Você sabe reconhecer uma placa-mãe para um PC Gamer?

6 min de leitura
Imagem de: Você sabe reconhecer uma placa-mãe para um PC Gamer?

(Fonte da imagem: Divulgação/EVGA)

Com a excelente recepção que todos vocês estão nos dando, temos o prazer de trazer o mais novo artigo desta série sobre computadores gamers, que está sendo construída em parceria com o overclocker Ronaldo Buassali.

Agora que você já aprendeu a escolher um processador e a placa de vídeo, é hora de aprender a reconhecer uma placa-mãe apropriada para uma máquina de jogos. A ideia, novamente, é passar algumas dicas essenciais para você fazer a escolha certa.

Assim como o próprio nome indica, a placa-mãe é o elemento responsável por conectar todos os componentes do computador. Também é por ela que o sistema recebe a alimentação elétrica e se conecta com os periféricos.

Conectados a ela, encontramos os seguintes itens indispensáveis: processador, memória, placa de vídeo (onboard ou offboard), componentes de armazenamento (HD, SSD), periféricos e a fonte. Sendo assim, não é difícil perceber a grande importância que devemos dar à escolha deste componente.

(Fonte da imagem: Divulgação/ASUS)

A determinação da placa-mãe deve levar em conta alguns parâmetros que ajudarão na escolha das demais peças. Não podemos, por exemplo, comprar uma CPU incompatível com o socket (local destinado à instalação do processador) ou uma memória RAM de tecnologia recente (DDR3) para usar em uma placa-mãe antiga (compatível apenas com DDR2).

Muitas placas disponíveis no mercado ainda usam sockets antigos (como o 775 da Intel e o 939 da AMD), mas, no nosso caso, vamos indicar somente os modelos compatíveis com as CPUs que sugerimos no artigo dos processadores para máquinas gamers, portanto nossas recomendações partem dos antigos modelos 1366 (Intel) e AM3 (AMD).

Importante

A matéria visa orientar o leitor sobre informações que devem ser analisadas em relação a uma placa para um PC gamer, portanto somente placas que atendam a todas as qualificações podem ser incluídas nessa categoria.

Isto não quer dizer que uma placa aquém dessas especificações não permita que o usuário use seu PC para jogos. Entretanto, um modelo inferior ao que sugerimos não tem qualidades suficientes para receber uma certificação gamer.

Em que devemos prestar atenção?

É prática comum de algumas empresas mascarar produtos bons com placas de baixa qualidade e performance. Isso fica ainda mais latente pela falta de conhecimento de grande parte do público comprador.

(Fonte da imagem: Divulgação/ASRock)

Um processador robusto e uma placa de vídeo boa chamam muito mais atenção do que uma placa-mãe de qualidade (para este público). Apelando para termos como "8 GB de memória" e "HD de 1 TB", muitas vezes, uma placa-mãe de nome "MK2NX 45-T3R" (essa é fictícia, mas geralmente há um código complicado) passa despercebida.

Acontece que o vendedor empurra essa placa como se ela fosse parte de um "computador gamer", porém, muitas vezes, trata-se de um item para máquinas de desempenho intermediário. A ideia de usar uma placa-mãe barata acaba compensando para o vendedor, o qual economiza uma boa grana nesse item e lucra ao vendê-lo em um PC gamer.

Como pesquisar os modelos adequados

Uma placa-mãe pode ser muito simples, barata e compatível com componentes de alta qualidade, porém, para receber uma certificação gamer, recomendamos que ela siga as informações a seguir:

Capacidades do setor de memórias

As placas de chipset mais barato não possuem capacidade de rodar módulos de frequências mais altas. Muitas delas são limitadas a 1.333 MHz, portanto abaixo do padrão atual (1.600 Mhz). A diferença de performance, nesse caso, não é tão gritante, contudo, a utilização em frequências realmente altas permite a melhora do desempenho.

(Fonte da imagem: Reprodução/MSI)

Normalmente, memórias de baixa frequência e sem dissipadores são construídas com chips baratos, sendo mais suscetíveis a falhas e problemas. Não devemos indicar para uma máquina gamer uma placa-mãe sem a possibilidade de upgrade — o que não significa que ela não pode atender às necessidades de um processador gamer.

Sistema de dissipação de calor

A recomendação é que a placa-mãe para um PC gamer tenha dissipadores nas fases, pois os MOSFET (Metal Oxide Semiconductor Field Effect Transistor ou Transistores de Efeito de Campo) fazem parte do sistema de alimentação da placa e tendem a esquentar muito com o uso intensivo em jogos.

A falta deles pode implicar sérios problemas, visto que esses componentes podem esquentar muito e acabar danificados. Como consequência, o jogador terá de gastar em dobro para comprar uma nova placa-mãe, visto que é difícil efetuar reparos.

Sistema de alimentação

É importante optar por uma placa que saiba gerenciar a energia. As variações de tensão devido a um fraco sistema de fases (VRM – Voltage Regulator Module) podem gerar problemas com o uso intenso durante os jogos. Uma placa com um sistema elétrico ineficiente pode apresentar níveis de ruídos elétricos muito elevados, o que implica possíveis danos a todo o sistema.

(Fonte da imagem: Divulgação/EVGA)

Não fosse assim, não teríamos placas destinadas a jogadores, como os modelos ROG (da ASUS), a série Gaming (da MSI), a linha G1-Killer (da Gigabyte), componentes Extreme (da Asrock), placas Classified (da EVGA) e outras devidamente preparadas para esta atividade.

Outro detalhe é verificar se a conexão de energia do processador é de oito pinos. Entradas de quatro pinos não oferecem energia suficiente para processadores mais robustos. Hoje em dia, existem placas com entradas para até dois conectores de oito pinos, o que prova que placas gamer não podem trabalhar com apenas quatro pinos.

Capacitores, indutores e componentes

Existe, obviamente, para as placas-mãe de baixo custo e chipsets mais simples, a prática de inclusão de itens de baixa qualidade no intuito de baratear o custo final do produto. Isso não será perceptível a não ser que o usuário tenha conhecimento técnico para discernir.

Todavia, quando o uso do computador é intenso, o que é normal quando se trata de um PC gamer, esses componentes podem causar problemas como capacitores estufados ou vazados, ruídos nos indutores, desligamentos repentinos e outros.

(Fonte da imagem: Divulgação/ASUS)

Placas de melhor qualidade não escondem esses detalhes, por isso nossa recomendação é ter atenção a tais peças. Sempre procure optar por placas com capacitores sólidos japoneses, indutores blindados e elementos da melhor qualidade possível.

Observações importantes

Na hora de comprar uma placa-mãe para um PC de jogos é importante ficar atento às seguintes características:

  • A interface utilizada atualmente para o armazenamento é o SATA 3 (6 GB/s). Ela tem o dobro da velocidade em relação ao SATA 2 (3 GB/s). Ainda que a velocidade seja limitada no caso da utilização de um HD comum, pode haver diferença no caso de um upgrade para SSD, ainda maior se for utilizado RAID0;
  • É interessante adquirir uma placa com o padrão USB 3.0, mais rápido e moderno que o anterior USB 2.0. Essa característica não deve causar impacto na utilização de mouses e teclados, mas pode ser fundamental para dispositivos de armazenamento externos;
  • Muitas vezes, placas-mãe de baixo custo trazem sistemas de áudio e rede embutidos de baixa qualidade. Isto pode significar má qualidade de som e uma internet problemática. Mesmo que onboard, as placas mais indicadas para gamers trazem elementos desse tipo de melhor qualidade. Quem busca o melhor em áudio pode optar por placas com ASUS Sonic Radar, MSI SBX, Gigabyte Amp Up e outras tecnologias de áudio 7.1 (recomendado). Para rede, podemos citar o Killer E2200, o qual é voltado para gamers;
  • Recomendamos que a placa-mãe para um computador gamer seja da tecnologia mais recente que você puder adquirir, pois a indústria está em constante evolução e, com isso, você tem à disposição melhores opções para upgrade.

Lista de placas recomendadas

Se fôssemos citar uma a uma as placas aprovadas, a lista seria interminável, portanto vamos tentar filtrar os modelos adequados em função do seu chipset e/ou socket:

AMD

Placas com socket AM3 / AM3+ (chipset 970, 980, 990X) ou FM2 (A75, A85 e A88X), compatíveis com os processadores Phenom II X4 9XX, Phenom II X6 1XXXT, FX 4XXX ou superior, A8 e A10 (para socket FM2 e FM2+).

Intel

Placas com socket 1366 (X58), 1156 (P55, H55), 1155 (H67, P67, H68, Z68, H77, Z77), 1150 (B85, H87, Z87), 2011 (X79), compatíveis com os processadores Core i5 e Core i7 (1ª, 2ª, 3ª e 4ª geração).

Pesquisa nunca é demais

Essas são apenas algumas dicas referentes ao processo de escolha de uma placa-mãe gamer, mas é sempre interessante conferir análises e todas as especificações antes de tomar qualquer decisão. Esperamos ter ajudado. Fique de olho em nosso site, pois em breve traremos mais uma matéria da série PC gamer. Até a próxima!

Você sabia que o TecMundo está no Facebook, Instagram, Telegram, TikTok, Twitter e no Whatsapp? Siga-nos por lá.