AILA, jogo brasileiro de terror, impressiona com imersão! Veja primeiras impressões
Nós testamos o novo jogo da Pulsatrix Studios na Gamescom Latam. Confira como foi a experiência

Por Derek Keller
14/05/2025, às 08:00
Atualizado em 29/05/2025, às 12:49

Durante a Gamescom latam 2025, tive a oportunidade de testar AILA, um jogo de terror brasileiro que vem chamando atenção desde o seu financiamento coletivo no Catarse. Criado na Unreal Engine 5, o projeto da Pulsatrix Studios, de FOBIA, é ousado e entrega uma ambientação que impressiona desde os primeiros minutos.
Com perspectiva em primeira pessoa, a ideia do jogo é explorar diferentes tipos de medo. Em um mundo futurista, você controla um testador de jogos de uma nova inteligência artificial, que usa seus medos para criar experiências horripilantes e imersivas.

Essa ideia ganha vida com gráficos potentes, que estavam no seu ápice no estande da Nvidia na Gamescom Latam. O foco em iluminação e nos reflexos de água cria um visual perturbador e hiper-realista, que reforça a sensação de estar preso em um pesadelo interativo. A demo rodava em uma máquina parruda, com a poderosa RTX 5090, e o resultado visual era simplesmente hipnotizante.
- Veja também: Entrevista com MaxMRM, diretor criativo de AILA.
Jogo capricha na imersão, dando vibes de Silent Hills e Resident Evil
A atmosfera de AILA remete imediatamente a clássicos do terror. Os corredores escuros e labirínticos lembram P.T. Silent Hills, com aquela sensação constante de que algo está fora do lugar — ou te observando. Os sustos vêm não só do design sonoro (que já comentaremos), mas também da ambientação, que brinca com o psicológico do jogador. A cada porta aberta, parecia que o jogo queria me convencer a recuar, como se eu não devesse estar ali. Esse desconforto é exatamente o que fãs do gênero esperam.

Além disso, o jogo empresta mecânicas conhecidas de Resident Evil, como o sistema de inventário, a combinação de itens e alguns quebra-cabeças que exigem atenção e raciocínio lógico em meio ao caos. Mas talvez o aspecto mais criativo da demo tenha sido a aparição dos manequins — claramente inspirados em Doctor Who. Eles mudavam de posição quando você virava a câmera, criando momentos de tensão genuína. A sensação era de que o jogo estava sempre um passo à frente, prevendo como me assustar.
No entanto, nem tudo funcionou com a mesma precisão. Um ponto que destoou da experiência geral foi a movimentação do vilão principal da demo. Sua presença até era ameaçadora, mas os movimentos robóticos e pouco naturais tiravam parte do impacto. Isso pode ser algo corrigido até o lançamento, mas durante a demonstração foi um elemento que ficou abaixo do restante da experiência.
Som e narrativa impressionam
O design de som, por outro lado, é outro grande destaque. Os ruídos, sussurros e sons ambientes reforçam a imersão e causam aquela tensão constante de que algo está prestes a acontecer. Ainda assim, em alguns momentos foi possível identificar o uso de bancos de sons mais genéricos, o que pode quebrar um pouco a originalidade. São detalhes pequenos, mas que fazem diferença em um jogo que aposta tanto no realismo sensorial.

Vale destacar também que AILA se diferencia por envolver o jogador como parte ativa da narrativa. No papel de um testador de jogo, sua interação com a inteligência artificial A.I.L.A molda as experiências de terror vividas. A promessa é que o jogo aprenda com seus medos, gerando novas situações a cada ciclo. Isso, aliado aos múltiplos cenários que vão de mortos-vivos medievais até seitas ritualísticas, mostra o potencial do game em explorar diferentes subgêneros do terror.
Mais atenção aos apoiadores
Um ponto fora da feira — mas que precisa ser comentado — é a ausência de uma versão da demo para os apoiadores do projeto no Catarse. Eu mesmo participei da campanha e senti falta de uma forma de testar o conteúdo em casa.
Enquanto influenciadores receberam chaves e o acesso foi restrito ao evento, os financiadores, que ajudaram a viabilizar o jogo, acabaram ficando de fora dessa primeira experiência. Uma abertura maior nesse sentido seria mais do que justa com a comunidade que acreditou no projeto desde o início.
Mesmo com algumas arestas a aparar, AILA mostra um potencial enorme como um representante nacional no cenário do terror de nova geração. A combinação de gráficos avançados, atmosfera inquietante e ideias criativas deixa claro que o time por trás do game está mirando alto. Se as promessas de uma IA que aprende com seus medos se cumprirem, AILA pode muito bem se tornar um dos jogos de terror mais interessantes dos últimos anos — não só no Brasil, mas globalmente.
- Confira também: Pagando para trabalhar: Devs brasileiros relatam descaso, problemas e insegurança na Gamescom Latam
Você pode conferir mais detalhes sobre AILA na página do game na Steam. Deixe sua opinião sobre o game nas redes sociais do Voxel!

Por Derek Keller
Apaixonado por cinema e jogos desde criança, sempre foi interessado em criar e estudar sobre bastidores de filmes e séries, caminho que o levou ao audiovisual (uma relação de onze anos). Caso não esteja jogando ou assistindo a algum filme, provavelmente estará escrevendo ou apresentando alguma ideia mirabolante que saiu de sua bagunçada cabeça.
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