O que levar em consideração na hora de comprar uma placa de vídeo?

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Escolher novos componentes para turbinar o PC é sempre uma alegria, mas filtrar os tantos modelos e adquirir um produto realmente evoluído é uma tarefa difícil. No caso das placas de vídeo, o processo é ainda mais demorado e minucioso. Você deve considerar diversas especificações, avaliar inúmeros benchmarks e ainda buscar um produto com preço acessível.

Quem nunca passou por isso não faz ideia de como é complicado encontrar a placa perfeita. Pensando nisso, elaboramos um apanhado geral sobre o que levar em consideração na hora de comprar uma placa de vídeo.

AMD ou NVIDIA? ASUS ou MSI?

Se você está ligado nas notícias de hardware, deve saber que a AMD e a NVIDIA são as duas principais fabricantes de chips gráficos. Pois é, essas duas marcas são famosas, porém você dificilmente encontrará uma placa de vídeo desenvolvida por uma das empresas. Elas produzem apenas o "núcleo" das placas, deixando a montagem para outras companhias.

(Fonte da imagem: Reprodução/NVIDIA)

O mercado está saturado de montadoras: ASUS, MSI, ECS, Sapphire e Powercolor são apenas algumas das tantas que atuam neste ramo. Elas combinam processador, módulos de memória, controladores, coolers e diversos outros componentes em uma única placa. Existem diversos modelos de placas, o que resulta em uma grande confusão para o comprador.

Algumas montadoras produzem placas apenas com chips da AMD, outras apenas com itens da NVIDIA e há também aquelas que trabalham com componentes das duas fabricantes. Para falar a verdade, a marca não vai fazer muita diferença, pois o que importa é executar o jogo com boa qualidade e desempenho.

(Fonte da imagem: Divulgação/Sapphire)

Então não existe diferença? Claro que existe! Você deve conferir benchmarks em sites especializados para averiguar qual marca possui melhor desempenho. Algumas montadoras oferecem placas com overclock na GPU e na memória — geralmente são modelos mais robustos, mas também têm preços elevados.

Números e mais números

Os nomes das placas não são muito amigáveis e, às vezes, os números mais complicam do que ajudam. Geralmente, um número maior indica desempenho superior, mas essa não é uma regra geral. A GeForce GTX 680 é mais avançada do que a GTX 580; por outro lado, a GTX 670 perde para a GTX 590. Não dá para fazer comparações apenas levando esses números em conta.

Assim, você deve ter em mente que existem diferentes gerações de placas. As fabricantes oferecem uma enorme gama de modelos em cada série para atender aos diferentes perfis. Dentro de cada conjunto, a tendência é que os maiores números indiquem maior desempenho — mas é preciso atentar para alguns detalhes.

(Fonte da imagem: Baixaki/Tecmundo)

Detalhamos todo este assunto no artigo “A escolha certa: como funcionam as nomenclaturas das placas de vídeo”. Depois de conferir o texto e tirar todas as suas dúvidas, vale visitar as tabelas com todos os modelos e especificações das placas, pois fica muito mais fácil compreender os detalhes expostos neste artigo.

  • Tabela comparativa das placas de vídeo da AMD/ATI
  • Tabela comparativa das placas de vídeo da NVIDIA

É hora de filtrar!

Agora, que você já entende sobre as nomenclaturas e tem consciência de que números nem sempre indicam potência, vamos aos principais fatores que você deve observar na hora de escolher a placa.

1) Memória

O papel da memória é armazenar texturas e dados que serão processados pelo chip gráfico. Em jogos pesados, a quantidade de memória é fundamental, pois a GPU necessita de muito espaço para guardar as informações. Quer um exemplo? Total War: Shogun 2 tem cenários e personagens recheados de detalhes. Neste jogo, uma placa com 3 GB faz toda a diferença.

Também não adianta escolher qualquer placa com 2 GB pensando que isso fará o game rodar perfeitamente. Muitas placas de vídeo com 512 MB superam modelos de 1 GB e até de 2 GB. Como? A largura de banda da memória influencia diretamente na performance. Componentes com interface de 256 bits superam outros que trabalham com 128 bits.

(Fonte da imagem: Divulgação/ASUS)

Além disso, é preciso levar em consideração o clock da memória, pois este valor associado à interface resulta na taxa de transferência máxima — o que faz grande diferença durante a execução de jogos. Veja como você pode calcular a taxa de transferência da memória:

[número de bits] x [frequência da memória] / 8

Bom, se você está comprando uma placa básica, vale ficar atento ao tipo de memória. Algumas fabricantes ainda oferecem placas de vídeo com memória DDR3. Evite esse tipo de placa, pois o desempenho é muito inferior quando comparado a uma com módulos do tipo GDDR5.

2) Frequências

Antes de qualquer coisa, vale salientar que não é muito lógico comparar placas da AMD e da NVIDIA usando apenas o clock do processador como referência. Aliás, nem mesmo em comparações de uma mesma série é possível utilizar este fator como única importância.

Você até pode comparar dois modelos da AMD (ou da NVIDIA) utilizando este aspecto como base, entretanto, a comparação só faz sentido quando outras características são idênticas. Por exemplo: a Radeon HD 6850 e a Radeon HD 6870 possuem especificações muito parecidas. Nesse caso, você pode admitir que, por conta das frequências, a Radeon HD 6870 é melhor.

(Fonte da imagem: Baixaki/Tecmundo)

Todavia, assim como os processadores comuns, os chips gráficos têm uma série de especificações que implicam diretamente no desempenho. Por exemplo: a Radeon HD 6770 trabalha a 850 MHz, enquanto a Radeon HD 6850 opera a 775 MHz. É claro que a Radeon HD 6770 realiza mais cálculos por segundo, mas isso não significa que ela é melhor.

A performance em jogos depende, entre outros fatores, da frequência da GPU, mas esse não é o único parâmetro. Uma placa equipada com uma Radeon HD 6850 apresentará desempenho superior, pois essa unidade gráfica trabalha com largura de banda da memória de 256 bits — o que aumenta a quantidade de dados que podem trafegar.

Qual é o seu perfil?

Perfil doméstico

Se você é um usuário que utiliza seu computador apenas para navegar na internet, criar documentos, ouvir músicas e realizar tarefas simples, saiba que a aquisição de uma boa placa de vídeo não é necessária para seu perfil. Todas as tarefas que você quiser realizar são possíveis em uma simples placa onboard, que você já deve possuir em seu computador.

(Fonte da imagem: Divulgação/AMD)

Perfil profissional básico

Se você trabalha com edição de imagens e vídeos ou outras tarefas na parte de design, não tenha dúvida que uma placa de vídeo offboard é fundamental para você. É importante optar pelo menos por uma placa intermediária, visto que alguns programas — como o Adobe Photoshop — trabalham com ferramentas tridimensionais e podem desfrutar da GPU.

Perfil gamer

Como o próprio nome sugere, os usuários que se encaixam neste grupo são aqueles que procuram se divertir com os mais diversos tipos de games. Obviamente que você não precisa da melhor placa disponível no mercado para executar os jogos mais recentes, porém, caso esteja procurando por tecnologias recentes, uma placa top talvez seja a mais indicada.

(Fonte da imagem: Divulgação/ASUS)

Perfil entusiasta

Você adora ter o melhor e não pode viver sem overclock? Então, você é um entusiasta! Não pense duas vezes, somente as placas mais recentes vão atender suas necessidades — provavelmente uma placa com duas GPUs é o mais indicado. Talvez, seja interessante até optar por uma configuração SLI ou CrossFire.

Perfil profissional avançado

Se você deseja montar um estúdio para edição de vídeos em alta definição ou para criação de animações profissionais, então, você se encaixa neste perfil. Placas comuns da série GeForce e Radeon não atendem suas necessidades. Opte por componentes mais robustos, como a ATI FirePro ou a NVIDIA Quadro.

(Fonte da imagem: Divulgação/NVIDIA)

Leve em consideração!

Monitor

Independente do seu perfil, antes de adquirir uma placa é crucial que você defina qual monitor será instalado em seu computador. Uma placa de alto desempenho pode ser um esbanjo para quem possui um monitor de baixa resolução.

Da mesma forma, uma unidade gráfica de baixa performance não é recomendada para telas de alta definição. Por quê? É interessante sempre utilizar a resolução máxima suportada pelo display. Com uma placa mais fraca, a taxa de quadros pode cair consideravelmente em alta resolução. Além disso, você não vai querer enxergar os pixels e ter gráficos distorcidos.

DirectX, Shader, OpenGL

Se você quer melhorar seu PC para aproveitar os games mais recentes, então, você precisa se lembrar de que os jogos mais avançados são desenvolvidos a partir das possibilidades abertas por novas tecnologias. Isso significa que a compatibilidade com as versões mais recentes do DirectX, do OpenGL e do Shader Model é uma característica essencial.

(Fonte da imagem: Divulgação/OpenGL)

Graças ao suporte para novas bibliotecas, você poderá desfrutar de recursos avançados, como o Tesselation. Evidentemente, antes de comprar sua placa, vale conferir alguns benchmarks para ter certeza de que ela oferece bons resultados com a utilização de tecnologias mais avançadas. Uma GPU muito básica vai sofrer para renderizar gráficos detalhados.

Conexões

Muitas das atuais placas gráficas trazem saídas HDMI. Todavia, algumas vêm equipadas com DisplayPort. Vale ficar atento à quantidade e ao tipo de conector, pois é complicado ficar utilizando adaptadores posteriormente. Claro, se você pretende trocar seu monitor em breve, então, já vale adquirir uma placa com o tipo de conexão necessário.

(Fonte da imagem: Reprodução/Toms Hardware)

Além disso, você deve ficar ligado nas conexões de energia necessárias. Placas mais robustas requisitam um ou dois cabos de energia separados. Conforme o modelo, esse cabos podem ser de 6 ou 8 pinos. Geralmente, os componentes vêm com adaptadores, porém vale observar se sua fonte tem pelo menos um dos tipos necessários.

Escolha a sua!

Nossas sugestões acabam aqui. Essas orientações são apenas dicas gerais e recomendamos que você busque se informar diariamente sobre o assunto. Vale dar uma pesquisada mais profunda nos aspectos específicos de cada modelo. Além disso, procure acompanhar os benchmarks e ler análises, pois assim você tem como saber qual é o melhor modelo.

A fonte de energia também deve ser eficiente, afinal, não adianta adquirir uma placa se não há alimentação suficiente. E tenha em mente: nem sempre o mais caro é o melhor para você. Pode ser que uma placa mais barata atenda as suas necessidades e execute jogos em boa qualidade. Muitas vezes, sacrificar um pouco de desempenho pode poupar muito dinheiro.

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