Scarlet Nexus tem tudo para ser protagonista na próxima geração

4 min de leitura
Imagem de: Scarlet Nexus tem tudo para ser protagonista na próxima geração

Revelado em maio deste ano durante um episódio do Inside Xbox, Scarlet Nexus passou a integrar a lista de títulos (ainda escassa) confirmados para a próxima geração de consoles. O novo game de ação da Bandai Namco promete ser uma experiência à altura de grandes nomes do gênero, já que está sendo desenvolvido por profissionais que trabalharam em séries de quilate da produtora, como Code Vein, God Eater, Soul Calibur e Tales of.

O Voxel teve a oportunidade de acompanhar um generoso vídeo de gameplay com quase 20 minutos, do pedaço inicial da aventura, a fim de constatar se Scarlet Nexus tem o que é preciso para ser uma nova propriedade intelectual de sucesso. A apresentação ainda foi capaz de esclarecer alguns dos conceitos abstratos levantados no trailer de anúncio, inclusive em relação à história. Vamos às impressões.

Afinal, o que significa Brain Punk? E por que Scarlet Nexus?

Muita gente (eu incluso) ficou confusa com o rótulo “brain punk”, atribuído ao jogo pelos próprios desenvolvedores. Brain punk é, na verdade, uma variante da temática cyberpunk. A diferença é que, em New Himuka, o tecnológico país no qual o game é situado, os cérebros das pessoas estão conectados a uma única rede, a Psynet, por meio da qual os cidadãos conseguem ter acesso direto a recursos e serviços.

Em nosso mundo, nós utilizamos gestos e voz para controlar dispositivos; já em Scarlet Nexus, o ser humano recorre ao poder da mente para interagir com objetos e coisas à sua volta. E pelo fato de todos estarem interconectados ao mesmo servidor, a convivência entre pessoas de diferentes camadas da sociedade não é das mais pacíficas.

Fonte:  Bandai Namco 

É nessa realidade alternativa, em que tecnologias e poderes psíquicos convergem, que você assume o papel de Yuito Sumeragi, um novo recruta que se une às forças da OSF (Força de Supressão de Outros), a linha de defesa da humanidade. O objetivo do herói é se tornar um psiônico de elite para combater os Outros, criaturas com comportamentos instintivos cuja única intenção é caçar cérebros humanos. Os Outros são tratados como fenômenos naturais pelos habitantes de New Himuka, isto é, a comunidade moldou-se de modo a coexistir com seus ataques repentinos vindos do céu.

Parece complexo, mas o nome Scarlet Nexus tem uma explicação simples: Scarlet representa a cor vermelha, enquanto Nexus seria um sinônimo de conexão. A unificação das duas palavras expressa a ideia de que coisas, sejam objetos ou pessoas, estão interligadas por meio de linhas vermelhas. Os personagens têm, acoplados em suas costas, tubos em tom acerejado, que servem para conectar você aos poderes extra-sensoriais de seus aliados. Na prática, isso significa que o personagem poderá usar habilidades de outros heróis no decorrer da aventura.

Fonte:  Bandai Namco 

Um hack'n'slash tradicional, mas com doses de RPG

Mecanicamente falando, estamos diante de um hack'n'slash tradicional, com a fluidez que se espera de um jogo do gênero e que nos traz boas lembranças de Devil May Cry e NieR: Automata. Se eu te dissesse que Scarlet Nexus é um novo título da Platinum Games, tenho certeza de que você acreditaria de primeira. Aliás, a influência dos games da produtora japonesa de Bayonetta e Vanquish está escancarada aqui.

A experiência preza pelo combate corpo a corpo, mas você pode utilizar os talentos em psicocinesia do protagonista Yuito para arremessar objetos nos inimigos. O herói intercala entre a espada e seus poderes psíquicos em tempo real, garantindo um dinamismo bem-vindo às batalhas. A possibilidade de manipular a gravidade deixa o ritmo mais cadenciado e, aparentemente, é uma ótima forma de balancear a jogatina rápida e descerebrada que conhecemos de outros carnavais.

Fonte:  Bandai Namco 

Conforme mencionado no início deste texto, a build que acompanhamos demonstra os passos iniciais da jornada. Portanto, não soubemos o quão profundos são os elementos de RPG implementados no game. É sabido, porém, que haverá um sistema de progressão baseado em níveis (os inimigos têm level), uma robusta árvore de habilidades com dezenas de ícones desbloqueáveis e um submenu dedicado às melhorias de armas e equipamentos.

O menu de pausa também indica a presença de um sistema de rastrear missões, grande indício de que o game seguirá uma estrutura mais aberta, com cenários convidativos à exploração. Além disso, durante a batalha contra um gigantesco chefe, o personagem desferiu ataques com a ajuda de um NPC, então é bem provável que o jogador consiga gerenciar livremente o seu grupo de aliados.

Fonte:  Bandai Namco 

Artisticamente impecável

O visual, por sua vez, adota a estética dos animes noventistas, mesclando aspectos futuristas com arquitetura urbana e uma atmosfera retrô inconfundível. A julgar pelas características da área inicial, nota-se uma certa inspiração em localidades reais do Japão. Qualquer semelhança com Astral Chain, título exclusivo da Nintendo e assinado pela Platinum, não é mera coincidência.

Para ser honesto, o design dos inimigos é o que me saltou aos olhos do começo ao término da demonstração. Eu não me sentia surpreendido com tanta criatividade artística desde os tempos de Bloodborne. A aparência das criaturas consegue equilibrar, na medida certa, elementos orgânicos e inorgânicos. É comum, por exemplo, se deparar com monstros cuja apresentação combina partes de animais, flores e objetos metálicos. Convenhamos: composições assim, inusitadas, você não vê todos os dias.

Fonte:  Bandai Namco 

Com relação à performance, espera-se um desempenho estável nas plataformas atuais, algo em torno de 30 fps, embora a resolução não tenha sido divulgada. Por outro lado, os desenvolvedores confirmaram que o salto será considerável no PC e aparelhos da próxima geração: 4K e 60 quadros por segundo.

Promissor, mas pra quando?

Scarlet Nexus apresenta mecânicas promissoras e que bebem de fontes já conhecidas. Como isso vai se refletir na versão final, só o tempo dirá. Considerando que a equipe trabalhou em grandes projetos da Bandai, o resultado caminha para ser positivo.

O título será lançado para PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series X (compatível com o recurso Smart Delivery) e PC, mas, infelizmente, ainda está sem uma janela oficial de lançamento. Aguardemos.

Você sabia que o TecMundo está no Facebook, Instagram, Telegram, TikTok, Twitter e no Whatsapp? Siga-nos por lá.