Previsões tecnológicas 2010: o que o Baixaki errou e acertou?

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O que o Baixaki acertou e errou em suas previsões?

No início do ano foi ao ar o artigo “2010: previsões para um Ano Novo muito tecnológico”, no qual a equipe do Baixaki explicitou quais eram suas expectativas e previsões para vários segmentos da tecnologia.

O ano de 2009 indicava que a computação nas nuvens, as projeções tridimensionais, a realidade aumentada e as tecnologias menos agressivas ao meio ambiente seriam os temas mais quentes para 2010. Entre tiros certeiros e alguns nem tão precisos, muito do que foi abordado no artigo acima citado se concretizou como realidade.

Você não acompanhou nossas apostas? Então não perca tempo, clique aqui e leia quais eram nossas expectativas para 2010. Acomode-se e confira os acertos e erros das previsões do Baixaki.

Computação nas Nuvens

A computação nas nuvens, ou cloud computing, foi assunto de amplas discussões entre especialistas da área. As suposições e visões para a tecnologia continuam grandes, mas a verdade é que a “nuvem” ainda não decolou. A maioria dos usuários teve pouco contato com serviços do gênero, restringindo-se basicamente ao Google Docs – suíte de aplicativos semelhante ao Office.

Em suma, a conversa foi longa e muito se especulou. Entretanto, pouco foi realmente posto em prática. Além do compartilhamento de documentos oferecido pela Google, já é possível sincronizar dados com facilidade, como é o caso dos favoritos do navegador Chrome, mas estes recursos não têm sido explorados com afinco.

Sistema operacional da gigante

O Chrome OS, sistema operacional da Google, era uma das ferramentas que estava sendo considerada como o grande mecanismo propulsor para a computação nas nuvens. Depois de ter seu lançamento postergado mais uma vez, o SO da empresa finalmente saiu do papel e foi oficialmente anunciado no dia 7 de dezembro.


  • Todos os serviços citados no artigo estão disponíveis, a maioria deles é gratuita, como o Google Docs e a sincronização do Google Chrome;
  • As “nuvens” privadas foram lançadas. A seção empresarial já consegue compartilhar informações de forma segura utilizando o cloud computing. Na conferência de lançamento do Chrome OS, foi explicitado que algumas empresas de grande porte, como American Airlines, APPIRIO, Cardinal Health, Jasons Dell, Kraft, Logitech e Virgin, começam a adotar dispositivos baseados na computação nas nuvens.


  • Apesar da grande expectativa, a tecnologia não atingiu os patamares esperados, o impacto da computação nas nuvens no dia a dia dos usuários foi pequeno;
  • O tema ganhou atenção neste ano e as discussões continuam em ascensão, mas poucas pessoas fazem uso dos serviços do gênero;
  • O sistema operacional da Google ainda não foi disponibilizado para a grande massa de usuários;
  • A loja de aplicativos do Chrome teve seu lançamento, porém bem mais tarde do que o esperado.

Smartphones são apenas telefones celulares?

Os telefones inteligentes foram uma das grandes sensações de 2010. Não faltaram lançamentos de modelos (iPhone 4, Galaxy S e Milestone 2 são alguns exemplos) e recursos para que os usuários permanecessem conectados a todo o momento. Assim como no ano passado, as vendas de smartphones cresceram. Os celulares considerados “burros” perderam espaço para versões mais potentes e com sistemas operacionais mais robustos.

Telefones inteligentes cada vez mais presentes em nossas vidas.

Apesar da difusão dos smartphones ter aumentado, o preço dos aparelhos não sofreu quedas tão surpreendentes. Nem o Android, com o seu “custo zero” e adoção por diversas fabricantes, ajudou na redução do custo dos portáteis.

A disputa pelo mercado de telefonia móvel virou uma guerra de várias marcas. A Apple ainda tem um domínio, fora do Brasil, bem avantajado. O Symbian ficou frente a frente com a morte, mas parece ter acordado com o susto e está passando por uma reestruturação nas mãos da Nokia. E o Windows Phone 7 foi a grande decepção da área: seus recursos foram taxados como “fracos”.


  • O mercado manteve-se aquecido e mais pessoas entraram na onda dos smartphones;
  • O Android chegou arrebentando ao mercado. Segundo Andy Rubin, alto executivo da Google, o SO disparou em vendas e superou a Apple em números brutos. Atualmente, mais de 300 mil aparelhos com Android são ativados diariamente;
  • Atualizações de sistema operacionais e aplicativos demonstraram avanços promissores para os telefones inteligentes.


  • Nossa visão era de que a concorrência entre os SOs seria acirrada. Isso não ocorreu, o ano de 2010 foi motivo de alegria apenas para um deles: o Android;
  • O fato do Android ter seu código aberto (opensource) e o aumento das vendas não reduziu o preço dos aparelhos;
  • Os planos 3G oferecidos pelas operadoras de telefonia não são acessíveis para a maioria da população. Apenas nos últimos meses surgiram promoções para o acesso móvel à internet com pacotes econômicos;
  • A Google lançou o seu celular, mas ele não foi o único. Além disso, outras fabricantes têm se mostrado melhor capacitadas para utilizar o Android em seus produtos.

Realidade Aumentada, até quando será apenas diversão?

Ainda em 2009 surgiram algumas aplicações da realidade aumentada. A maioria delas era voltada para o entretenimento. A ideia para este ano é que a tecnologia ganhasse investimentos em situações úteis para o trabalho e comunicação das pessoas.

Alguns projetos chegaram a esboçar a aplicação real da tecnologia, como o aplicativo do iPhone que o transforma em tradutor instantâneo, a máquina para vender óculos de sol e o software que ajuda mulheres a escolher roupas. Entretanto, a expectativa de implementação da realidade aumentada na medicina, engenharia e geologia, por exemplo, não teve grandes repercussões.

O Kinect, acessório da Microsoft para seu console, foi o maior estímulo da realidade aumentada em 2010. Devemos dar os créditos desse ânimo na tecnologia para os hacks dos usuários.


  • A realidade aumentada ganhou maior notoriedade, calcada principalmente no lançamento do Kinect e nas mudanças do código do periférico realizadas pelos usuários, tornando o Xbox mais interativo.


  • As previsões de aplicação da tecnologia em área profissionais e que pudessem trazer algum beneficio para a sociedade não se concretizaram. Os investimentos no recurso interativo permaneceram circundando o entretenimento e vendas.

Televisão 3D, o que esperar?

Em 2010 as empresas mergulharam de cabeça nos efeitos tridimensionais. A Sony adiantou-se à concorrência e atualizou o firmware do seu console, o PlayStation 3, para suportar a tecnologia 3D. A Nintendo pretende fazer o mesmo com seu video game portátil no ano que vem.

As televisões 3D começam a despontar nas prateleiras das lojas, inclusive nas brasileiras. O preço desse tipo de equipamento ainda não tem um sabor amigável: está bem salgado! Apesar da diversão proporcionada pelas imagens que saltam aos olhos, muitos problemas de visualização foram relatados. A resposta não foi tão positiva quanto esperavam as fabricantes.

A tecnologia 3D tomará conta da sua casa!

Neste ano ainda foram anunciados computadores que permitem a conversão de conteúdo 2D para 3D. O resultado foi péssimo e decepcionou quem adquiriu os gadgets. O prêmio de melhor aproveitamento da tecnologia 3D vai para os cinemas. A indústria cinematográfica não poupou dinheiro e criou filmes extremamente interativos e empolgantes, nos quais armas, animais e seres de outra realidade parecem sair da telona.


  • Enfim, as TVs 3D chegaram ao mercado brasileiro;
  • A comercialização de televisores contendo a tecnologia LED aumentou.


  • As TVs de LED se tornaram o sonho de consumo de 2010, mas o preço não acompanhou as previsões. Um aparelho do gênero ainda é para o bolso de poucos.

E-Readers: tendências e esperanças

Os leitores digitais tinham uma grande perspectiva de conseguir abocanhar uma bela fatia do mercado em 2010. Lá fora esses eletrônicos têm alcançado marcas históricas, como no caso do Kindle, que é o produto mais vendido da Amazon.

No Brasil o contexto é bem diferente. Com a popularização dos smartphones e a presença impactante dos tablets, os e-readers ficaram em terceiro plano e o sonho de sucesso foi por água a baixo.

No mercado nacional a Positivo investiu pesado em seu aparelho para a leitura de livros eletrônicos – denominado Alfa – o que deve em breve aumentar a concorrência com equipamentos importados. Espera-se que com isso o valor dos e-readers torne-se mais acessível.


  • A concorrência nacional neste tipo de tecnologia começou a se fortificar com o desenvolvimento de novos modelos.


  • A quantidade de títulos disponíveis em português ainda não atende a demanda da maioria dos leitores brasileiros;
  • O valor dos leitores digitais continua alto.

Touch Screen: tudo à distância de um toque

Como você ter percebido, os boatos sobre o nome do tablet da Apple estavam equivocados. O híbrido de notebook e leitor digital da empresa da maçã foi batizado de iPad. Este aparelho foi a consagração da organização em 2010, os eletrônicos estão batendo recorde de vendas em todos os países!

Apesar da disparada do iPad na liderança, a ponta do mercado não está assegurada. A Samsung, com o Galaxy Tab, está acompanhando de perto o produto da Apple. Outros modelos potentes estão previstos para o início de 2011, fato que deve acirrar tal disputa.


  • O Baixaki teve a pontaria certeira nos seus “chutes” sobre a tecnologia. O mercado de tablets está pegando fogo e todo mundo comenta sobre a novidade;
  • Como era de se esperar – infelizmente para a nossa carteira – o preço das “pranchetas inteligentes” não é muito atraente. É preciso desembolsar cerca de R$ 1,6 mil para levar um para casa.


  • Como ninguém é perfeito, erramos o nome do tablet que foi lançado pela Apple. Mais alguém havia apostado no iSlate?

Ascensão do Ubuntu

Imaginou-se que com a ampla aquisição de netbooks, os quais em sua maioria continham o Ubuntu como sistema operacional, a simpatia e a assimilação do Linux fossem mais difundidos entre os usuários. O comércio de netbooks realmente teve um grande salte durante este ano, mas a fama do SO livre não alcançou os mesmo resultados.

Embora algumas importantes marcas, como a Dell, tenham passado a vender equipamentos com o Ubuntu, o sistema de código aberto está bem longe de uma escalada que amedronte o Windows. Até mesmo o Chrome OS teve maior repercussão na mídia do que as distribuições do Linux.


  • Definitivamente o Ubuntu não correspondeu às expectativas depositadas nele. Mesmo com o aumento de comercialização de computadores com o SO, o sistema operacional não faz a cabeça da maioria dos usuários.

Processamento “verde”

Os processadores “verdes” conseguiram assumir seu espaço dentro dos gabinetes. As melhorias de processamento é que não impressionaram. O salto no trâmite de dados dentro das máquinas não foi exorbitante conforme anunciado.

As tecnologias menos agressivas ao meio ambiente ganharam a atenção das empresas e entraram de uma vez por todas nas reuniões de como evitar a degradação do planeta. Contudo, os processadores amigos da natureza ainda passam longe de serem adotados pela massa.


  • A questão da sustentabilidade invade definitivamente o mundo da tecnologia. O tema é abordado pela Intel em uma de suas divulgações com previsões para 2011.


  • A intenção de reduzir o consumo de energia e ao mesmo tempo aumentar o potencial de processamento não obteve o êxito “profetizado” pelas fabricantes.

As redes sociais continuam a se expandir

Sem dúvida, as redes sociais foram uma das ferramentas mais absorvidas pela população em 2010. A explosão dos sites de relacionamento ocorrida em 2009 manteve-se em alta. Orkut, Facebook, Twitter e MySpace deixou de ser coisa de moleque e faz parte da vida de pais e avós.

As redes sociais disseminam informação pelo mundo.

Dois deles mereceram destaque. O Twitter se tornou febre em todo o mundo, a facilidade com que é possível coletar informações e interagir com outras pessoas parece ter fisgado os internautas. Por sua vez, o Facebook tomou conta do pedaço. A rede social criada por Mark Zuckerberg tem mais de 500 milhões de usuários cadastrados e ganhou um filme para contar sua história.

As organizações enxergaram que as redes sociais são uma ferramenta prática e eficiente de negócios. Por meio destes sites as pessoas têm mudado a forma como pesquisam produtos e decidem suas compras.


  • Dessa vez o Baixaki acertou em cheio! O Facebook e o Twitter foram as sensações das redes sociais em 2010;
  • O crescimento na quantidade de usuários nos sites de relacionamento foi espantoso. A rede de Zuckerberg bateu a marca de 500 milhões de perfis e ganhou um filme, lançado recentemente;
  • As pessoas usam as redes sociais como meio de se informar. Isso fez com que elas mudassem sua postura na hora de comprar. O mercado eletrônico está estreitamente ligado a este tipo de serviço de comunicação.

Web 3.0: a rede ganha significado

A Web 3.0, assim como a computação nas nuvens, foi assunto para os pensadores. A tecnologia foi bastante sondada, mas pouco se fez para que ela assumisse uma posição mais usual. A transformação e aplicação do conceito vêm ocorrendo em marcha lenta. Ao que tudo indica, o prazo de 5 a 10 anos será preciso para que a internet tenha maior integração de seus dados.


  • O desenvolvimento do conceito da Web 3.0 manteve-se no campo de pesquisas. Sua aplicação prática foi pouco vislumbrada. O período informado no artigo que promoveu nossas previsões, a princípio, é o mais sensato.

LTE: o início da internet 4G

Conforme podemos acompanhar em “Vêm aí as redes de quarta geração, as chamadas 4G”, a intenção das operadoras era de viabilizar testes reais com a tecnologia ainda em 2010. Embora a Samsung tenha apresentado um modelo de netbook compatível com o 4G, aqui no Brasil a presença da internet de quarta geração ainda é mera especulação.

Se o planejamento do Governo cumprir os prazos e metas estipulados, teremos suporte de nossas redes de comunicação para o 4G em 2014 para a realização da Copa do Mundo. A implementação seria feita primeiramente nas cidades-sedes.


  • O 3G passou longe de ser superado. Pelo contrário, a tecnologia teve um crescimento razoável há pouco tempo antes do final do ano;
  • Apesar de as operadoras terem anunciado o início dos testes com a rede 4G, os resultados tiveram pouca repercussão e pouca visibilidade.

International CES 2010: o futuro já começou

O maior evento de inovação tecnológica trouxe belas surpresas para o público geek. A tendência de tecnologias ecologicamente corretas se fez presente – a bateria de hidrogênio apresentada pela Horizon Fuel Cell Technologies é um bom exemplo.

CES 2011

A HP deu o primeiro passo na linha de tablets exibindo o TouchSmart tm2. Por sua vez, Steve Jobs não deu o braço a torcer e só revelou seu aparelho algumas semanas depois em evento próprio:  era lançado o iPad.

A Panasonic e a Toshiba apresentaram seus projetos focados em efeitos tridimensionais. A Lenovo inovou oferecendo ao mercado dois eletrônicos interessantes: um híbrido de tablet e notebook chamado IdeaPad U1 Hybrid e o IdeaCentre A300 – o computador “tudo em um”.


  • As suposições que fizemos em relação aos holofotes estarem voltados para a tecnologia 3D e tablets prevaleceram;
  • A excentricidade de Jobs era previsível. Acertamos que ele não iria demonstrar seu tablet, que estava guardado a sete chaves, na CES 2010;
  • As tecnologias sustentáveis, que causam menores danos à natureza, também marcaram presença no evento – assim como o Baixaki havia comentado.


  • Nas nossas previsões deixamos escapar dois tipos de eletrônicos que até a realização da CES não tinham ocupado tanto espaço na mídia. Os híbridos e o formato de computadores que reúnem monitor e CPU no mesmo produto mereceram destaque.

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Prever que rumo as tecnologias irão tomar é uma tarefa bem mais complicada do que aparenta. A bola de cristal do Baixaki deu algumas furadas, mas os acertos prevaleceram. O mais importante é ficar antenado com o que acontece à sua volta! E para você, quais foram as decepções e surpresas tecnológicas em 2010? Quais foram os seus palpites para este ano?

Acompanhe os artigos publicados pelo Baixaki, pois a CES 2011 se aproxima e vamos cobrir o evento em primeira mão para você!

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