IA vai tirar emprego de todos os desenvolvedores em 50 anos, diz Yoko Taro
Segundo Yoko Taro, diretor da franquia Nier, os desenvolvedores da indústria perderão seus empregos para as IA's em até 50 anos; Confira os detalhes!

Por Valdecir Emboava
29/04/2025, às 08:33
Atualizado em 29/04/2025, às 17:18
Tecnologias que envolvem inteligência artificial sempre foram pautas para discussões acaloradas nas redes sociais. Enquanto muitos não negam que é um recurso valioso, outros acreditam friamente que a ferramenta pode tomar o emprego dos profissionais da indústria conforme vai evoluindo. O diretor criativo de Nier, Yoko Taro, por exemplo, projeta que a IA poderá deixar todos os desenvolvedores de jogos desempregados em até 50 anos.
A declaração foi feita em entrevista à Famitsu, enquanto promovia seu próximo jogo, Hundred Line. O lendário desenvolvedor ainda comparou o futuro dos criadores de games ao dos bardos da antiguidade, ressaltando a transformação que a IA pode trazer.

“Acho que a IA deixará todos os criadores de jogos desempregados”, disse ele à Famitsu. “Em 50 anos, os criadores de jogos poderão ser tratados como bardos”.
Segundo Taro, a IA pode evoluir a um ponto em que não precisará de um “criador humano” que cuide do processo
Segundo o diretor, a IA evoluirá a ponto de identificar preferências dos usuários e criar narrativas personalizadas automaticamente, sem a necessidade de um criador humano responsável pelo processo. Taro ainda destacou que o futuro dos jogos pode envolver menos imitação de estilos existentes e mais geração automática de conteúdo.
“Acredito que em um futuro próximo, passaremos de uma era em que precisamos imitar o estilo de nossos criadores favoritos para uma era em que poderemos ter nossos cenários favoritos gerados”, continuou ele.
“A IA determinará as preferências dos usuários e gerará habilmente ramificações de rotas que eles gostariam de ler, e os recursos de recomendação continuarão a melhorar”, concluiu.

Caso não conheça o lendário Yoko Taro, saiba que o desenvolvedor japonês é popularmente conhecido pelo seu trabalho em Nier: Automata, lançado originalmente em 2017 para PS4 e PC, posteriormente para Xbox One e Nintendo Switch.
Certamente, sua visão é de muita relevância e reforça as discussões recentes sobre o impacto da IA nas indústrias criativas — não apenas nos videogames.
IA é uma faca de dois gumes no debate entre executivos da indústria de games
Assim como em outras indústrias criativas, a IA generativa se tornou um tema importante nos videogames, com muitos expressando preocupações sobre o potencial de levar à perda de empregos e ao plágio generalizado.
O diretor de Kingdom Come: Deliverance 2, Daniel Vávra, disse recentemente que espera que a IA ajude a acelerar o processo de criação de jogos, porque ele tem “mais ideias do que tempo”.
Já o CEO da Take-Two Interactive, Strauss Zelnick, também compartilha de uma visão parecida. O executivo afirmou recentemente que não só acredita que a IA não levará à perda de empregos, como também acredita que poderá levar ao aumento de empregos. Além disso, ele afirmou não conseguir pensar em nenhuma nova proteção que possa ser necessária para blindar os desenvolvedores.

Enquanto isso, Josef Fares, diretor de It Takes Two e Split Fiction, acredita que os desenvolvedores devem trabalhar junto com a IA. Para ele, o futuro da tecnologia nos jogos é "assustador e muito emocionante" ao mesmo tempo.
E você? Qual sua opinião sobre o uso de IA’s na criação de jogos e outras mídias da indústria do entretenimento? Conte para a gente nas redes sociais do Voxel!

Por Valdecir Emboava
Especialista em Redator
Jornalista especializado no mercado de games com mais de sete anos de experiência. Perfil ENFP-T.
Fontes
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