Chega da mesmice: 7 dicas sobre como manter sua criatividade a todo vapor

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A criatividade é corriqueiramente associada à expressão artística e também à elaboração de soluções inovadoras a problemas cotidianos. Formas não convencionais de resposta a questões ou até mesmo o vislumbre de cenários que ainda não existem são, ainda, práticas atribuídas a pessoas criativas.

Há quem faça da criatividade seu ganha-pão: designers, músicos, criadores de conteúdo multimídia e interativo, por exemplo, são alguns dos profissionais que devem prover manutenção às suas ideias, buscando, assim, sempre novas inspirações.

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E quando a busca por referenciais ou brainstorms não gerou resultados novos? Neste artigo, você vai conferir 7 dicas sobre como manter sua criatividade sadia e funcionando a todo vapor.

1 – Olhe o mundo a partir de outras perspectivas

Alexandra Horowitz é uma especialista no estudo das estruturas cognitivas. Em seu livro “On Looking: Eleven Walks with Expert Eyes”, a pesquisadora relata suas experiências quando, acompanhada de colegas de diferentes áreas, lançou um olhar a partir de outras perspectivas sobre sua cidade.

“O psicanalista vê sintomas de condições diagnosticáveis em todos, desde a pessoa que trabalha no caixa de um mercado até sua esposa; o economista vê a simples compra de um copo de café como um exemplo de macroeconomia”, escreve Horowitz. Grosso modo, quer dizer que a especialidade das pessoas guia as impressões que cada qual tem sobre um determinado cenário.

É importante, portanto, acompanhar a rotina e os processos de trabalho que profissionais de diferentes áreas adotam, pois visões complementares sobre um mesmo fenômeno podem se manifestar. Como o designer, jornalista, editor ou fotógrafo da sua empresa realiza suas respectivas obrigações?

Integre-se às demais etapas de produção que dão forma ao produto final e busque formas eficazes e inovadoras de resolução de problemas e otimização de seu próprio mecanismo criativo.

2 – Não se deixe intimidar por imperfeições

Profissionais que criam conteúdo imprimem às suas obras experiências próprias e manifestam, ainda, a forma como enxergam o mundo – sugerindo, ao mesmo tempo, como também o espectador pode interpretar uma determinada dimensão da realidade.

Assim, especialistas que fazem da criatividade sua ferramenta de trabalho acabam por levar seu trabalho para o lado pessoal. É por isso que, ao menos sob os olhos de quem dá forma ao produto, tudo precisa ser perfeito; todas as expectativas devem então ser correspondidas para que o “céu não desabe sobre a cabeça do artista”.

Por outro lado, todos os efeitos do ônus gerado pelo perfeccionismo devem ser considerados: e se você for surpreendido a partir justamente das “imperfeições” do seu trabalho? A dica é se permitir testemunhar sentimentos de insegurança e se submeter a cenários que podem criar novos movimentos criativos.

Vale aqui destacar o que pensava Platão sobre a arte: "Todas as coisas são produzidas a partir da natureza, do acaso ou da arte. As mais belas são feitas pela natureza ou pelo acaso, enquanto as menos perfeitas são consideras, então, arte."

3 – Não seja apenas uma engrenagem, mas sim um pivô

Seth Godin, em seu livro “Linchpin: Are You Indispensable?”, faz uma provocação a quem faz parte de corporações que contam com cadeias e hierarquias de processos produtivos específicos: você é insubstituível? Isto é, se um concorrente mais experiente desejar sua vaga, seu patrão terá colhões para mandá-lo embora?

Segundo o autor, as demandas atuais do mercado não primam por anos de experiências ou títulos formais de especialização: “O mercado exige alguém mais humano, conectado e maduro. Alguém com paixão e energia, capaz de ver as coisas como elas são e negociar múltiplas prioridades (...). Todos esses atributos são escolhas, e não talentos, e todos eles estão disponíveis a você”, destaca Godin.

Não seja apenas uma engrenagem que faz o processo produtivo funcionar em sua empresa; torne-se um pivô e ofereça estruturas de suporte insubstituíveis arraigadas em práticas éticas, funcionais e maduras.

4 – Crie sua própria rotina

Não há nada de errado em estudar a rotina de um artista e usá-la como inspiração; copiar o passo a passo cotidiano de um escritor, pintor ou músico, porém, pode simplesmente acabar com todas as potencialidades criativas de quem deseja aprimorar suas produções artísticas. Quem faz a afirmação é o cientista Mihaly Csikszentmihalyi em seu estudo “Creativity: The Psychology of Discover and Invention.

Inspiração é para amadores.
O resto de nós aparece e vai trabalhar

De acordo com o autor, a casa ou o ambiente profissional das pessoas que dependem da criatividade para trabalhar deve refletir necessidades particulares. “Deve haver espaço para imersões em atividades de concentração e para simulação de ‘pensamentos novos’. Os objetivos à sua volta devem ajudá-lo a ser o que você almeja ser. Pense em como usar o tempo e considere que sua agenda reflete o ritmo que funciona para você”, orienta o escritor.

Recorrer às palavras do fotógrafo Chuck Close é também uma forma de resumir o conselho: “Inspiração é para amadores. O resto de nós aparece e vai trabalhar”.

5 – Encontre seu ritmo

Não há fórmula mágica ou procedimentos certeiros que devem ser seguidos para que um ou outro objetivo possa ser alcançado. Novamente segundo explica o pesquisador Mihaly Csikszentmihalyi, cada pessoa conta com seu próprio ritmo de trabalho. Você é mais produtivo durante a manhã, a tarde ou a noite? Faça arranjos entre seus horários e valorize cada fatia do seu tempo tendo em vista suas particularidades.

Para Anne Rice, autora de “Entrevista com o Vampiro”, a atividade de escrever “é sempre uma busca interminável pelas três – ou quatro – horas ‘para a conclusão’ de um parágrafo”. O poeta Mark Strand enfatiza que a procura pelo ritmo de trabalho depende do quão imersivo o processo criativo pode ser. “Quando você trabalha em algo e trabalha bem, você sente que não há outra forma de dizer o que você está dizendo [se não por meio do próprio trabalho]”.

6 – Instigue e valorize a curiosidade

“A curiosidade me agrada, ela evoca uma disposição para encontrar as coisas estranhas e singulares que nos rodeiam; é uma inquietação para fugirmos das nossas familiaridades”, comenta o cientista Alan Lightman no “The Accidental Universe”. Combinar fenômenos e ideias aparentemente incompatíveis não deve gerar um sentimento de estranhamento, mas sim criar novos pontos de vista complementares.

Na prática, você pode solicitar aos seus colegas opiniões sobre seu trabalho. Como otimizar os processos de produção? Como tem sido a recepção do produto final pelo cliente?

7 – Descanse!

Estufar o peito em meio ao escritório e dizer em alto e bom tom que você dormiu apenas três ou quatro horas antes de bater o ponto não agrada a ninguém. Essa é uma prática nada elegante e não causa impressão alguma de resignação. Conforme observa Maria Papova em seu livro “7 Things Learned in 7 Years of Reading, Writing and Living”, temos de ser religiosos e disciplinados com nossos horários de descanso.

“Tendemos a encarar nossa habilidade de dormir pouco como um tipo de medalha de honra, que valoriza nosso ‘trabalho ético’, mas o que isso realmente significa é uma falta profunda de respeito próprio e também com nossas prioridades. O que poderia ser mais importante que nossa saúde e sanidade, que fundamentam todas as outras coisas?”.

Portanto, durma – e não se sinta envergonhado em dizer que você conseguiu emplacar suas oito horas de sono sem interrupção alguma. Fato, ainda, é que ninguém trabalha durante oito horas sem pausa alguma; tome um café, converse com seus colegas de trabalho e deixe sua “mente respirar”.

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