Review: smartphone Quantum MUV Up [vídeo]

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A Quantum vem apostando forte no mercado de celulares intermediários e ganhou uma parcela considerável de fãs ao longo dos últimos anos. Agora, com a chegada de concorrentes promissores no segmento, a marca brasileira resolveu mostrar algumas novidades.

Com o sucesso do MUV Pro, a fabricante desenvolveu um novo aparelho que agrega várias das qualidades do modelo antecessor e apresenta novidades bastante requisitadas, incluindo um hardware atualizado e o tão cobiçado sensor de digitais.

O modelo mais recente da família Quantum recebeu o nome de MUV Up. Além das melhorias já comentadas, ele tem design atualizado e algumas modificações que prometem entregar uma experiência agradável ao consumidor que busca um aparelho robusto. Será que ele tem chances de ser o seu novo smartphone? Como ele fica na concorrência com os modelos Moto G5 e LG K10?

Especificações

Uma nova proposta de design

O visual é um aspecto importante em um celular, já que se trata do primeiro contato do consumidor com o aparelho. Ainda que seja uma questão subjetiva, é possível averiguar quando uma fabricante dá passos certos na concepção de seus produtos, algo que repetidamente vemos como positivo nos dispositivos da Quantum.

O design do MUV Up é um tanto curioso por vários motivos, mas certamente ele é bastante chamativo em alguns pontos. A parte da frente é bem resolvida, ainda mais com o display grande, que tem proteção com vidro 2,5D e os cantos arredondados. A tela ocupa bem o espaço disponível, sendo que as bordas largas garantem boa pegada.

Apesar de ser um intermediário, o acabamento de boa qualidade mostra que a fabricante se preocupa com seus consumidores. No geral, a disposição dos elementos é satisfatória e a qualidade mostra a robustez do aparelho. Apesar disso, o logotipo grande e o círculo branco ao redor da câmera frontal incomodam um pouco.

Embora seja um upgrade sobre um modelo anterior, o design do Quantum MUV Up foi totalmente repaginado, algo notável também pela traseira, que é um bocado diferente. A tampa na cor preto-asfalto imita a textura de uma lixa. Ela parece bem resistente, mas também tem uma pegada esquisita e é um pouco desconfortável.

A câmera traseira fica um pouco elevada em relação ao nível da tampa, mas, ao contrário de modelos similares da categoria, ela não fica tão ressaltada, então certamente não é um problema. O sensor de digitais fica logo abaixo, em uma posição de fácil acesso.

Particularmente, eu prefiro o leitor biométrico na parte frontal, mas a posição dessa peça no Quantum MUV Up é inteligente e não deve ser complicada para utilização no dia a dia. Mesmo com um pequeno desnível, ele identifica as digitais com rapidez, mas, em alguns casos, dependendo da pegada no celular, falhas podem acontecer.

As laterais de metal deixam a estrutura firme, mas há uma diferença de tonalidade entre a estrutura geral e a cor de fundo dos botões laterais. Não é um grande problema de design, mas certamente esse pequeno detalhe pode causar um estranhamento aos mais atentos.

Na minha opinião, a Quantum acertou parcialmente no design do produto. Há boas ideias no conceito geral, sendo que a parte frontal é realmente bonita. A tampa traseira é um contra nessa parte, ainda mais por não haver alternativas de cores ou materiais.

Tela grande, mas com resolução HD

Novamente, temos aqui um ponto que não pode ser julgado apenas pela qualidade. Primeiramente, é preciso ponderar que tamanho de display é algo bem subjetivo, então não há como dizer se a marca acertou ou errou nessa parte. A verdade é que a tela de 5,5 polegadas do MUV Up não teve mudanças significativas quando comparada com a peça que era usada no MUV Pro.

Sobre a questão do tamanho, eu achei o display confortável para usar no dia a dia, mas é preciso considerar que eu já uso um smartphone com tela de 5,4 polegadas e que tenho mãos grandes. Assim, posso dizer que essa telona pode não ser a mais recomendada para quem busca um celular compacto ou não consegue se adaptar com visores muito grandes.

Por outro lado, nós podemos julgar a questão da definição e da qualidade da tela. Nesses pontos, a Quantum parece não ter se preocupado muito, ainda mais quando percebemos que não há grandes melhorias sobre o MUV Pro. Ainda com resolução HD, o MUV Up perde para vários concorrentes, inclusive para alguns modelos mais baratos.

Todavia, a questão da competição com similares não é o único ponto que deve ser enfatizado aqui. A verdade é que devido às proporções avantajadas e à resolução limitada, a tela do MUV Up deixa a desejar na questão da nitidez. Usuários mais atentos vão perceber os pixels em algumas situações e isso pode ser um problema.

Ainda falando em tela, precisamos dar os créditos para a fabricante que realizou um bom trabalho ao atualizar a tecnologia do componente. O MUV Up tem a tecnologia TruView II, que exibe cores mais vivas, com contraste mais profundo e um nível de brilho que impressiona em um intermediário.

Assim como outros modelos do segmento, o MUV Up não tem proteção Gorilla Glass, mas a Quantum garante que o vidro temperado evita alguns risquinhos. Além disso, ele não tem proteção contra água, então nem tente realizar testes malucos.

Sistema e apps

Para manter o consumidor sempre atualizado, a Quantum lançou o MUV Up já com o Android Nougat, o que significa que temos aqui as mais recentes novidades em termos de interface e segurança.

Vale notar que o sistema da Google vem quase em sua versão padrão e roda tranquilamente no hardware do aparelho (vamos comentar posteriormente sobre a performance).

O software está muito rápido e prático, ainda mais com o recurso de divisão de tela (onde é possível usar dois apps em paralelo), que fica bem interessante na tela de tamanho avantajado.

Assim, quanto ao Android do MUV Up, eu só tenho elogios e boas recomendações. Simplesmente, não há como botar defeito no sistema puro da Google. Ele atende a todas as necessidades e entrega desempenho incrível, algo que é dificultado por interfaces de terceiros (e que até criticamos em celulares concorrentes).

Quanto aos aplicativos, a Quantum foi muito inteligente em deixar apenas os programas básicos instalados. Não há entulhos, o que é bem legal, e os softwares próprios do aparelho são leves e não causam quaisquer problemas de desempenho. Parabéns para a fabricante que arrasou nesse ponto!

Hardware

Em questão de hardware, o MUV Up não evoluiu muita coisa. O chipset ainda é o MediaTek MT6753, um componente que já está um tanto desatualizado. O modelo é o mesmo que vinha no MUV Pro, mas isso não é bem um problema, considerando que ele ainda roda bem o sistema. Agora, novamente, para quem é exigente, a falta de inovação nessa parte pode ser um contra.

O processador do MUV Up conta com oito núcleos e roda com frequência de 1,3 GHz. Números nem sempre significam muita coisa, mas dá para dizer que ele se prova muito bom para o dia a dia. Os apps rodam tranquilamente e a navegação na interface é agradável. Talvez, o único problema mesmo seja a falta de algumas melhorias para processar com mais rapidez a câmera e as fotos.

Bom, se por um lado o MUV Up peca um tanto nessa parte do processador, por outro ele agrada pela quantidade de memória RAM, que se prova ideal para quem usa dezenas de apps e não quer fechar nada. A Quantum aumentou a memória RAM para 3 GB, o que permite um desempenho melhor em determinadas situações.

Outra novidade bem-vinda é a melhoria na memória para armazenamento, que subiu de 16 GB (do MUV Pro) para 32 GB. Nesse sentido, o MUV Up empata com os principais concorrentes e se mostra adequado para usuários que armazenam muitas fotos, músicas, apps e jogos. Com tanta memória, é bem raro precisar de um cartão de memória (mas ele ainda suporta chips de até 128 GB).

A única coisa é que o chip gráfico do MUV Up não ajuda muito. A fabricante manteve a mesma GPU que já tinha no Pro, o que também pode ter sido um aspecto limitador na hora de projetar a tela, já que esse componente não aguentaria rodar os games em Full HD.

Ele até que roda bem os jogos na resolução HD, porém é possível perceber quedas de frames em games como Mortal Kombat ou Asphalt Extreme. A perda na qualidade visual é grande, ainda mais com o serrilhado que prejudica um tanto e as texturas mais simples que tiram um pouco da graça em games como Pirates.

Benchmarks - Comparativos de performance

Como de costume, nós realizamos uma série de benchmarks para averiguar o desempenho do hardware dos smartphones. Abaixo, nós comentamos sobre três softwares que usamos como principais referenciais de performance: 3D Mark, AnTuTu Benchmark 6 e Vellamo Mobile Benchmark.

3DMark

Considerado um dos principais aplicativos de benchmark para chips gráficos (tanto em computadores quanto em celulares), o 3D Mark verifica as capacidades para renderização de texturas, polígonos, efeitos e filtros que são comumente utilizados em jogos. Para evitar distorções nos resultados, nós rodamos o Ice Storm Unlimited, que verifica a capacidade do chip gráfico independente da resolução.

AnTuTu

É muito complicado averiguar a performance geral de um celular apenas com base na experiência de uso, uma vez que as configurações de hardware atuais entregam resultados similares. Assim, a utilização de um aplicativo especializado é bastante útil. Nós costumamos usar o AnTuTu para esse tipo de tarefa, uma vez que ele testa interface, CPU, GPU, armazenamento e memória RAM.

Vellamo

Em tempos em que navegação na web se tornou a principal atividade de muitos usuários, um benchmark para averiguar as capacidades dos celulares para tal funcionalidade é de suma importância. Para tanto, nós usamos o app Vellamo Mobile Benchmark, que faz dois testes: HTML5 e Metal. O primeiro avalia o desempenho do navegador; o segundo verifica a performance da CPU para gráficos na web.

Câmeras

De maneira geral, as câmeras do MUV Up são boas. Os dois sensores são de 13 megapixels, o que garante boa resolução tanto para as fotos de paisagens quanto para as selfies. As duas câmeras contam com abertura f/2.0, aspecto que permite a passagem de muita luz e resulta em imagens bem claras.

É possível conseguir resultados muito bons com as câmeras do MUV Up, mas é preciso ter paciência em determinadas situações. No automático, as câmeras podem apresentar ajustes irregulares nos níveis de brancos, que ficam bem saturados. A interface do app de fotos exige um pouco de exploração, mas é fácil conseguir imagens um pouco melhores com o devido conhecimento dos recursos.

Apesar da qualidade aceitável na maioria dos casos, nós notamos alguns inconvenientes no uso da câmera. Às vezes, o MUV Up demora para processar a imagem, o que faz você perder o próximo clique. Ele até consegue capturar 99 imagens contínuas de um mesmo objeto quando não há mudança na posição do celular, mas quando tentamos fazer cliques sequenciais de objetos próximos, um pequeno desvio para o lado é suficiente para fazer ele pensar um tanto.

Em outros casos, acontece de ele demorar para estabilizar a prévia de imagem, algo ainda mais comum quando a gente sai do modo macro e vai para um cenário amplo. Um rastro aparece na tela enquanto ele tenta processar o que está acontecendo e focar de verdade.

Além disso, vale salientar que as câmeras não conseguem resultados muito bons em cenários noturnos. O processador apresenta lentidão ao trabalhar com inúmeras fontes de luz, sendo que é muito complicado conseguir o foco adequado. Após conseguir um bom resultado, o celular leva alguns segundos para gravar a imagem.

Áudio e bateria

O som do MUV Up é suficiente para joguinhos ou vídeos no YouTube, mas não espere muita qualidade, uma vez que estamos falando aqui de um intermediário.

No volume máximo, esse modelo pode apresentar algumas distorções nos sons, sendo que a faixa dos agudos é priorizada — não há quase nada de médios ou graves, então não espere um som envolvente.

Novamente, nada que a gente não esperasse de um intermediário, então, só para deixar claro, este não é o celular ideal para ver vídeos em ambientes muito barulhentos. Bom, pelo menos a Quantum mandou uns fones de ouvido de boa qualidade que quebram um galho.

Energia é sempre um negócio complicado, porém o MUV Up não fez feio em nossos testes. A bateria de 3.000 mAh dura mais que 24 horas para uso moderado, ou seja, mais para ler emails, navegar nas redes sociais e curtir músicas — e, claro, com o devido ajuste no brilho da tela.

Por padrão, nós realizamos um teste controlado e padronizado para conferir a autonomia da bateria. Nesse processo, nós executamos um vídeo de 1 hora no YouTube, com o WiFi ligado, o brilho da tela regulado em 50% e o som ativado. Ao fim do teste, anotamos a porcentagem de bateria restante e, dessa forma, fazemos um cálculo aproximado da duração de energia até que ela se esgote para tal tarefa.

O teste com o MUV Up foi razoável: pudemos constatar que a bateria tem autonomia total de 5 horas e 33 minutos para reprodução de vídeo na internet. Agora, se você é do tipo que adora jogar no celular, então não espere muito mais do que 5 ou 6 horas de bateria. O carregador do MUV Up não tem tecnologias de carregamento rápido, mas a carga completa acontece em umas duas horas e meia.

Vale a pena?

Ok, vamos direto ao ponto! O Quantum MUV Up é um upgrade em relação ao Pro, então não adianta esperar um modelo totalmente repaginado. Se você é fã da marca e pensava em trocar o antigo pelo novo, talvez esta não seja uma boa ideia.

O Quantum MUV Up surpreende pelo novo design, algumas surpresas boas como o sensor de digitais e melhorias pontuais no hardware (como a memória RAM e o armazenamento que foram atualizados), que permitem uma boa concorrência com os intermediários populares.

Todavia, ele ainda tem muitas especificações parecidas com as do MUV Pro, algo que nos preocupou um pouco. A Quantum manteve o mesmo chipset e a mesma resolução de tela, o que limita um tanto a experiência geral do produto. Um upgrade nessas partes também seria ótimo, já que ele poderia competir de igual e até ultrapassar modelos como o Moto G5.

Tudo bem, o MUV Up tem algumas cartas na manga, como a tela grandona (e a memória RAM, que já citamos), porém só isso não é suficiente para convencer quem quer mais desempenho ou qualidade de imagem. A câmera frontal pode ser o grande trunfo, sendo este um bom aparelho para os viciados em selfies.

Por fim, temos outro aspecto complicado: o preço. O Quantum MUV Up chega por 1.099 reais, o que significa que ele tá com valor acima de alguns concorrentes. Tá, no boleto dá para conseguir por 999 reais, mas ainda fica mais salgado do que o Moto G5.

É um bom aparelho no segmento intermediário, mas uma promoção não cairia nada mal. Por ora, nós continuamos indicando o Moto G5 nessa categoria, porém se você quer uma telona e não se importa com o hardware desatualizado, o modelo da Quantum deve dar conta das tarefas do dia a dia.

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