Como uma cria de dois estúdios experientes – id Software e Avalanche Studios –, RAGE 2 vende a ideia de unir o melhor de dois mundos: a técnica de um bom shooter, oriunda do vasto portfólio da id, e um mapa completamente aberto, que é especialidade da Avalanche.
Uma trouxe ao mundo Doom, Quake e HeXen, além de emprestar a tecnologia de sua engine para Wolfenstein, entre outros títulos. A outra desenvolveu Just Cause e Mad Max, dois jogos com abordagens originais em mundo aberto sob a mesma premissa: oferecer um playground regado a insanidade.
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RAGE 2 tem cara de um e focinho do outro. Enquanto a análise completa não sai, consigo relatar as primeiras impressões do shooter em mundo aberto – dois conceitos que, aqui, não caminham no mesmo passo de qualidade.
Shooter com peso e fluidez – talvez o melhor desde o reboot de Doom
Se enfileirarmos os estúdios de shooters em atividade, nomes possantes passam pela indústria de games: DICE (de Battlefield), Respawn (de Titanfall e Apex Legends), Sledgehammer, Treyarch e Infinity Ward (os três cuidam de Call of Duty), e outros. Mas nenhum – e quero frisar: nenhum – tem o pioneirismo da id Software. Estúdios, me desculpem, mas a id está uns bons anos à frente de vocês quando o assunto é crocância em shooter.
A mesma que lá atrás, no começo dos anos 90, fundada, entre outras pessoas, por John Romero e John Carmack – dois gigantes do mercado –, viria a definir um padrão para jogos de tiro em primeira pessoa.
Um estilo cru, sem temperos, empecilhos ou firulas; é o contrário de gourmetização. São jogos sem frescuras, entregues em formato bruto, e RAGE 2 não tem a menor vergonha de vestir essa carapuça, mesmo que, para isso, deixe toda uma seriedade para trás – ninguém precisa dela aqui.
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A mecânica de tiro do jogo é impecável, não deve nada ao Doom de 2016 ou aos Wolfenstein. Na verdade, o ritmo frenético, que é um dos cartões-postais de RAGE 2, acontece em detrimento de narrativa ou personagens aprofundados, e isso, aqui, jamais é um defeito. A Bethesda honestamente veiculou o título dessa forma em campanhas de marketing cheias de humor.
Já o mundo aberto...
É tão, mas tão gostoso sentar o sarrafo no gatilho que às vezes você se esquece de que a outra metade de RAGE 2 – que cabe à Avalanche – não oferece o mesmo selo de qualidade. Sem muito tamanho, o mundo aberto tem aquela paleta desértica que se recicla por praticamente todo o mapa, cheio de vazios que provocam o insosso sentimento de “ai, lá vou eu dirigir por esse mundo meio meh”.
A competência do combate é completamente destoante da navegação pelo mundo aberto. A dirigibilidade é caseira; você parece estar controlando um “sabonetão” que se desloca para as laterais, como se fosse uma daquelas malas de viagem com rodinhas, guiadas por qualquer lado. O volante de RAGE 2 é bem desengonçado.
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As atividades se expandem pelo mapa conforme você progride na história (curta, aparentemente), embora não ofereçam muita variedade. Mas, sinceramente, não sinto falta de tanta coisa com aquele shooting crocante que o jogo oferece. Basicamente, é tiro, porrada e bomba, e qualquer coisa que vá além disso corre o risco de beirar a barra forçada. Nesse sentido, o jogo é honesto.
Some a isso um tom hilário, conduzido pela roupagem de Mad Max, e RAGE 2 é a id Software provando ser soberana no gênero que ajudou a consolidar. Nenhum outro estúdio, na minha singela opinião, chega perto dessa robustez, que consegue aliar velocidade e peso numa medida incrível. Usar os gatilhos é quase uma massagem aos dedos – no Xbox One X, plataforma em que estou jogando, essa afirmação é legítima.
Um suco de testosterona.
É um jogo que tem aquela cara de nota 75-80? É, mas com um sentimento bem positivo. Estou me divertindo horrores com RAGE 2 e devo postar a análise completa em breve. O jogo já está disponível para PS4, Xbox One e PC.
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