A matemática explica: vencer no Tetris é impossível [vídeo]

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O jogo mais famoso já desenvolvido na Rússia e um dos maiores vícios da população gamer mundial é um passatempo que quase nunca pode batido. O nome desse fenômeno que está próximo de completar 31 anos é Tetris e, como diria o narrador Galvão Bueno, "a Física não permite" (e a Matemática também não deixa!) que você saia de lá como um vencedor.

No mais novo episódio do programa PBS Game/Show, finalmente descobrimos por que ele é tão viciante e qual o motivo de tanta dificuldade.

A primeira resposta é a mais fácil: ele é muito simples e os comandos são aprendidos rapidamente. De acordo com um artigo científico dos anos 90, Tetris sobrecarrega o metabolismo de glicose cerebral, o que significa que o jogador fica "pilhado" com energia, mais determinado a jogar e com atividade cerebral crescente, já que a atividade "treina" a nossa mente para decisões rápidas. O vício pode até causar um fenômeno chamado de Efeito Tetris, algo que acontece também com outros jogos: depois que passamos tempo demais com algum game, passamos a ver padrões dele (como pecinhas coloridas) em qualquer coisa do nosso dia a dia, de prédios a móveis.

Explicando a dificuldade

Os modos mais comuns de Tetris não possuem um "fim": o jogador vai de fase em fase com um nível de dificuldade crescente até que, em um determinado momento, as peças simplesmente param de ser combinadas, você se desespera e alcança o topo da tela. Falta de habilidade sua ou maldade da programação?

As peças, chamadas de "tetrominos", existem em sete formas variadas. Elas podem ser combinadas de forma perfeita na tela em inúmeros padrões diferentes, o que significa que você poderia combiná-las ao infinito e além. Entretanto, o bloco com todas possui oito quadrados de comprimento, enquanto a tela do Tetris tradicional possui dez. Esses dois tiles a mais é que fazem a diferença, criando duas fileiras vazias que só podem ser preenchidas com as peças totalmente retas ou eliminando as linhas a partir das pontas.

O problema está na ausência das peças em forma de "I" (aquelas retas) e na presença constante das em forma de "S" e "Z". Essas duas últimas podem acabar com o seu jogo, sendo que você tem 1 em 257 chances de que três peças em forma de cobra seguidas e 1 em 3.087 de que quatro peças assim surjam — sendo que a sequência jogada na tela é gerada aleatoriamente. Esse golpe de azar acontece se cada nova rodada de peças (que é chamada de "saco de tiles") começar e terminar com esse tipo maldito de formato.

Essas combinações produzem espaços vazios de um tile na tela que não podem ser preenchidos, significando derrota certa. Mesmo que você sobreviva por muito tempo, após 70 mil "rodadas" a derrota é certa por conta das combinações de peças "S" e "Z" que não se encaixam.

Geometria, probabilidade, dois corpos não podem ocupar o mesmo espaço... São esses conceitos que fazem com que Tetris seja, ao mesmo tempo, estudado por cientistas e jogado por pessoas de todas as idades.

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