Profissionais repercutem ato antidesportivo contra time feminino de LoL

4 min de leitura
Imagem de: Profissionais repercutem ato antidesportivo contra time feminino de LoL

Um dos assuntos mais comentados dessa semana foi a estreia do primeiro time com o line-up todo composto por jogadoras em uma competição de League of Legends. No entanto, a estreia da Vaevictis na liga russa não teve uma recepção acolhedora. Os jogadores do RoX baniram cinco campeões da posição de suporte como uma forma de ironizar as adversárias.

No segundo confronto do time feminino, aconteceu outra demonstração de conduta antidesportiva. Desta vez, por parte do time Vega Squadron. Os jogadores intencionalmente estenderam a duração da partida como forma de menosprezar as adversárias.

A

O que elas dizem?

Nessa semana, a newsletter Marie Curie (leia a edição na íntegra) conversou com várias profissionais de eSports para ouvir os principais desafios de quem abraçou a carreira nessa indústria. Um dos casos que repercutiu bastante entre as entrevistadas foi, justamente, a estreia do Vaevictis na liga russa de League of Legends.

Você pode assinar a newsletter Marie Curie AQUI

Perguntamos o que elas acharam a atitude antidesportiva, seguem as respostas:

Amanda AMD Abreu, jogadora de CS:GO da Vivo Keyd

“Claro que foi! Nenhum time faz esse tipo de ban, eles nunca fizeram isso... É apenas pelo julgamento de que “mulher só joga de suporte” e isso foi feita de forma maldosa já que suporte é considerada a lane mais fácil do jogo, isso foi pra diminuir as meninas, dizendo que as mesmas não têm capacidade de jogar em lanes mais difíceis. O correto seria uma punição!

Já aconteceu diversas vezes, no meu jogo quando vamos treinar com alguns times mais fortes, alguns jogam “rushando”, só pra acabar logo, de forma que eles não jogariam em live (campeonato), sem permitir que táticas sejam executadas, só pra acabar logo! Pegam na faca (o que é considerado “humilhar” no CS:GO) mesmo em treino. É bem desanimador.”

A

Ana Xisdê, comentarista da Overwatch League Brasil

“Dentro de campeonatos de esportes eletrônicos é muito comum que uma equipe que se considere muito superior a outra não leve a partida a sério não só para incomodar o adversário como também para esconder estratégia. O problema com o ocorrido com a Vaevictis é que a atitude passou a mensagem de que "Mulher só joga de suporte", e esse é um preconceito que nós tentamos retirar da cabeça das pessoas há muito tempo. Eles poderiam ter banido qualquer coisa, qualquer personagem que estivesse fora do meta, eles ainda estariam escondendo estratégia e passando a ideia de que são superiores, mas teria sido algo que provavelmente teriam feito independente da equipe adversária ser feminina ou não, mas o fato de ter sido apenas suportes contra elas, acaba passando essa imagem preconceituosa que nos magoa muito.”

AAna Xisdê

Nicolle “Cherrygumms” Merhy, ex-jogadora profissional de Rainbow Six Siege e CEO do time Black Dragons

“Uma line-up inteira feminina, numa liga principal, não há porque ter demérito nisso. Não sei porque ter esse preconceito. Eu sou contra ligas femininas, não vejo nenhum problema garantir o lugar das meninas. O que me deixa frustrada é no lugar de fazer uma boa entrada para as meninas, eles preferiram fazer uma piadinha. Estavam nitidamente rindo. Existe alguma regra que diz que não poderia? Não, mas eles estavam dentro da moral certa? Eles estavam fazendo para nada.

No lugar de terem sido enaltecidos por uma boa entrada às meninas, eles preferiram mostrar que eram superiores. Para quê Por quê? Até quando?”

CherrygumsCherrygums

Riot Games se posiciona

As duas situações foram investigadas pela Riot Games e pela organização do campeonato, que resolveu advertir os dois times e promete punições mais severas caso as infrações sejam repetidas. Em contato com a reportagem do Voxel, a própria Riot Games esclarece que há iniciativas para coibir esse tipo de discriminação (e todo os outros) nos eSports.

“Especificamente no Brasil, o CBLoL tem em seu regulamento um trecho que contempla esse tema no parágrafo 10.2.4:

10.2.4 Discriminação e Difamação

Membros das equipes não podem ofender a dignidade ou integridade de um país, pessoa ou um grupo de pessoas por meio de palavras ou atos de desprezo ou ações de raça, cor de pele, etnia, nação, origem social, gênero, língua, religião, opinião política ou qualquer outra opinião, status financeiro, idade ou qualquer outro status de orientação sexual.

Cada região da Riot Games tem seu próprio regulamento. Inclusive os regulamentos das demais ligas têm trechos semelhantes ao que citamos acima sobre discriminação, assim como o da Rússia.”

A empresa ainda explica que trabalha para coibir atitudes tóxicas no cenário amador, por meio do Código do Invocador e os Termos de Uso de League of Legends que detalham comportamentos considerados inadequados.

ARiot Games

“Várias atitudes vão contra o Código do Invocador, que detalha comportamentos considerados antidesportivos. Ofender um companheiro do time ou da equipe adversária, abandonar uma partida ou compartilhar a conta com algum colega, por exemplo, são comportamentos inadequados que podem ser reportados e passíveis de penalizações em diferentes níveis. Atitudes sexistas, homofóbicas ou racistas, por exemplo, não são toleradas em jogo e podem resultar no banimento permanente de uma conta. Para mais detalhes sobre o sistema disciplinar de League of Legends, basta acessar a de Suporte ao Jogador.”

E você, o que achou da situação? Comenta aí!

Cupons de desconto TecMundo:
* Esta seleção de cupons é feita em parceria com a Savings United
Você sabia que o TecMundo está no Facebook, Instagram, Telegram, TikTok, Twitter e no Whatsapp? Siga-nos por lá.