Oxenfree 2: Lost Signals nos prende em mais do que loops temporais - Análise

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Imagem: Netflix/Reprodução

Bastante aclamado em 2016, Oxenfree era um prato cheio para os fãs de jogos indies cheios de puzzle e com uma história misteriosa. Após 7 anos, a desenvolvedora Night School se propôs a nos levar novamente para a cidade de Camena, onde os sinais de rádio continuam a trabalhar de forma misteriosa com a ilha Edwards e os fantasmas que vivem por lá. As grandes dúvidas que muitos podem ter é se Oxenfree 2: Lost Signals consegue oferecer uma experiência tão divertida e intrigante quanto a original e se conserta alguns dos tropeços que encontramos no primeiro game. É claro que a gente te conta tudo isso em detalhes no nosso review logo a seguir!

Novo, mas familiar

Logo de cara, fica bem claro que o estilo de jogo de Oxenfree 2 é muito similar ao seu antecessor. Nós essencialmente passamos o tempo todo explorando o mapa, conversando com algumas pessoas e resolvendo alguns puzzles que envolvem certos dispositivos analógicos. Isso é um ponto muito importante de frisar logo no início desta análise, já que se você não for muito fã de andar e conversar, esse provavelmente não será o jogo ideal para passar o seu tempo.

Oxenfree 2, assim como o primeiro game, foca bastante na história e nos seus personagens, então os elementos mais interativos de gameplay são realmente mais escassos. Isso está longe de ser algo ruim, ainda mais porque essa parte do game é muito bem construída e cativante. A melhor parte é que não é necessário ter jogado o primeiro Oxenfree para aproveitar a sua sequência, já que a trama funciona muito bem independente do que você sabe sobre o game original.

Ainda assim, eu recomendo bastante que você jogue Oxenfree antes de experimentar Oxenfree 2 se for possível. O primeiro jogo é bem baratinho, pode ser concluído em menos de 5 horas, está disponível em diversas plataformas e conhecer sua história e seus personagens ajuda bastante a entender melhor ou, pelo menos, a apreciar certas coisas que acontecem na sequência.

De volta para o futuro (e passado)

Considerando que Oxenfree 2 é um jogo que se apoia bastante em sua trama, não vamos revelar ou mostrar muito do que acontece ao longo do jogo, mas há alguns pontos essenciais para saber antes de iniciar sua aventura. Desta vez, você estará no controle de Riley, que aceitou um emprego recentemente em Camena, a cidade onde nasceu e cresceu, após passar muito anos fora. O trabalho parece simples à primeira vista, já que Riley só precisa colocar alguns transmissores em pontos altos da cidade para descobrir o que está causando certas interferências com os sinais de rádio do local.

Ela faz isso com seu novo colega, Jacob, um homem que nunca saiu de Camena e que sonha em realizar algo mais importante com sua vida algum dia. Assim que ela coloca o primeiro transmissor para funcionar, algo bizarro acontece com os sinais de rádio e um portal misterioso aberto logo acima da ilha Edwards, onde os eventos do primeiro game ocorreram. É nesse ponto que nos encontramos em uma trama que envolve fantasmas, viagens temporais e uma seita local.

O terror analógico volta ainda mais interessante em Oxenfree 2: Lost SignalsO terror analógico volta ainda mais interessante em Oxenfree 2: Lost Signals. Fonte:  Netflix/Reprodução 

Boa parte do que acontece a partir desse momento é decisão sua, já que você escolhe de que forma agirá e o que vai dizer para os outros personagens ao seu redor. Alguns desses personagens aparecerão naturalmente em seu caminho enquanto outros vão se comunicar à distância via walkie talkie, te pedindo ajuda com algo ou certos conselhos. Sem revelar muito, posso dizer que achei os personagens deste jogo bem mais interessantes e com um desenvolvimento melhor do que o título anterior. O que não mudou é que, em muitas ocasiões, é difícil saber qual é maneira certa de agir, então você pode se encontrar repetindo a mesma cena diversas vezes só pra ver como os eventos se desenrolam.

Felizmente ou infelizmente, dependendo do que você prefere, não há como salvar o jogo manualmente ou criar uma cópia dos dados salvos em um momento específico para fazer esses experimentos. Então, ou você passa alguns minutos refazendo o mesmo cenário até chegar ao momento da decisão importante ou se contenta com sua primeira ou segunda escolha. Como várias dessas escolhas vão ter um significado maior no longo prazo, acaba sendo melhor deixar as coisas acontecerem e aproveitar a sua aventura única do que tentar criar uma história sem falhas.

Andando em círculos

Algo que era um pouco irritante no primeiro jogo e que continua a ser um problema em Oxenfree 2 é a nossa movimentação pelo mapa. Ver certos lugares pela primeira vez faz a caminhada valer a pena, mas ter que ficar andando de um lado para o outro e retornando à certas partes do mapa múltiplas vezes se torna algo cansativo bem rápido. Não há nenhum tipo de viagem rápida neste título, então se precisar passar por um ponto específico pela terceira vez seguida, só te resta andar até lá de novo.

Isso já é algo chato para quem só se interessa em fazer as coisas obrigatórias para seguir a trama do jogo, mas se torna quase insuportável para quem se interessar em pegar os colecionáveis espalhados por Camena ou em fazer as missões secundárias que alguns NPCs te sugerem. Na reta final de Oxenfree 2, há um aviso de que se você entrar em uma certa área, não haverá como voltar e o jogo te sugere concluir todos os outros objetivos antes de prosseguir. Neste momento, eu queria terminar de encontrar as cartas colecionáveis e fazer duas missões que ainda restavam, mas depois de caminhar por 10 minutos sem rumo, deixei tudo para trás e decidi que era melhor só zerar o jogo.

Os puzzles podem não ser tão frequentes, mas são muito divertidosOs puzzles podem não ser tão frequentes, mas são muito divertidos. Fonte:  Netflix/Reprodução 

Como não há maneira de criar um dado salvo desse momento manualmente, conforme já mencionamos, eu precisaria jogar o game inteiro novamente para concluir esses outros objetivos. Talvez algo como uma seleção de capítulos se dividindo nas decisões mais importantes do jogo já poderia ajudar bastante a resolver isso, dando mais motivação para o jogador voltar para Oxenfree 2 e testar caminhos diferentes em suas escolhas. Mesmo uma opção de viagem rápida para locais já visitados poderia ser o suficiente para isso, já que boa parte das 6 horas que passei jogando foram gastas em caminhadas.

Terror analógico

Felizmente, o diálogo, os personagens e os puzzles que você encontra no caminho são bons o suficiente para fazer essas longas horas à pé valerem muito a pena. Apesar do game não ter uma dublagem em português, ele possui legendas muito bem localizadas em nosso idioma, algo mais do que importante para um jogo tão dependente em narrativa como esse. Conforme a gente falou mais cedo, os puzzles seguem uma pegada mais analógica, então você passará um bom tempo brincando com sinais de rádio, monitores e frequências estranhas.

Outro grande ponto positivo é que, como o estúdio Night School foi adquirido pela Netflix em 2021, todos os assinantes do serviço de streaming poderão jogar Oxenfree 2 de graça em dispositivos Android e iOS. Além dessas plataformas mobile, o jogo também será disponibilizado no PS4, PS5, PC e Nintendo Switch no seu lançamento, neste dia 12 de julho.

Vale a pena?

Oxenfree 2 pega muitos elementos emprestados de seu antecessor, uma decisão que é parcialmente boa e que faz sentido, já que esta é uma sequência direta e boa parte do design funcionava muito bem no jogo original. O problema disso é que certos problemas ainda continuam aqui, pelo menos no que se refere ao ritmo mais lento das caminhadas e ao fato de que não há nenhuma maneira de viajar rapidamente a lugares que você visitou previamente. Isso tira a vontade de rejogar a aventura com decisões diferentes e de concluir missões secundárias que exigem mais caminhadas, algo que parece ser o efeito inverso que os desenvolvedores gostariam de causar com um título desses.

As falhas de Oxenfree 2 definitivamente não são o suficientes para ofuscar sua experiênciaAs falhas de Oxenfree 2 definitivamente não são o suficiente para ofuscar sua experiência. Fonte:  Netflix/Reprodução 

Só que todo o resto que envolve esse jogo consegue ser tão cativante que esses tropeços, que poderiam ser resolvidos em uma atualização, não são poderosos o suficiente para ofuscar o brilho das assustadoras frequências de rádio, fantasmas desesperados e os personagens carismáticos que encontramos (ou reencontramos) no caminho. Oxenfree 2: Lost Signals pode não ser perfeito, mas com certeza vai te prender em muito mais do que apenas nos seus loops temporais.

Nota do Voxel: 88

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