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“Não se força alguém a fazer crunch, é horrível”, diz John Romero ao Voxel

Para o criador de Doom, nem sempre trabalhar até mais tarde é crunch – mas quando é, não deveria acontecer.

schedule17/10/2019, às 15:35

Durante a BGS 2019 o Voxel teve a oportunidade de conversar com John Romero, e o crunch (termo da indústria de games para quando as pessoas trabalham de forma intensa por horas além do limite) foi um dos assuntos discutidos com o veterano da área, co-criador de Doom. 

Apesar do crunch ser geralmente associado a longas horas de trabalho, Romero diz que basta você sentir que está sendo forçado a trabalhar em um projeto para que isso seja crunch, sejam horas ou minutos. “Se alguém tem que te dizer para ficar no trabalho, você entrou em modo crunch”, completa.

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John Romero BGS

Romero leva em conta o contexto do trabalho e considera que nem sempre ficar até tarde é crunch – muitas vezes o desenvolvedor fica até mais tarde voluntariamente para terminar algo que ficou pendente: “Isso não é crunch porque eles estão motivados a fazer isso e sabem que na próxima vez devem prever mais tempo para aquela atividade”. Na sua empresa, Romero Games, ele diz que cada funcionário faz o seu próprio planejamento e todos lidam juntos com os imprevistos. 

Mas, e quando os imprevistos são tantos que reduzem drasticamente o tempo disponível para o desenvolvimento? Para Romero, se não for possível adiar o game (ou conseguir um orçamento maior), o jogo é que deve ser adaptado ao novo prazo “você não obriga as pessoas a fazerem crunch, isso é horrível”.

Um caso recente de uma adaptação do tipo foi, coincidentemente, com Doom Eternal. Marcado para novembro deste ano, a id Software adiou o lançamento do jogo para março de 2020 e anunciou que o modo “Invasão”, previsto inicialmente para o lançamento, será adicionado ao jogo em uma data futura. Muitas pessoas elogiaram a atitude, entendendo que foi tomada não só para melhorar o game, mas também para que as pessoas envolvidas com o projeto tivessem mais tempo para isso. 

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Mas não pense que Romero é contra trabalho duro. Para ele, a paixão por fazer coisas que ninguém nunca viu requer muito trabalho duro e noites sem dormir, mas ele não entende isso como crunch, desde que a pessoa esteja fazendo por vontade própria. “Algumas pessoas não querem fazer isso, porque não é algo na qual estão interessadas. Mas outras são sonhadoras, inventoras e querem ver as coisas acontecerem. E isso exige uma porrada de esforço para acontecer”.

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