Cartel Tycoon não te ensina a ser um grande mafioso

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Imagem: Cartel Tycoon

Algumas das organizações criminosas mais ricas e temidas do mundo são os cartéis. E pode ser aquele grupo de empresas que se unem para controlar um mercado, prejudicando consumidores pela falta de concorrência no preço, mas também aquela facção que se reúne para vender drogas.

Os cartéis ganharam fama na década de 1980. O de Sinaloa, comandado por "El Chapo", no México, até hoje é conhecido pelos trabalhos no narcotráfico. Pablo Escobar ficou famoso por comandar um dos maiores cartéis do mundo, na Colômbia, e até ganhou série na Netflix. Faltava aparecer um cartel na tela dos games, mas isso não é mais problema.

Chegou ao mercado Cartel Tycoon, game desenvolvido pela Moon Moose e publicado pela tinyBuild, responsável por Hello Neighbor e Graveyard Keeper e pelo excelente Not for Broadcast. Como o próprio nome do jogo diz, o player deve desenvolver seu cartel e tentar ser um dos criminosos mais famosos do mundo.

O título tem alguns modos de jogo, como o História, no qual há um tutorial pomposo para aprender todas as artimanhas do crime. Já no mundo aberto, a missão é fazer o que bem entender e arcar com as consequências do crime. O último é o modo multiplayer, que ainda não está disponível.

Começando do nada

Inspirado em eventos históricos da década de 1980, o protagonista é César Garcetti, um cara desesperado para arranjar um trabalho; ao encontrar um interessante, resolve saber mais sobre o serviço. Quando liga para o contato, um traficante de drogas se apresenta e oferece o gerenciamento de um esquema de entorpecentes. Missão aceita!

O chefe será o guia do início da aventura, ensinando tudo para construir uma rede criminosa de sucesso, lavando dinheiro e criando rotas para o envio de drogas. Logo no início, o jogador entende a diferença de dinheiro sujo e limpo e qual é a importância de cada um na aventura.

O gerenciamento é simples e bem intuitivo. Tudo gira em torno da produção de drogas e da lavagem de dinheiro. No começo, é necessário construir fazendas para produzir ópio, mas é possível distribuir cannabis seca, cocaína e metanfetamina para os clientes.

Cartel Tycoon traz algo importante para a estratégia de jogo. A possibilidade de fazer tudo manualmente proporciona uma interatividade total com a logística, o que é excelente, pois impede gargalos automáticos e diminui a possibilidade de futuros problemas logísticos. Pistas de pouso, postos na fronteira e portos auxiliam a aquisição do dinheiro sujo.

Imagine que a produção não esteja gerando uma logística adequada para um centro de distribuição. Para resolver o problema, basta utilizar o personagem e orientá-lo a fazer o caminho necessário para que tudo seja arrumado. As mecânicas são simples e bem intuitivas. As fazendas e os armazéns são fundamentais para a produção e a distribuição das drogas.

Para lavar o dinheiro, é necessário construir empresas de táxi, hotéis, cassinos, entre outros. Como diz o chefe: "Dinheiro sujo é como carvão, serve como combustível, mas deixa um rastro gigantesco”. A grana ilegal serve como capital de giro, mas é preciso tomar cuidado, já que a polícia está de olho nas instalações. Caso isso aconteça, uma verdadeira varredura pode ocorrer no local, fazendo que tudo seja descoberto.

Ao ser investigado, cada local diminui a produção de dinheiro sujo. O ideal é desabilitar a área de atuação e deixar de receber alguma grana extra para o crescimento do cartel. Também deve-se ficar esperto com os rivais, que podem tomar as instalações e atrapalhar os negócios.

Ajuda extra

Em Cartel Tycoon, é possível contratar funcionários para ajudarem na manutenção e na distribuição de drogas. E alguns deles têm características de combate que podem ajudar no controle das bases. Também é importante ter um bom gerenciamento de todos os locais de trabalho, pois se não houver dinheiro para manutenção o local ficará paralisado até a chegada do dinheiro necessário para seu funcionamento.

Os funcionários, chamados de tenentes, também ajudam na obtenção de postos de controle dos rivais, por isso é ideal fazer um bom gerenciamento de cada um deles para utilizá-los da maneira correta.

Nem tudo são flores

Por mais que tenha um gerenciamento simples e de fácil entendimento, Cartel Tycoon se torna repetitivo com pouco mais de 3 horas de jogo. Os desafios são pequenos e a inteligência artificial dos inimigos é fraca.

Os gráficos são simples, com uma pegada parecida com a da série Trópico, mas sem a vivacidade encontrada no título da Kalypso Media. O problema parece ser a utilização de cores pesadas, que geram dificuldade na leitura do mapa e em toda a interatividade.

A trilha sonora também é fraca e não ajuda o jogador a ter a imersão proposta. Cartel Tycoon fica longe de demonstrar o encontrado na década de 1980 e não passa muito a sensação de ser um grande mafioso.

Vale a pena?

Cartel Tycoon tem chance de ser o primeiro passo para futuros jogos de cartéis que podem surgir no mercado. Seu ideal simples pode ajudar os jogadores casuais a se interessarem por games de gerenciamento, mas deve afastar os mais hardcore. Há qualidades, mas também defeitos que afastam o jogador dos desafios e de se entreter com a história.

Nota: 65

Pontos positivos

  • Legendas em PT-BR
  • Fácil de jogar

Pontos negativos

  • Repetitivo
  • Sem imersão
  • Trilha sonora ruim

Lavar dinheiro nunca foi tão fácil

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