Acessórios eróticos devem tornar a realidade virtual ainda mais... realista

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Imagem: Lovesense

Um sábio já disse certa vez: qualquer nova tecnologia que almeje um lugar ao sol, como novo padrão, precisa estar direta ou indiretamente ancorada na pornografia — que o digam os projetistas do VHS e do DVD. Isso deve valer também para o reavivamento recente dos dispositivos de realidade virtual. A boa-nova? Uma parceria que deve tornar os conteúdos para o Oculus Rift e para o Samsung Gear VR ainda mais intensos.

A recém-anunciada associação entre a fabricante de brinquedos eróticos Lovesense e a produtora de filmes eróticos em realidade virtual Virtual Real Porn deve trazer a primeira série de acessórios para interação tátil em filmes eróticos virtuais — função também chamada de touch feedback, seguindo a mesma ideia dos volantes de corrida (pois é, livre-se dessa associação se puder).

A integração entre os periféricos e os dispositivos deve ocorrer por meio de aplicativos próprios. A ideia é criar experiências mais imersivas, com cada tipo de brinquedo reagindo de forma específica aos movimentos dos usuários envolvidos — incluindo um dongle de Bluetooth que pode ser pareado com um computador ou com um smartphone. Uma vez feita a comunicação, os periféricos devem sincronizar automaticamente, oferecendo respostas aos movimentos.

“Max” e “Nora”

Conforme determina a típica anatomia humana, os aparelhos da Lovesense são fabricados em duas versões. O “brinquedo masculino” (Max) se contrai (utilizando bombas de ar) com base nos movimentos feitos por uma parceira, a fim de simular a contração vaginal — acrescentando ainda vibrações para simular os momentos em que os corpos se chocam.

Por outro lado, o “brinquedo feminino” (Nora) possui uma extremidade giratória cuja velocidade é igualmente acelerada de acordo com o ritmo do parceiro. Igualmente, há vibrações simuladas associadas à estrutura projetada para o clitóris — novamente, para dar a impressão de contato entre os corpos e tal.

180 graus de interatividade

Até o momento, os brinquedos desenvolvidos pela Lovesense têm previsão para funcionar nos protótipos DK1 e DK2 do Oculus Rift e também na Consumer Version (prevista para chegar ao mercado durante o primeiro trimestre de 2016). A fabricante também fala em suporte para smartphones Android e iOS, além do Samsung Gear VR.

Por sua vez, a Virtual Real Porn desenvolve atualmente o seu próprio app para iOS e Android, com a integração com os produtos da Lovesense prevista para o momento em que estes chegarem ao mercado. O aplicativo para Android deve ser lançado em algum momento durante os próximos dois meses.

A fabricante espera fazer bastante barulho com o seu Virtual Real Player assim que as versões comerciais dos dispositivos de VR surgirem nas prateleiras. Atualmente, o estúdio lança uma média de um vídeo por semana, sempre em alta definição e filmado em 180 graus estereoscópicos. A ideia é acelerar a produção para acompanhar a emergência do setor.

“Ambos somos pioneiros em nossas indústrias”

Em nota oficial, o fundador da Lovesense, Dan Liu, falou sobre o caráter atípico do esforço colaborativo com a Virtual Real Porn. “Essa foi uma parceria inesperada, mas nós acreditamos que será um desenvolvimento positivo para a Lovesense”, disse o executivo. “O nosso foco é utilizar produtos baseados em tecnologias sexuais para resolver problemas dos nossos consumidores, mas, quando eles nos procuraram, nós imediatamente vimos o potencial.”

Ele continua: “Eles são os principais produtores de conteúdo pornográfico virtual hoje, e nós estamos à frente de uma companhia de teledildonics [brinquedos sexuais controlados por computador], de forma que a colaboração pareceu natural. Somos ambos pioneiros em nossas respectivas indústrias”.

O pioneirismo é inegável, de fato. A Lovesense colocou  seu primeiro vibrador sexual interativo no mercado em 2010, o qual foi sucedido pelo primeiro teledildonic para interação em duas vias em 2013. A ideia surgiu quando Liu iniciou a companhia. Na época, o empresário mantinha um relacionamento a longa distância com uma moça que residia na China — enquanto ele dava os primeiros passos de sua indústria no Reino Unido.

Já a Virtual Real Porn foi concebida por Leonor Laplaza quando ela e o marido se deram conta de que ainda não havia companhias produzindo conteúdos eróticos para o Oculus Rift. Após darem inicio ao projeto — com auxílio de uma amiga que era também atriz pornô —, o dinheiro reservado para a lua de mel acabou dando origem à companhia tal como se encontra hoje.

A ameaça da concorrência

A despeito do pioneirismo original da Virtual Real Porn, entretanto, é fato que hoje produtoras e estúdios passam a olhar com cada vez mais interesse para a associação entre a realidade virtual e o mercado de entretenimento “adulto” — em que se inclui a Huccio, por exemplo.

Ademais, também a SugarDVD (uma versão apimentada do Netflix) trabalha desde o ano passado em parceria com um estúdio de captura de movimentos a fim de conferir maior interatividade às experiências. Já a Oculus VR ainda permanece sem se manifestar sobre o assunto — embora, como é bem sabido, aplicativos de natureza pornográfica não sejam permitidos na loja de apps dedicada ao periférico.

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