Devs de Predator Hunting Grounds falam sobre trabalhar com Schwarzenegger

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Imagem: IllFonic

Lançado no fim de abril para PC e PlayStation 4, Predator: Hunting Grounds recebeu nesta semana seu primeiro grande conteúdo adicional, focado no lendário personagem Dutch, interpretado por Arnold Schwarzenegger nos cinemas. Para saber mais sobre a chegada do Arnoldão ao jogo, conversamos com Jared Gerritzen (COO da desenvolvedora IllFonic) e Charles Brungardt (CEO). Confira os melhores momentos do nosso bate-papo a seguir!

Quando o jogo foi lançado, muitos jogadores tiveram a impressão de que a equipe dos humanos estava mais poderosa do que o Predador. Desde então, recebemos alguns patches com buffs e nerfs. Como se sentem sobre isso e de que maneira foi o processo de balancear o jogo?

Sinto que os jogos assimétricos são muito difíceis de balancear, mas eu estou muito feliz com a forma como o jogo está progredindo. Acho que o grande lance é que, se você olhar para a história dos jogos assimétricos, estes têm um personagem quase invencível, como no Evolve. Então eu acho que as pessoas pensavam “bom, se sou o Predador, então eu deveria ser uma esponja de balas”. No entanto, se você assistir aos filmes, verá que ele não é bem assim. Ele vai matando seus inimigos aos poucos e estudando as suas táticas para isso.

O problema é que no começo as pessoas usavam o Predador, pulavam no meio de quatro inimigos e tentavam matar todos no corpo a corpo, mas aí os humanos simplesmente se uniam, atiravam nele e matavam-no. Isso também teria acontecido no filme! Então eu acho que, além dos ajustes de balanceamento que fizemos, as pessoas também estão aprendendo melhor a jogá-lo.

Na segunda semana de jogo, nós já lançamos um patch de balanceamento, limitando um pouco a munição dos humanos, mas desde então fizemos só pequenos ajustes, aqui e ali, então é incrível ver os nossos dados apontando que, a cada dia, os combates estão ficando mais iguais. Acredito que na maior parte isso acontece porque os jogadores de Predador ficaram mais espertos, prestando mais atenção ao ambiente. Foi legal ver isso acontecer.

Quais os seus planos atuais para aumentar o interesse dos jogadores em Predator Hunting Grounds?

Basicamente, não parar de dar suporte ao jogo (risos). Recentemente, anunciamos uma promoção, então espero que o pessoal tenha visto isso e se empolgado. Porém, queremos dar muito suporte, temos mais DLCs grátis e pagos planejados. Temos um plano muito bem-detalhado do que queremos fazer com o jogo e para onde queremos levá-lo. No fim das contas, acho que é como qualquer outro lançamento: a gente torce para que as pessoas vejam o que estamos fazendo e aí voltem a jogar ou tenham interesse de testar o jogo.

Os jogadores tendem a gostar muito quando um título recebe suporte continuado. Estamos muito ansiosos para colocar nas mãos dos consumidores tudo que temos planejado. Vimos que dia 26, quando o DLC do Dutch chegou, o número de streamers aumentou bastante e isso foi incrível. Essas melhorias e atualizações já ajudam muito.

Falando em Dutch, como foi trabalhar com o Arnold Schwarzenegger para esse novo conteúdo?

Foi incrível, fantástico, como um sonho se tornando realidade! (risos) Quando a gente começou a discutir como tornar Predator Hunting Grounds realidade, falávamos meio de brincadeira “será que a gente consegue botar o Arnold no jogo? Aham, até parece, boa sorte com isso!” então ninguém esperava, nem a gente, que isso fosse mesmo acontecer. Quando você pensa em estrelas de cinema, ele é uma das maiores estrelas que existem!

Então quando a gente procurou a FOX com as nossas ideias, com a linha do tempo dos eventos que queríamos contar e como desenvolver a história, o material foi aprovado, e ficamos tipo “caramba, nós literalmente estamos desenvolvendo um cânone para o Dutch, um dos maiores personagens de ação já feitos! Seria ainda mais louco se o Arnold o interpretasse!”.

Claro que foi um processo demorado, mas um dia recebemos uma ligação dizendo que o Arnold tinha lido e adorado o material! Pouco depois o conhecemos nos estúdios de gravação e ele estava muito feliz, empolgado, com o que escrevemos para o Dutch. Foi gigantesco, acredito que foi um dos maiores momentos que me definiram como profissional, ter o Arnold Schwarzenegger dizendo que amou o que nós fizemos. Honestamente, não sei como eu poderia fazer algo maior que isso algum dia, então nesse sentido acho que estou meio ferrado (risos).

Foi muito louco quando ele chegou no estúdio com aquela cara de “estou pronto para fazer isso!”, porque é meio como se a gente o conhecesse há anos, e ele é tudo que você esperaria do Arnold, um cara maior que a própria vida. Em certo ponto, a gente deu uma pausa para ele descansar a voz e ficou conversando sobre o Predador, todo mundo se entreolhava pensando “isso! Isso é muito foda!” Ele ficou só algumas horas com a gente gravando, mas logo que saiu, parecia que estávamos dando "tchau" para um amigo de longa data.

E agora que já conseguiram o Arnold, será que há alguma chance de vermos no jogo outros atores da série, tipo o Carl Weathers ou Danny Glover?

É, por enquanto a gente está mantendo o futuro em sigilo, sinto muito. Com certeza ainda planejamos colocar mais coisas nos jogos, mas todo mundo vai ter que esperar mais um pouquinho para saber o que é (risos).

Foi muito desafiador lançar e continuar promovendo um novo jogo em plena pandemia de coronavírus?

Normalmente, do jeito que o nosso time funciona, por padrão já ficamos em muitos lugares diferentes ao mesmo tempo. Temos três estúdios em locais distantes trabalhando no Predator Hunting Grounds, então o trabalho sempre foi semirremoto, o que ajudou na transição para o trabalho totalmente em home office. Quando a pandemia estourou, a gente já estava tão perto do lançamento e com todos empolgados para ver o jogo no mercado. O sentimento positivo continuou, apesar das circunstâncias. Às vezes, a gente até marcava umas noites de jogatina para comemorar.

Claro que lançar o jogo, viajar, ir a feiras de jogos e junkets de imprensa teriam sido algo ótimo, mas como tudo mudou rápido demais, acho que lidamos bem com a situação. Poder levar um jogo novo às pessoas em tempos tão tristes é algo que foi muito legal para a gente. Poder ver os novos jogadores se divertindo, ver estranhos se divertindo, descobrir "grandes Predadores", isso não tem preço!

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