Chefe da NVIDIA no Brasil explica: por que a BGS 2017 foi dominada pelo PC?

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Imagem: NVIDIA

A cobertura do Voxel na BGS 2017 não para e a feira vai muito além de demonstrações de jogos e estandes de desenvolvedoras. Marcas ligadas ao setor de hardware também estão presentes de diversas formas, de olho na evolução do mercado.

Uma delas é a NVIDIA, que tem como destaque recente a família Pascal de GPUs — a décima da empresa. “Essa é a geração mais bem sucedida da nossa história, foi um crescimento de quase 100% nas vendas de um ano para o outro”, relata o presidente da companhia no Brasil, Richard Cameron.

O site bateu um papo com o executivo e ele respondeu algumas perguntas bem pertinentes sobre a indústria. Confira a conversa abaixo.

Voxel: O que você trouxeram para BGS que vai deixar o público mais animado?

Richard Cameron: A primeira coisa é que a gente não trouxe estande próprio. Em todas as BGS, desde o começo, quando era Rio Game Show, a gente sempre teve estande próprio. O motivo disso é que, em todas as edições, a NVIDIA era a principal empresa que representava toda a plataforma PC.

Até ano passado, a feira era dominada por consoles e as publishers mostrando os seus jogos. Só o que a gente vem vendo no mundo todo, principalmente nos últimos 12 meses, que o PC ganhou uma força que jamais teve, crescendo absurdamente.

Uma placa GeForce GTV 1080.

E o mundo do PC gaming ganhou uma dinâmica tão própria que nesse ano a gente não precisa representar em um estande, mas sim estar em toda a feira. Embora você não veja, a gente tá em todos os lugares: na Acer, na Gigabyte, Dell, HyperX, Black Desert.. Todo lugar que você vê PC, é GeForce que está rodando.

Por que a BGS deste ano foi dominada pelos PCs?

Primeiro, a quantidade de jogos que está saindo para PC. Uns anos atrás, a gente via um ou dois grandes lançamentos no PC por mês. Hoje, são até oito, e são o que as pessoas querem jogar. Nele não tem limite de fps (frames por segundo), pode jogar em diferentes resoluções e tamanhos de monitor, tem uma infinidade de experiências daquele jogo.

A segunda coisa é a qualidade visual dos jogos rodando no PC. Ele, por ser uma plataforma aberta, tem GPUs de última geração que oferecem uma qualidade de experiência muito melhor.

Tem vários motivos e são muitas coisas convergindo para essa situação positiva

A terceira é o fenômeno eSports, um fenômeno de espectadores. E eles assistem a uma partida de Counter-Strike no final de semana e na semana seguinte vai comprar uma máquina.

E tem outra que é a oferta de produtos. Até dois anos atrás, para você ser PC gamer no Brasil, você tinha que entender de hardware, montar a sua máquina. Agora, com tantas empresas chegando com variedade imensa de notebooks e desktops, tem uma disponibilidade como jamais teve de fabricantes renomados.

O que o público gamer demanda hoje? O de PC exige mais que os de consoles?

Muito mais! E serem exigentes é uma das coisas que está trazendo gente para o PC. Eles querem jogar com o máximo de realismo, de fps, com tudo o que eles têm direito. São muito sedentos por novidades.

A realidade é que a gente ainda tá muito longe do topo da computação gráfica perfeita.

No PC, você não fica travado e espera a próxima geração sair, chegar no Brasil, baixar o preço. Antes falavam “Ah, para ter um PC bom, eu preciso gastar R$ 5 mil. Hoje, com R$ 2,5 mil, você já consegue montar uma máquina para rodar muito jogo com uma experiência muito melhor que outras plataformas. E, ao longo do tempo, você ainda economiza na compra dos jogos.

Você diria então que estamos no ápice do PC gaming?

Eu acho que ainda nem chegou no ápice! Faltam mais jogos competitivos, realidade virtual mais barata, mais campeonatos, não sei quando a gente vai ver isso, acho que está longe. Mas estamos buscando! E muita gente pergunta “Até quanto a placa de vídeo vai evoluir”, mas a realidade é que a gente ainda tá muito longe do topo da computação gráfica perfeita.

Para conseguir ter ray tracing [algoritmos de renderização de gráficos 3D de extremo realismo] nos jogos, a GPU precisa ter 100 vezes a potência de processamento que ela tem hoje. Para ter realidade virtual, precisa de GPUs 40 vezes mais poderosas. Tem muitos anos ainda para evoluir, mas o ápice vai ser o ponto em que você vai colocar um óculos de VR, jogar e não conseguir distinguir o real do virtual.

Você está há 14 anos na NVIDIA. Em todo esse tempo, quais foram as evoluções mais notáveis que você presenciou?

Tem duas coisas. A primeira foi o salto de performance que a geração Pascal teve em relação a anterior. A sempre via um ganho de 20% ou 30%, mas aqui a gente viu ganhos acima de 100% ou até 300% em alguns casos, como realidade virtual. Os jogos novos estão exigindo mais e a gente entregou isso.

O GeForce Experience.

A segunda coisa é o lançamento do ecossistema da plataforma GeForce Experience. O PC sempre foi uma plataforma complexa e, para jogar nele, tinha que entrar nas configurações do jogo, mexer nisso e naquilo. Nunca foi elegante, simples. E o GeForce Experience tirou essa complexidade e simplificou para o gamer. E a gente trabalha pensando nisso.

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