Reino Unido apreende documentos privados do Facebook e gera polêmica

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A crise do Facebook parece não ter fim e o novo elemento na jogada é uma série de documentos internos apreendidos pelo Parlamento do Reino Unido durante viagem de um executivo estadunidense ao país europeu. Entre os papéis estariam informações importantes, inclusive emails trocados entre Mark Zuckerberg e membros do alto escalão da empresa.

O executivo em questão é Ted Kramer, fundador da já extinta empresa Six4Three e responsável por uma ação contra o Facebook nos EUA. Na Justiça, o empresário acusa a rede social de ter sido negligente em relação à privacidade de seus usuários no escândalo da Cambridge Analytica e de ter agido de forma deliberada para forçar rivais ou potenciais rivais a deixar os negócios.

Quando viajou para o Reino Unido, o executivo da Six4Three foi alvo de uma ação bem pouco comum: um oficial britânico foi até o hotel em que ele estava hospedado para levá-lo até o Parlamento e exigir a entrega dos documentos relacionados ao Facebook sob ameaças de multas e até prisão caso não houvesse colaboração.

Kramer obteve os documentos de forma legal durante ação movida contra o Facebook nos EUA

Nos EUA, o tribunal que investiga o caso ordenou que os materiais apreendidos devem ser mantidos em sigilo, o que levou o Facebook a clamar que os congressistas britânicos não deveriam analisá-los. A rede social pede a devolução dos papéis ou a sua entrega para autoridades competentes (e dos EUA, obviamente).

Kramer obteve esses documentos por meios legais, em um tipo de ação judicial no qual é perimtido a um dos lados da disputa obter provas contra a outra parte.

Justificativa

Para Damian Collins, congressista britânico que preside o comitê responsável pela apreensão dos documentos, a medida fora do comum foi tomada para tentar dar conta de uma situação fora do comum.

“Estamos em território desconhecido”, disse em entrevista ao The Guardian. “Esse é um movimento sem precedentes, mas é uma situação sem precedentes. Não conseguimos obter respostas do Facebook e acreditamos que os documentos contêm informações de grande interesse público.”

Esse rebuliço se deu dias antes da realização de uma sabatina do Parlamento Britânico sobre como o Facebook vem lidando com a questão das notícias falsas e que coloca um representante da rede social frente a frente com congressistas de vários países, inclusive do Brasil.

O encontro deve retomar as discussões sobre o escândalo de uso indevido de dados de 87 milhões de usuários durante a eleição de Donald Trump, nos Estados Unidos, e do Brexit, no Reno Unido, em 2016.

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