Primeiro Resident Evil faz 21 anos; conheça 8 curiosidades sobre o game

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Nesta quarta-feira, 22 de março, uma das franquias mais queridas da indústria comemora 21 anos. É Resident Evil, da Capcom, cujo primeiro jogo foi lançado nesta data para o PlayStation 1 no Japão — para logo depois ganhar o mundo e se tornar uma das marcas mais fortes da desenvolvedora.

Se hoje Resident Evil está mais que estabelecido e até revigorado, graças a Resident Evil 7, eram muitas as dúvidas na cabeça da equipe em 1996. Afinal, o gênero do terror não era exatamente um sucesso de vendas na época. Uma equipe de elite presa em uma casa bizarra cheia de zumbis, cachorros infectados e outras criaturas? Pois é, não era exatamente uma fórmula garantida.

Felizmente, a missão de Chris Redfield, Jill Valentine, Albert Wesker, Barry Burton, Rebecca Chambers e outros entrou para a história da indústria, alçando também o criador da franquia, Shinji Mikami, a um alto patamar entre os diretores do mundo dos games. Para assoprar as velinhas juno com a Capcom, a seguir você confere algumas curiosidades a respeito desse primeiro título da saga — que, mesmo já completamente datado e substituído por um excelente remake, ainda tem seu valor histórico inestimável.

1) Biohazard ou Resident Evil?

Como você deve saber, o nome original da franquia, como ela foi lançada no Japão, é simplesmente "Biohazard". Porém, a Capcom já sabia que teria problemas judiciais se fosse trazer a marca para o Ocidente — mais especificamente nos Estados Unidos. Um jogo em DOS já existia com esse nome mais um subtítulo, e uma banda de hardcore também já fazia relativo sucesso local com a alcunha de "Biohazard".

A solução? Um concurso interno em que os próprios funcionários sugeriram os títulos possíveis. "Resident Evil" foi o escolhido pela equipe de marketing, especialmente por ser um game em uma mansão. Segundo o Gamesradar, o nome não foi uma unanimidade entre a equipe, sendo considerado "super cafona" pelo gerente de comunicações da época, Chris Kramer.

2) Lar doce lar

Essa é mais conhecida, mas vale a pena repetir. Resident Evil é um apanhado de referências de cinema e literatura de terror, mas um dos principais "pais" do game é outro jogo. Sweet Home (NES, 1989) é baseado em um filme oriental ainda mais obscuro e foi a grande base da Capcom para o novo projeto.

A estrutura do game foi bastante aproveitada: pessoas com itens especiais que precisam ser muito bem gerenciados (tipo Lockpicks, itens de cura e isqueiros) em perigo dentro de uma mansão cheia de quartos e puzzles. Só que Sweet Home tem uma pegadada mais RPG, com lutas por turnos e morte permanente — ou seja, fim de jornada para aquele personagem.

3) O FPS quase veio antes

Toda a discórdia causada pelo fato de Resident Evil 7 ser um jogo em primeira pessoa quase não existiu. O motivo? O próprio Resident Evil original quase foi um exemplar desse gênero. Mikami chegou sim a considerar a ideia e até iniciar os trabalhos como um FPS. Porém, a equipe não conseguiu chegar a um resultado satisfatório e decidiu arquivar o projeto.

4) Câmera estática: mero acidente

Assim como Silent Hill teve névoa em excesso na cidade por problemas técnicos de renderização, Resident Evil também só adotou o clássico visual por causa de limitações da época. A primeira ideia era fazer um jogo todo em 3D, mas o PlayStation simplesmente não suportaria todos os elementos planejados pela Capcom.

Mikami encontrou a solução jogando Alone in the Dark, outro clássico do gênero. De lá, ele tirou os ambientes pré-renderizados e mais estáticos, permitindo maior detalhamento e menos sobrecarga no sistema. Já os personagens — tanto humanos quanto mortos-vivos — eram em 3D. Essa mistura também obrigou a equipe a usar câmera estática que mudava de acordo com a sua posição na mansão. Essa foi uma das decisões mais emocionalmente difíceis que o diretor tomou durante a produção, e no fim das contas foi uma das de que mais consagrou a franquia.

5) A abertura clássica

Falas ruins, atores completamente amadores e uma cena que mistura terror com comédia não-intencional. Assim é a abertura com atores de carne e osso no primeiro Resident Evil, que se tornou tão clássica quanto o game em si.

As cenas foram gravadas no Japão usando atores em início de carreira ou até pessoas sem experiência em atuação. Mikami já afirmou em entrevista que aquilo foi "culpa" dele, já que não havia mais tempo ou dinheiro para algo mais elaborado. Alguns dos personagens foram redublados por outras pessoas e, embora sejam todos obscuros, a comunidade de Resident Evil já conseguiu a identidade e até entrevistas com praticamente todos os membros.

6) Gelzer e Dewey

Os mais fanáticos pela série sabem de cor quem são os membros das equipes Alpha e Bravo dos S.T.A.R.S. que foram até as Arklay Mountains investigar estranhos fenômenos. Mas outros e peculiares personagens chegaram perto de integrar o jogo: Gelzer e Dewey.

Com um tamanho que faz Barry Burton parecer uma criança, Gelzer era o especialista em armas de alto calibre da equipe. Ele seria um veterano de guerra com um olho biônico implantado, e usaria a força descomunal para segurar o teto da mansão em uma armadilha que foi aproveitada no jogo final — aquele do "Jill Sandwich". Já Dewey era um afro-americano alto e magro que serviria especialmente de alívio cômico.

Esses personagens só existem como protótipos e não foram aproveitados em nenhum outro jogo da franquia. Barry e Rebecca Chambers foram os substitutos.

7) Só um?

Em entrevista ao site Gamespot, Mikami disse acreditar que Resident Evil não deveria ser uma franquia. Já pensou? "Naquela época em que fazíamos ele, meu sentimento pessoal era de que RE era um jogo que não deveria se tornar uma série. Isso porque tendências do horror tendem a ter padrões fortes aos quais nos acostumamos, o que significa que eles cansam facilmente. Nunca pensei que o game seria um sucesso", disse o diretor. No fim das contas, entretanto, ele ficou satisfeito com o resultado e não se arrepende de embalar uma sequência tempos depois.

8) Quem é esse cara?

Uma das capas de Resident Evil 1 traz um soldado com uma arma nas mãos, aparentemente acuado em um canto, cercado pela silhueta de aranhas e outras criaturas e com uma expressão que mistura medo e bravura. Até aí tudo bem: apesar de bizarra, ela traduz bem o clima do game. Mas, afinal, quem é esse cidadão?

A resposta mais óbvia não é a verdadeira: o sujeito não é um dos protagonistas do jogo, Chris Redfield. Na verdade, o personagem nem é jogável! Trata-se de Richard Aiken, membro do Bravo Team, a equipe que foi enviada antes do esquadrão de Chris e Jill ao local da missão e acabou atacado. A arte que foi impressa na caixa do jogo é na verdade a capa de uma história em quadrinhos promocional lançada pela Capcom em parceria com a Marvel um pouco antes do game chegar às lojas. No game, Richard é morto pela cobra gigante Yawn durante a jogatina.

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