Para John Romero, games para PC estão dizimando os consoles

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Mais conhecido atualmente pelo fracasso de Daikatana do que por sua contribuição a games como Doom e Quake, o desenvolvedor John Romero não se acanha em fazer comparações entre o mercado de PCs e os consoles caseiros. Em uma entrevista recente concedida à Games Industry International, ele afirmou que os computadores atualmente estão simplesmente dizimando as plataformas de mesa.

Segundo Romero, os principais fatores que levam isso a acontecer são os jogos free-to-play e o preço incrivelmente baixo com que alguns jogos são vendidos nesse meio. “Com o PC, você tem o free-to-play e jogos do Steam por cinco dólares”, afirmou. O desenvolvedor complementa afirmando que o novo modelo de jogos gratuitos é gigantesco e já conseguiu acabar com centenas de estúdios AAA que não conseguiram se adaptar.

“É uma forma diferente de monetização daquela vista em Doom, Wolfenstein ou Quake, em que havia esse elemento gratuito [como um shareware]. Nosso primeiro episódio inteiro era gratuito — não nos dê dinheiro, jogue tudo aquilo. Se você gostava e queria jogar mais, então você finalmente nos pagava. Para mim, aquilo parecia o modelo mais justo”, afirmou Romero.

“Quando todos esses jogos foram disponibilizados como sharewares, isso mudou toda a indústria. Antes do shareware não havia CD-ROMs, não havia nenhuma espécie de demonstração. Se você queria comprar Ultima, Secret of Monkey Island, qualquer um desses jogos, você tinha que olhar muito bem para a caixa e decidir pagar 50 pratas para adquiri-los”, conta.

Um novo nível para o mercado free-to-play

Segundo Romero, o mercado free-to-play deve passar por uma evolução nos próximos anos e o modelo “freemium” deve perder seu estigma em algum momento. “As pessoas vão compreender que há uma maneira muito justa de fazer isso, e outra muito suja. Espero que esse caminho alternativo seja facilmente notado pelas pessoas e que o design dos jogos freemium aumente e isso se torne um padrão”, explica.

Para explicar por que isso é um problema nos consoles, ele voltou a compará-los aos PCs. “O problema com os consoles é que eles demoram muito a passar por um ciclo completo. Os PCs estão em evolução contínua e que permite a retrocompatibilidade e o uso de controles, se você quiser; se eu quiser jogar algo que foi feito para o DOS nos anos 80, não há um problema”, afirmou.

“Você não pode fazer isso em um console. Consoles não são bons para jogar tudo. Com PCs, se você quer um sistema mais rápido, basta conectar alguma placa de vídeo nova, colocar uma memória mais rápida, e você sempre vai ter a melhor máquina que supera o PlayStation 4 e o Xbox One”, finaliza.

Via BJ

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