Alex Kidd in Miracle World DX traz doses cavalares de nostalgia!

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Imagem: SEGA

Nossos leitores mais jovens podem não lembrar ou sequer saber disto: mas Alex Kidd já foi um dos maiores heróis dos video games e a principal mascote da SEGA! Nos tempos do Master System, o garoto orelhudo estava em alta e estrelava diversas aventuras próprias, spin-offs e até crossovers com outros jogos da produtora.

Porém, Alex Kidd acabou perdendo quase todo o seu espaço depois que a SEGA lançou Sonic the Hedgehog no Mega Drive. Depois disso, fora uma última empreitada solo na mesma geração, o personagem ficou limitado a fazer uma ou outra rara aparição como coadjuvante em jogos de esporte, parecendo fadado ao esquecimento.

Eis que, em junho de 2020, a Jankenteam e a Merge Games anunciaram Alex Kidd in Miracle World DX, um remake do mais celebrado jogo do herói! Feito por e para fãs, ele parece um título sob medida para deixar qualquer jogador das antigas sorrindo de orelha a orelha. A convite de sua assessoria nacional, tivemos a oportunidade de jogar antecipadamente três fases do jogo e mergulhar em nostalgia. Confira as nossas primeiras impressões a seguir.

Uma relíquia de outros tempos

A boa notícia é que Alex Kidd in Miracle World DX é extremamente fiel ao jogo lançado originalmente em 1986 e a má é justamente a sua incrível fidelidade. No entanto, isso é algo que pode acabar alienando uma boa parcela do público, mais acostumada aos modernos jogos de ação e a plataformas, cujo ritmo e estrutura é completamente diferente.

Alex Kidd é uma relíquia de outros tempos, com dose elevada de dificuldade, inimigos que o matam com apenas um golpe, forçam-no a retornar até o começo da fase, com hitbox bem sensível e que exige muita precisão, aprendizado, tentativa e erro até ser totalmente dominada.

Compare a seguir a primeira tela de jogo: primeiro no visual moderno na versão DXCompare a seguir a primeira tela de jogo: primeiro no visual moderno na versão DX.Fonte:  SEGA 

Afinal, salvo por raríssimos power-ups, o grosso do combate é feito com os próprios punhos do herói, que emblematicamente crescem na hora de desferir socos. Por mais que algumas melhorias de qualidade de vida tenham sido aplicadas, esse ainda é essencialmente o mesmo jogo de mais de 3 décadas atrás, com tudo de bom e ruim que isso significa.

Admirável mundo velho

Na build de teste que recebemos, era possível jogar apenas três fases: o Monte Eterno, as Planícies Marmóreas e a Aldeia de Namui, tudo localizado em "bom português". Elas representam, respectivamente, as duas primeiras fases do jogo original e outro nível mais intermediário. Juntas, elas acabam servindo como uma boa amostra de todas as mecânicas que o aguardam na jornada.

A versão DX rodando a primeira tela de jogo com visual retrô, mantendo as melhorias de qualidade de vidaA versão DX rodando a primeira tela de jogo com visual retrô, mantendo as melhorias de qualidade de vida.Fonte:  SEGA 

O Monte Eterno é um dos níveis mais interessantes e marcantes justamente por atirar os jogadores em uma fase com scroll vertical, onde Alex precisa descer uma montanha repleta de inimigos. Nela, o jogador descobre como funcionam os diferentes blocos do cenário, desde aqueles que atordoam Alex por alguns segundos até as plataformas coloridas que podem invocar aleatoriamente poderes ou mesmo a morte, a qual perseguirá o herói implacavelmente até tomar sua vida.

O mais legal é que já no fim dessa descida o mesmo nível se transforma em uma fase de água. Diferente de outros títulos da época, eu sempre achei o gameplay marítimo de Alex Kidd muito bom e divertido, foi ótimo poder reviver as suas mecânicas de nado, combatendo inimigos conforme subimos e descemos pela tela com precisão.

Embora as Planícies Marmóreas possam ser jogadas a pé, a graça aqui é entrar na primeira lojinha do cenário e comprar uma moto. Com ela, o herói consegue cortar o cenário a toda velocidade, quebrando automaticamente os blocos em seu caminho e ficando invulnerável aos inimigos. A única fraqueza dos veículos são os blocos vermelhos: basta um leve toque neles para perder a carona.

A mesma tela vista no jogo original. Repare na baixa resolução, falta de NPC e ausência de indicativos visuais sobre itens e vidas de Alex KiddA mesma tela vista no jogo original. Repare na baixa resolução, na falta de NPC e na ausência de indicativos visuais sobre itens e vidas de Alex Kidd.Fonte:  SEGA 

O jogo oferece dois tipos de chefe ao final de alguns níveis: nas Planícies, o desafio é vencer partidas de pedra-papel-tesoura em um sistema de “melhor de três”; enquanto o embate final na Aldeia de Namui é contra um boi que corre sem parar da esquerda para a direita da tela, em um padrão bem previsível, bastando acertar alguns socos nele ou, melhor ainda, equipar um anel para poder desferir tiros de longe a fim de derrotá-lo.

E o que tem de novo?

Quem viveu os anos 1980 em toda a sua glória videogamística já deve saber de cor tudo o que falamos no subtítulo anterior, mas o que há de inédito para essas pessoas na versão DX?

Para começar, por mais que seja tudo extremamente familiar, o jogo não é uma exata réplica 1:1 do original. A tela de jogo foi atualizada para mostrar mais claramente quantas vidas restantes o gamer ainda tem, além de indicar se possui algum item equipável.

Diálogos mínimos foram adicionados aqui e ali, com direito até a alguns NPC petrificados para interagir e aprender um pouco mais sobre a história do jogo. Como a maioria dos diálogos é facultativa, isso não atrapalha em nada o ritmo da aventura e acaba sendo um bônus bem-vindo.

Pequenas cenas de transição bem fofas foram criadas para a versão DX de Alex Kidd in Miracle WorldPequenas cenas de transição bem fofas foram criadas para a versão DX de Alex Kidd in Miracle World.Fonte:  SEGA 

Naturalmente, todo o visual foi repaginado, com cenários de fundo mais vibrantes dando lugar aos antigos quase monocromáticos. Não é algo que vai tirar o seu fôlego ou redefinir os nossos padrões de excelência visual, mas a direção de arte encaixa bem com o tom esperado no universo de Alex Kidd.

O que mais me agradou foram as pequenas cenas de transição. Nelas sim o visual cartunesco salta mais aos olhos, sendo difícil de não se sentir cativado pela fofura de Alex e até de seus inimigos, seja nas cenas em que o herói come um bolinho de arroz entre as fases, seja celebrando a vitória no jokenpô.

Tradição vs. inovação

Com apenas um clique você pode alternar entre os gráficos mais modernos e os clássicos, mas a transição não é tão rápida quanto a vista em outros remakes recentes, como Diablo 2 Resurrected, que salta instantaneamente entre o visual tradicional e o mais recente. No Alex Kidd in Miracle World DX, acontece um carregamento de pouco menos de 1 segundo durante a transição na tela.

Ao saltar entre as duas versões, a trilha sonora também muda. Como grandes fãs do trabalho clássico do compositor Tokuhiko Uwabo, não gostamos tanto das reinvenções das músicas, mas talvez seja por pura nostalgia, já que passamos centenas de horas de nossas vidas ouvindo o material clássico. Espero que na versão final seja possível misturar o visual moderno com a trilha original.

Como essa demonstração foi bem rápida de ser concluída, algo natural considerando que o jogo de Master System também é bem curto, acabou ficando aquele "gostinho de quero mais", mas também um certo temor de que o produto final acabe não agradando tanto assim aqueles jogadores que já não eram tão fãs de Alex Kidd antes de iniciar o jogo.

Veremos como o produto final vai se sair em 24 de junho de 2021, quando Alex Kidd in Miracle World DX será lançado para PC, Nintendo Switch, PlayStation 5, PS4, Xbox Series X|S e Xbox One. Então, como estão as suas expectativas para esse jogo? Comente a seguir!

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