Monster Hunter Stories 2: Wings of Ruin é o que Pokémon deveria ser

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Monster Hunter é um franquia que já percorreu um longo caminho. A série japonesa de monstros teve início em 2004, e lá na terra do sol nascente foi um sucesso estrondoso desde o lançamento. Do lado ocidental da Terra, a franquia demorou um pouco mais para atingir a popularidade. Atualmente, podemos dizer que pouca gente que curte games nunca ouviu falar de Monster Hunter.

Em 2016, a franquia pensou em ousar, sair da zona de conforto e lançou um spin-off para a série, um título totalmente diferente do que a galera estava acostumada. Invés de descer a porrada nos monstros e arrancar suas partes para fazer armas e armaduras, o foco era em criar um vínculo entre os monstros e os caçadores - aqui chamados de montadores (é realmente, parece bem menos agressivo).

Assim nascia Monster Hunter Stories, que se tornaria algo bem mais próximo daquele outro jogo japonês de monstrinhos (sabem de qual eu estou falando, né?) Mas estamos aqui para falar de Monster Hunter Stories 2: Wings of Ruin que chega para o Nintendo Switch e para PC no dia 9 de julho.

Confira também nossa vídeo análise:

Antes de começar…

Recebemos o jogo há pouco tempo, por isso ainda não deu muito tempo para explorarmos o endgame então essa análise vai ser realizada de uma maneira diferente: vou dar uma nota para o que eu joguei até agora e até depois do lançamento voltarei aqui com ainda mais conteúdo e atualizo o texto. Então, sem mais delongas, vamos para a análise de Monster Hunter Stories 2: Wings of Ruins. 

Um mundo novo de aventuras

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Quando fiz aquela brincadeira comparando o Monster Hunter Stories 2 a Pokémon, é preciso entender uma coisa: esse spin-off lembra a franquia do Pikachu de certa maneira, mas está longe de ser uma cópia ou não ter uma identidade própria. Muito pelo contrário, se tem uma coisa que Monster Hunter Stories 2 tem é personalidade.

Principalmente na hora das batalhas, que são totalmente diferentes dos games da franquia original. Enquanto em World ou Rise utilizam o sistema de RPG de ação em terceira pessoa, Stories utiliza o sistema de turnos na hora da pancadaria. Só isso já seria uma grande mudança, mas existem muitas outras coisinhas que dão tornam Stories 2 uma experiência quase que completamente diferente dos games da franquia principal.

Temos que pegar… digo... lutar

Já que citei as batalhas como ponto principal de diferenciação de Monster Hunter Stories 2, vamos começar falando delas. Os embates seguem um sistema de turnos, em que os mais rápidos atacam primeiro, nada que não já tenhamos visto em dezenas de JRPGs por aí, entretanto, seguindo a herança deixada pelo primeiro jogo, Wings of Ruin mantém o sistema jo-ken-pô.

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Vou tentar explicar isso de uma maneira simples: quando você e seu alvo estão mirando um no outro diretamente, entramos em algo que se chama confronto direto. Nesse confronto direto existem três tipos de ataque: Força, Velocidade e Técnico, cada um desses tipos tem uma vantagem e uma fraqueza em relação ao outro. Força vence técnica que vence velocidade que por sua vez vence força, formando assim um ciclo, como se fosse um jogo de “Pedra, Papel e Tesoura”

Durante as batalhas, você vai sempre estar acompanhado pelo seu monstie e por um colega de batalha que também vai ter um bicho companheiro – só para deixar claro, “monstie” é a denominação que dão para os monstros domados por um montador.

Uma linha no chão mostra em quem cada adversário está mirando, então basta ganhar um confronto direto para que você garanta um bônus de dano no adversário, mas se você perder, quem vai tomar o dano extra é você.

Além disso, ao vencer o confronto você também carrega um medidor, que permite utilizar habilidades, tanto do personagem principal quanto dos monsties. Esse medidor funciona mais ou menos como uma barra de mana, cada habilidade, seja do seu personagem ou do monstie tem um custo.

03Ali circulado em vermelho está o medidor de habilidade

Caso consiga encher totalmente seu medidor de afinidade, você poderá montar no seu monstie e utilizar golpes poderosíssimos como se fossem uns especiais. O mais legal é que cada monstro tem o seu ataque assinatura, totalmente diferente uns dos outros, por isso dá vontade de usar todos para ver as animações. Se o seu companheiro de batalha também estiver montado no monstie dele é possível usar um golpe especial combinado.

Não pense que só isso resume o sistema de batalha do game, existem várias complexidades na hora de sair na porrada franca com os inimigos, como o ataque duplo, que consiste em um ataque combinado poderoso entre você e um dos monstis (podendo ser o seu ou o do seu colega de batalha) ou o tipo de arma que você usa para atacar alguma parte específica do monstro, ou Duelos, que nada mais são do que Quick Time Events no meio das batalhas para dar um dinamismo extra.

04A briga de cabeças é um dos QTEs que podem rolar no meio das batalhas

Existem dezenas de nuances em Wings of Ruin que fazem com que cada batalha seja completamente diferente da anterior, eliminando aquele fator chato de repetição que esses RPGs podem trazer. Mesmo assim, quando estamos muito avançados no game não queremos perder tempos com batalhas menos importantes, pensando nisso o game conta com um sistema de aceleração que torna a batalha até 3x mais rápida.

Caso você já esteja muito forte para os bichos de alguma área o jogo vai te dar uma colher de chá ainda melhor, a opção de “término rápido” vai aparecer na tela e basta apertar apertar os botões indicados (no Switch são os gatilhos) para acabar com a luta instantâneamente e receber todo o loot.

No término de cada luta você vai receber pontos, como se fossem “stylish points”, e dependendo da sua performance vai receber uma nota de “D” à “S”, quanto maior sua nota, mais itens você vai receber no final da luta e mais material você terá para fazer suas armas e armaduras.

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Até agora, na maior parte do tempo, não tive problemas com a dificuldade do jogo. Ele não é tão punitivo, se todo o seu HP ou o HP do seu monstie se esvair, você perde um coração, de um total de três, você só realmente é derrotado se perder todos. Isso só aconteceu comigo uma vez até agora quando eu fui me meter a engraçadinho com um tipo de monstro conhecido como “real” que são criaturas bem poderosas - no caso eu acabei dando de cara com um Monoblos, uma versão do Diablos com um chifre só que acabou comigo rapidamente.

Depois desse trauma, eu aprendi minha lição e mais pra frente eu encontrei um Tigrex Real e dei um jeitinho de não incomodar o bichão.

Uma história mais trabalhada

Monster Hunter Stories 2, como o próprio nome diz, tem uma história. Podemos dizer com certeza que ele foca muito mais na narrativa do que nos games da série principal . Eu estou com mais de 24 horas de jogo e ainda não terminei, mas o que do que acompanhei até agora é bem mais envolvente do que tudo o que a franquia trouxe anteriormente.

Os personagens tem um destaque maior, principalmente quando falamos de Navirou, o gato com cara de bolacha que anda atrás de você o tempo inteiro. Ele é um personagem que fez parte do primeiro Stories e está retornando aqui. Mas, existe um porém aqui que me incomoda um pouco e é algo que jogos com focos em narrativa não deveriam fazer, na minha humilde opinião: Seu personagem é mudo, ele apenas balança a cabeça e concorda ou discorda com o que está sendo dito deixando toda a parte da interação para o gato falante.

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Lootear para vencer

Existe um ponto em que a franquia principal de Monster Hunter e Stories se conversam, na hora da forja. Assim como em jogos anteriores de MH, em Wings of Ruin você precisa lootear para fazer as melhores armas e armaduras.

Aqui as coisas são mais simples, invés de precisar de partes específicas de um monstro para fazer um equipamento, cada pedaço que você pega dele vale uma pontuação, para fazer um item você precisa chegar a uma certa pontuação, atingindo esse requisito você estará pronto para ser o mestre da forja. Esse sistema é muito mais amigável e pelo menos até onde estou ainda não me frustrou por não conseguir uma maldita gema de serpe (quem joga World ou Rise vai entender meu drama)

Sua coleção de monsties

Além de precisar "lootear", você também vai precisar de uma boa equipe para enfrentar os perigos do mundo. Existem vários ninhos de monstros espalhados e esses ninhos tem ovos. Podemos entrar sorrateiramente, roubar um e sair correndo, depois é só ir para o estábulo para chocar seu ovo e dar “olá” para seu novo companheiro.

Cada cor de ovo representa um monstro, então depois de um tempo você vai acabar decorando de qual bicho é cada ovo. Existe também uma mecânica de ovos raros, Navirou tem um olfato poderoso e consegue distinguir qual ovo é melhor que o outro só pelo cheiro, quando ele detectar um ovo com potencial, o objeto vai brilhar e quer dizer que está na hora de sair correndo do ninho antes que a mamãe monstro chegue.

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É interessante sempre manter uma equipe de monstros bem diversa com você e não só por causa das batalhas. Cada raça de monstro tem habilidades especiais que podem ajudar muito na hora de explorar os ambientes, por exemplo, o Ludroth Real pode nadar, o Kulu-Yaku, pode detectar tocas e ninhos, o Velocídrome pode saltar enfim, monte sua equipe de acordo com o que você precisar para cada exploração.

Essa parte de explorar inclusive é bem mais livre do que nos games da franquia principal. Aqui, você não decide um mapa e fica nele por um tempo determinado por uma missão. Monster Hunter Stories 2 conta com várias áreas abertas e livres que você pode visitar a hora que você quiser usando a viagem rápida, ou melhor, a GATOVAN – eu adorei esse nome – basta abrir o mapa e selecionar os pontos de Gatovan que você já liberou e pronto, simples e eficaz, mas não tão rápido já que os loadings são um pouquinho demorados.

Depois de um tempo, você também vai adquirir o “Ritual do Legado”, que assim como no primeiro Monster Hunter Stories, permite que você pegue as habilidades de um monstro e passe para o outro como se você os fundisse é um sistema que vai permitir fortalecer seus monstros do jeito que você achar melhor dando um toque de personalização bem legal para a sua equipe.

Até agora, vale a pena?

Monster Hunter Stories 2 tem me surpreendido positivamente, ele é sim bem diferente da franquia principal, mas do seu jeitinho, ele está me cativando bastante. Sendo muito sincero, eu não pensei que iria me divertir tanto fazendo essa análise, tanto que eu só ia postar bem depois do embargo, já que não tive tempo suficiente ainda para terminar o jogo realmente e aproveitar o endgame, mas eu realmente me empolguei com a aventura.

É claro que ele ainda não está livre de problemas como bugs: teve um que me fez atravessar o chão (clássico esse, não é?) e me obrigou a reiniciar o jogo, mas foi o único que eu realmente vivenciei.

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A beleza está nos olhos de quem vê... mas...

Falando de gráficos, Wings of Ruin tem essa pegada bem mais cartunesca e não chega nem aos pés de Monster Hunter Rise - que na boa eu acho que é bruxaria, porque que jogo bonito, mesmo em um console menos potente como o Switch. Infelizmente, esse não é o ponto forte de Stories 2, os modelos dos monstros são bem feínhos. É obviamente uma evolução quando comparamos com o primeiro Stories, mas ainda não dá pra dizer que é lá muito bonito. Os personagens e armas são até mais bem desenhados com modelos mais legais, mas os cenários e as texturas deixam um pouco a desejar

Entretanto, se levar em consideração o quanto estou me divertindo com o game, nem me importo tanto assim com os gráficos, contanto que eu não encontre outros bugs daquele jeito de novo.

Ainda faltam alguns elementos para explorar melhor em Stories 2, como o coop online e o endgame, nesse momento, o jogo é um 97 sólido, com uma leve perda de nota só por conta dos gráficos e da draw distance, que apesar de ser bem melhor do que em Pokémon Sword and Shield por exemplo, ainda é meio ruinzinha.

Essa foi a nossa análise de Monster Hunter Stories 2: Wings of Ruin, espero que vocês tenham gostado e comentem aí se tiverem qualquer dúvida em relação ao jogo, me adicionem também nas redes sociais @ruansegretti no insta e @segrettiruan no Twitter.

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