver, jogo no fácil mesmo. No caso dos jogos 'ruins' triplo A, eu faço questão de jogar pelo menos na dificuldade normal ou acima para ter a experiência completa do game”, conta o inveterado jogador ao Voxel.
Já no caso dos irmãos Saborido, “os jogos que mais interessam” são prioridades, “sempre um por vez”. “Procuro sempre jogar os games que mais me interessam e normalmente só um por vez para evitar de desistir antes de terminá-lo, mas às vezes é bom experimentar títulos mais fáceis para dar uma variada ou relaxar de um jogo mais complicado”, revela Arthur em resposta ao nosso contato.
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E as horas jogadas por dia?
Esse é o maior desafio a todos nós: conciliar a jogatina com os outros afazeres e as demais responsabilidades da vida. Sem falar que encaramos o seguinte dilema: curtir um lançamento fo*ão de maneira descompromissada ou comprometer-se a jogar coisas que você não necessariamente quer só pela facilidade de pontuar/coletar troféu?
“Sempre tento jogar o máximo que dá, mas sem deixar as prioridades de lado, como fazer algum trabalho ou sair com os amigos e família. Durante a semana jogo cerca de 2 a 3 horas por dia sempre que possível e no fim de semana uma média de 8 horas, dependendo do dia”, ponderou um dos irmãos Saborido.
Já no caso de ArnaldoDK, o tempo dispensado aos jogos é mais hardcore: 4 a 8 horas diárias, dependendo do dia. “Eu geralmente jogo de 4 a 8 horas diárias, dependendo do dia. Tenho de jogar com os inscritos do meu canal, bater papo com a galera, mas geralmente fico no meu Xbox conversando com os amigos ou vendo filmes, TV, faço tudo no Xbox, então a impressão para muitos que me seguem é que fico 24 horas no video game”, explicou. “Fico muito tempo, mas nem sempre jogando especificamente”, completou.
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Aos que estão iniciando essa saga agora:
Sobretudo, o mais importante é assegurar a diversão. Se você estiver se divertindo coletando conquistas e troféus, que assim seja. A Nintendo, por exemplo, não conta com nenhum tipo de sistema de conquistas até agora – e segue mais que viva em sua generosa fatia do mercado. Ninguém vai deixar de jogar Super Mario Odyssey ou The Legend of Zelda: Breath of the Wild porque eles não têm conquistas/troféus, certo?
“Jogue o que você mais gosta, experimente estilos diferentes de jogos e não se limite só aos que parecem fáceis de platinar, pois isso pode tornar a caça de troféus chata e cansativa. Antes de começar um jogo, procure guias para ter uma noção dos troféus e decidir se aquele game realmente vale a pena, já que a dificuldade de platinar um título é proporcional à paciência necessária para fazer tudo que é preciso”, pontuou Arthur sobre a questão.
“A dica que posso dar para quem quer começar é ter paciência, MUITA paciência, pois quem quer ter muitos pontos de GamerScore terá que jogar muitos jogos ruins. Eu intercalo os jogos ruins e fáceis com os realmente bons. Já faz bastante tempo que não me preocupo mais em completar os jogos ou fazer platina, que no caso do Xbox seria ‘miletar’. (...) Hoje em dia eu não busco colecionáveis, que é uma das coisas que mais odeio nos jogos, ou perco muito tempo tentando fazer as conquistas multiplayer de alguns. Procuro mais me divertir e fazer mais pontos em menos tempo na maior quantidade de jogos possíveis”, ensina ArnaldoDK, que tem um canal no YouTube, atualmente com quase 54 mil inscritos, no qual posta regularmente conteúdo relacionado ao Xbox.
E você, é um platinador/miletador? Como atravessa essa grandiosa saga chamada vida no meio desse vício? Deixe suas próprias dicas para nós aqui embaixo, na seção destinada aos comentários.
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