Nas alturas: conferimos de perto o Ace Combat 7!

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Eu sou um piloto frustrado em alguns aspectos: nunca tive a oportunidade de sequer chegar perto de começar uma carreira no automobilismo e, na adolescência, a miopia me impediu de tentar uma vaga na Escola Preparatória de Cadetes do Ar, a EPCAR.

É por isso que minha ligação com os games se tornou algo especial: foram esses pequenos dispositivos eletrônicos que me permitiram estar em contato constante com grandes sonhos de criança que eu tinha e me permitiram, guardadas as devidas proporções, ser aquilo que eu sempre quis – mesmo num ambiente virtual.

Na década de 90 um jogo chamado Air Combat, para o PlayStation, foi meu primeiro contato com uma franquia que, 23 anos depois, me levaria às alturas mais uma vez para conferir o sétimo título da série principal daquilo que viria a mudar de nome e virar o Ace Combat 7: Skies Unknown. O plano era simples: algumas horas com o game para experimentar, na prática, como está o multiplayer, uma pequena porção da campanha e o modo de realidade virtual. Uma degustação de diferentes modos, por assim dizer.

A convite da Bandai Namco, fui até São Francisco por dois dias para conferir o Ace Combat 7. Então, senhoras e senhores, apertem seus cintos porque vou levá-los nesse voo comigo.

Confira o vídeo dessa cobertura:

Nas alturas (literalmente)

Na manhã da última quarta, 10 horas da manhã do horário local, subi ao quadragésimo quinto andar do hotel Hilton, no centro financeiro de San Francisco. A ideia da Bandai NAMCO foi excelente: as estações foram montadas de frente para as imensas janelas que dão uma visão panorâmica da região da baía e também do centro da cidade. A intenção era fazer com que nós nos sentíssemos mais imersos na experiência ao olhar pra imensidão do céu a nossa frente (spoiler: funcionou).

Pudemos escolher entre estações com controle convencionais do PlayStation 4 ou manches da Thrustmaster e tivemos a oportunidade de alternar entre eles para experimentar o game de diferentes formas. Começamos com as partidas multiplayer, quatro no total: duas no modo Battle Royal – que, ao contrário do que o nome indica, não tem qualquer relação com o fenômeno atual dos games e está mais pra um deathmatch comum – e duas no modo Team Deathmatch.

A primeira coisa que chama a atenção é que, apesar da mudança da engine para a UE4, Ace Combat 7 ainda é visivelmente… Bem, um Ace Combat. Isso significa que os gráficos estão excelentes, desde o efeito de distorção em função do calor das turbinas até a própria modelagem dos aviões, por dentro e por fora, além de um mundo substancialmente populado para um game do estilo. Os efeitos climáticos são um espetáculo à parte e voar durante uma chuva intensa é algo realmente impressionante – ah, e tudo rodando a 60 frames por segundo!

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As nuvens agora têm uma sensação de densidade e isso é particularmente importante porque, como orientado pela equipe da Bandai, elas se tornam fundamentais nas partidas multiplayer porque permitem que você se esconda por um breve momento de seus inimigos.

Isso faz com que as nuvens sejam utilizadas como um elemento tático e não só visual nos combates, mas é bom ter cuidado: ficar tempo demais nelas pode congelar seu avião ou, caso estejam muito carregadas durante uma tempestade, você corre o risco de tomar uma descarga elétrica e perder o controle do seu caça.

Rasgando os céus

Falando em controle do caça e agora traçando um paralelo direto com o multiplayer, o característico controle simcade (que mistura simulação com elementos arcade) que é marca da série está presente e funciona muito bem para os mais casuais. Para os fãs de longa data, basta mudar o controle para o modo Pro para ter liberdade de controle em todos os eixos e ganhar mais mobilidade em batalha.

Isso é particularmente importante porque, no multiplayer, em especial no mata-mata do Battle Royal, a ação é frenética e a movimentação é importantíssima tanto para perseguir quanto para fugir de seus perseguidores. São oito jogadores lutando entre si em partidas que, na nossa experiência, duraram cerca de sete minutos cada uma e eu tive que lembrar de respirar em alguns momentos.

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O team deathmatch é um pouco mais cadenciado, mas igualmente divertido, com dois times com quatro aviões cada disputando para ver quem acumula mais pontos, que são obtidos através de abates, acertos, evasões bem-sucedidas e outras manobras.

As tretas de Strangereal continuam

Não quero estragar a experiência de ninguém, então vou tentar manter os detalhes da história de Ace Combat 7 ao mínimo. O que posso dizer é que, como é tradição, o modo singleplayer do game traz, mais uma vez, as tramas que envolvem as diferentes nações do mundo de Strangereal. Desta vez, é o Reino de Erusea e a Federação de Osea é que se estranham e desencadeiam mais uma guerra – e você, no papel de Trigger, é que deve batalhar pela supremacia dos ares.

O início do jogo é bem interessante e com um ritmo bem satisfatório para inserir o jogador no contexto de Ace Combat 7: Skies Unkown. Pudemos jogar até o fim do capítulo 3 e, no fim, o que restou foi um gostinho de quero mais. Pudemos explorar um pouco da árvore de evolução da campanha e ter uma ideia da seleção de mais de 30 caças que estarão presentes no game. O sistema de evolução está bem interessante e coeso, o que me deixou particularmente ansioso pra conferir a versão final do jogo.

Em contraste ao multiplayer, o modo campanha, apesar de oferecer alguns desafios pontuais, permite que você deguste mais o que está acontecendo, o que é excelente

É válido apontar que, diferente do multiplayer, o modo campanha é bem mais “tranquilo” e, apesar de oferecer alguns desafios pontuais, permite que você deguste mais o que está acontecendo, o que é excelente. Outro ponto importantíssimo e que contribui muito com a experiência é, sem dúvida, a trilha sonora que casa perfeitamente com o que está rolando e ajuda a te colocar na vibe certa pras costumeiras dogfights que acontecem.

VR: a cereja no bolo

No entanto, pra mim, a cereja no bolo foi a experiência VR que foi inserida no jogo. Ela é separada da campanha e do multiplayer e conta com três missões que podem ser conferidas no modo de realidade virtual e pude jogar boa parte delas em duas estações no evento que estavam com o PSVR.

Algumas detalhes foram sacrificados em detrimento da performance, claro, mas o resultado final não é nada menos que impressionante. Eu sempre digo que dois gêneros que conseguem extrair 100% do VR em termos de imersão é o de corrida e o de simulação de voo, e Ace Combat 7 confirmou isso com maestria.

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É válido apontar que, sim, sofri um pouquinho com tontura em movimentos mais bruscos, mas até isso meio que contribuiu para a imersão da coisa toda, uma vez que, hey, estamos falando de manobras constantes num jato. A possibilidade de buscar os inimigos com sua visão e ter que depender do painel de instrumentos do avião para planejar seus movimentos é algo que acrescenta uma nova dimensão à experiência e torna tudo absurdamente imersivo (e eu vou repetir essa palavra várias vezes porque é realmente o que acontece).

Quando você combina isso a uma trilha sonora muito bem elaborada, um trabalho de áudio excelente e uma polidez gráfica bastante satisfatória, o resultado é uma experiência que muito provavelmente é a definitiva no que diz respeito a games de combate aéreo. Conversando com Denny Chiu, diretor de comunicação da Bandai NAMCO, disse que, pra mim, essa é a forma como Ace Combat 7 deveria ser jogado porque tudo se torna significativamente mais intenso.

Janeiro vem voando

Com lançamento programado para o dia 18 de janeiro no PlayStation 4 e no Xbox One e em fevereiro para o PC, a experiência que tivemos com o Ace Combat 7: Skies Unkown foi o suficiente para dizer que, possivelmente, esse é o voo mais alto que a série pode alcançar em toda a sua existência.

Graficamente robusto, sonoramente sublime, com uma jogabilidade tradicionalmente sólida e uma narrativa densa, os fãs da franquia Ace Combat e de simulação de voo e de combates aéreos em forma geral têm motivos de sobra para ficarem ansiosos para a chegada do game.

*O jornalista viajou a São Francisco a convite da Bandai Namco

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