4 momentos épicos do Mexico City Open de Gears Of War 4

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Nos dias 26, 27 e 28 de janeiro o Voxel esteve no campeonato Mexico City Open, do Gears of War Pro Circuit. Foi um evento vibrante, com uma torcida apaixonada e muitos momentos marcantes. 

Trash Talk

Não tem como ir a um campeonato de Gears Of War sem se impressionar com a intensidade e agressividade dos jogadores durante as partidas. Como comentamos aqui, na fase de Open Qualifier, os times jogam cara a cara e o trash talk é constante e faz parte do jogo.

É comum os jogadores apontarem o dedo na cara do adversário e gritarem coisas como “YOU SUCK”, “YOU DON’T KNOW HOW TO PLAY”, “GO HOME”, ou, o único xingamento em espanhol que os estrangeiros conhecem, “BASURA”. E o mais legal é que isso também acontece no palco principal, com muitas apontadas de dedos. É um espetáculo à parte e algo que se vê pouco nas ligas profissionais de outros jogos.

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O jogador Gilbert “Xplosive” Rojo, da equipe campeã e número um do mundo OpTic Gaming me explicou que o trash talk é parte da cultura do Gears Of War e é o que os diferencia dos outros eSports. É encorajada, desde que fique dentro dos limites do jogo e não cruze a linha do racismo ou homofobia, por exemplo.

Dana Sissons, diretor de comunicação da The Coalition, desenvolvedora do jogo, confirma – “Nós da Coalition adoramos o trash talk. Desde que seja respeitoso e não vá para o lado pessoal, nós gostamos que eles se provoquem durante a partida. Os jogadores se levantam e isso dá muita energia”

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Ainda segundo Sissons, isso começou no Gears Of War 1 e 2, e eles nunca tiveram a intenção de tirar esse “fogo” dos eSports. Isso cria energia, cria entretenimento e deixa tudo mais legal de assistir, e eles querem que isso aconteça. Até mesmo os torcedores, nas partidas fora do palco principal, ficam atrás do seu time provocando a torcida adversária.

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Na maioria das vezes essa agressividade termina junto com a partida, mas não sempre. Pude presenciar duas equipes quase saindo na mão depois de um dos jogos do Open Qualifier. Xplosive disse que na liga profissional isso as vezes acontece, mas que todos os jogadores se conhecem e é menos do que se imagina.

Fable e a torcida

Um dos times que protagonizou um dos confrontos mais emocionantes do evento foi a Fable Esports, do Reino Unido. O jogo era uma das partidas do lower bracket contra a Echo Fox, time que ficou em segundo lugar no último major (Dallas City Open) e é considerado o número dois do mundo.

Era um jogo definitivo, quem perdesse estava fora. O primeiro mapa já começou apertado e emocionante, e acabou em 7-6 para a Fable (cada mapa tem no máximo 13 rounds, e o primeiro time que vencer 7 rounds, ganha).

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Nesse ponto a torcida toda era da Fable. Echo Fox era vaiada toda vez que ganhava, e a torcida ia a loucura quando a Fable fechava um round. O segundo mapa foi da Echo Fox por 7-2, e parecia que o resultado do primeiro tinha sido só um lapso da Echo Fox. Como estávamos errados!

No último mapa, a coisa pegou fogo de verdade - a Echo abriu 4 rounds a 1 de vantagem, mas a Fable conseguiu 3 rounds seguidos de vantagem e empatou o jogo. Depois, foi um ponto para cada equipe, até chegar ao empate de 6-6 e a Fable fazer o improvável – vencer a favorita por 7-6 e se tornar o time Europeu a ter a melhor campanha dos últimos anos.

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Confesso que esse jogo me ganhou. Eu, que não sou de Gears Of War 4, estava com os olhos colados na tela acompanhando cada round, cada anel tomado, cada kill, cada movimento. Com a vitória, a Fable seguiu no lower bracket e jogou logo em seguida contra a eUnited.

E aí a gente vê que não importa o país, não importa o jogo, não importa se é esporte ou eSport – todo mundo adora um underdog. A torcida não só vibrou muito pela Fable, mas vaiou muito cada movimento da eUnited. Quando eles saíram de um 4-0 no primeiro mapa e venceram, o lugar veio abaixo. Era isso, eles iam conseguir! Mas o cansaço de duas partidas seguidas bateu, e mesmo com o apoio da torcida, eles não mantiveram o ritmo e perderam os outros dois mapas, dando adeus à competição.

A grande final

A final foi entre as equipes da OpTic Gaming e Ghost Gaming, essa última com o jogador mexicano Daniel “Indentivez” Santillana na equipe. Imagina só se a torcida não estava todinha com a Ghost. Cada round da OpTic era um coro de vaias, e da Ghost, explosão de palmas e gritos. Mas, mesmo jogando contra a torcida, a equipe número um manteve a “invencibilidade” dos majors e venceu o seu quinto Open seguido por dois mapas a zero.

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A postura da torcida foi muito curiosa. Se durante o jogo eles estavam vaiando, na vitória a postura foi outra. Todos aplaudiram e comemoraram a vitória da equipe. Ninguém vaiou ou atrapalhou a festa, todos estavam genuinamente felizes de estarem ali. Os casters foram até o palco cumprimentar a OpTic, e mesmo os jogadores de ambas equipes se cumprimentaram de forma amistosa. A Ghost, na saída do palco, também ganhou gritos de apoio da torcida.

Algo que chamou a atenção – sabe o polêmico áudio aberto que no CBLoL é alvo de tantas críticas? No Open de Gears ele também apareceu na final, mas ao vivo. Sim, acompanhamos as equipes conversando no exato momento que o round acontecia. E outro diferencial – o técnico acompanha todas as partidas ao lado dos jogadores, com headset e tudo. É praticamente o sexto player.

Sabemos que nos eSports existe muita discussão sobre áudio aberto e presença de técnicos nos jogos, mas não vamos entrar nesse mérito aqui nesse texto.

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Um campeonato pequeno - e isso é ótimo

Conforme as ligas vão crescendo, é comum aumentar a distância entre o público e os jogadores, os narradores e as personalidades no geral. No Open Circuit da Cidade do México, tudo era tão simples e todos tão acessíveis que me deu saudades de eventos desse tipo. Não tinha área fechada e separada para os jogadores, imprensa ou talentos de broadcast – todos assistiam os jogos junto da torcida, passeavam pelo evento e tiravam fotos com quem pedisse.

torcida

A parte depois da final, que só quem estava lá pode vivenciar, é o retrato perfeito do evento. Depois dos jogadores levantarem o troféu e tirarem as fotos, todos os torcedores que ainda não estavam junto do palco foram chamados para uma foto. No palco, o time vencedor e os narradores – atrás deles, toda a torcida (eu inclusa, que mal conhecia o cenário e já estava me enfiando no meio dos mexicanos).

O fotógrafo não conseguia acertar a foto, e o público zuava ele o tempo todo, inclusive com os tradicionais gritos de “eeeeeeeeeeee PUTO” que ecoaram o dia todo. Depois da foto, um dos casters atirou um dos jogadores para a torcida, para se atirar ele mesmo logo depois.

Para encerrar, a organização do evento fez um sorteio de itens do jogo, como pop funkos, broches, pôsteres e quadrinhos. E quem ajudou a carregar a mesa dos brindes para a frente do palco? O próprio Dana Sissons.

Definitivamente um evento grande em importância, mas pequeno em tamanho e em estrutura – e digo isso da melhor maneira possível! É uma comunidade pequena, mas definitivamente apaixonada pelo jogo e pelo cenário.

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A Kika viajou para o evento a convite da Microsoft

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