'Os jogadores mobile têm que pagar o que os jogos valem', diz desenvolvedor

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Imagem: StepFeed

A desenvolvedora Introversion não possui uma história muito feliz quando se trata da criação de jogos para consoles. Após o fracasso de vendas de Darwinia+ no Xbox 360 ter deixado a companhia às portas da falência, de onde ela só se recuperou graças a uma posição de destaque em uma das promoções do Steam, a empresa voltou a se forcar nos PCs. E não seria de se surpreender se ela resolvesse não se arriscar mais – mas esse não é o caso.

Em uma entrevista recene ao GamesInsdutry, o diretor da Introversion, Mark Morris, falou sobre a falha passada, o aprendizado decorrente e sobre os planos de levar seu novo sucesso, Prison Architect, não somente para os consoles, mas também para as plataformas móveis. “Nós tivemos um projeto ruim, mas isso não significa que simplesmente guardamos tudo e nunca mais fazemos algo. Não é assim que eu funciono”, pontuou.

Segundo Morris, olhar para os erros do passado permite tentar um novo projeto e fugir dos mesmos enganos, de forma que somente um novo fracasso poderia afastar a desenvolvedora dos consoles para sempre. Para ele, Darwinia+ não deu certo porque a Introversion não soube compreender como deveria gerenciar o relacionamento com a publicadora e presumiu que desenvolver para os consoles seria tão fácil quanto foi para os PCs.

O que pode ser e o que já é

O diretor ressalta, no entanto, que os tempos mudaram e a estruturas de negócios estão melhores na atual geração de consoles do que eram no passado, permitindo que a Introversion busque ajuda de fora para concluir a adaptação de Prison Architect. Morris afirma que a ideia é encontrar outra desenvolvedora disposta portar o jogo e, ao mesmo tempo, fechar um bom acordo com as publicadoras para compartilhar o risco do investimento.

Ainda que a adaptação para consoles seja apenas uma ideia neste momento e que dependa fortemente de eventuais negociações, a Introversion possui planos bem mais concretos para uma versão mobile de Prison Architect. O estúdio já possui um parceiro externo trabalhando no game há algum tempo e a desenvolvedora deve se envolver diretamente quando for hora de dar os toques finais no título.

Embora Morris não tenha revelado exatamente para quais plataformas de dispositivos moveis o jogo será lançado, ele ressaltou que o título exige um hardware poderoso para funcionar, de forma que não fica muito clara a quantidade de aparelhos com que será compatível. Saia ele para Android, iOS, Windows Phone ou outro sistema, o fato é que ele será mais caro que a maioria dos títulos voltados para esse tipo de aparelho.

Mudança de mentalidade

O título ainda não possui um preço final estabelecido, mas o diretor acredita que ele deve ficar entre os US$ 10 e US$ 20 (algo em torno de R$ 28 e R$ 57, em conversão direta) – um preço consideravelmente maior que o praticado no mercado mobile. Segundo Morris, uma versão de Prison Architect para tablets não leva menos tempo para ser feita do que a de PC e, por isso, a empresa não pode se dar ao luxo de vendê-la por um ou dois dólares.

“Para mim, é preciso que haja uma mudança na mentalidade dos consumidores para que paguem o que os grandes games valem. Essa alteração tem que acontecer para tornar o mercado viável para conteúdo suculento, e não somente as coisas free-to-play e de pouca qualidade que são feitas rapidamente”, disse. O diretor prefere arriscar não ter lucro com esse tipo de estratégia do que contribuir para a erosão dos preços nos dispositivos móveis.

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