Overclock profissional: veja o que é usado para ir até o limite das placas

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Fazer overclock em nível profissional é uma tarefa complexa, pois é preciso muito cuidado e conhecimento sobre os componentes para se trabalhar nessa situação. Uma vez que são necessárias modificações nos parâmetros de funcionamento, e o calor gerado é intenso, os overclockers mais experientes utilizam nitrogênio líquido (LN2) para refrigerar os componentes, e isso requer cuidados especiais.

O LN2 atinge temperaturas de -197 ⁰C, causando intensa condensação ao redor dos componentes. Como resultado, a água que se forma começa a escorrer em torno das peças, gerando problemas como curtos-circuitos e falhas de funcionamento, caso elas não estejam devidamente protegidas.

Dessa forma, materiais como Armaflex (borracha especial), eraser (borracha limpa tipo), vaselina, toalhas absorventes e outros são bastante utilizados para a proteção do equipamento.

Mas não é somente o cuidado com o isolamento que é necessário para um overclock expressivo. Outras coisas estão envolvidas, como a qualidade do equipamento utilizado e as alterações que devem ser realizadas para fazer o computador trabalhar ao máximo.

Além dos ajustes de software

Na maioria das vezes, essas modificações são realizadas na própria BIOS (Basic Input Output System, o sistema de controle "interno" da placa-mãe) e/ou com softwares de aumento de frequência e tensões. Mas, para atingir os mais altos níveis de desempenho, são necessárias modificações físicas no hardware, em especial, para o Overclocking 3D.

Neste vídeo, apresentamos o trabalho do Team Corsair, composto por Ronaldo (rbuass) e Jacson (schenckel) para modificar uma placa.

Placas Zombie, preparadas com sistemas externos (Fonte da imagem: Ronaldo Buassali)

Eles foram os únicos a fazer uma NVIDIA GTX 780Ti "Zombie" do mundo, utilizando para isso uma placa de referência e modificando-a completamente para competir com modelos preparados de fábrica, como as placas ASUS Direct CU II, MSI Lightning e Galaxy HOF.

As placas “Zombie” são aquelas que utilizam um sistema de alimentação externo, de maior capacidade, com o desligamento do original. Componentes como a memória, PLL e a GPU da placa podem ser adaptados para funcionar desta forma, garantindo melhores resultados no overclock. Confira abaixo algumas imagens do processo de adaptação:

Um tiro no escuro

Para a equipe de overclockers, a preparação da placa e dos outros componentes do computador demora cerca de 20 horas. O pior é que não há garantia de que tudo vá funcionar corretamente, pois as modificações são tão agressivas que podem "matar" a placa com muita facilidade.

Abaixo, você pode conferir a lista das modificações realizadas nos componentes mostrados no vídeo:

  • A BIOS é editada para trabalhar em frio extremo;
  • Os indutores são removidos;
  • A ligação do PWM original é removida;
  • São removidos resistores SMD (proteção térmica e para alteração via potenciômetro);
  • É acrescentada uma placa com sistema de fases mais poderoso, modificado para uso com potenciômetro;
  • São acrescentados potenciômetros para mudanças de tensões;
  • São acrescentados pontos de leitura de tensões;
  • A placa é literalmente "lixada" para aumentar a área de positivo e terra;
  • São colocados capacitores "extras";

Modelos iguais, placas diferentes

Ronaldo explica que foi utilizado como base o "esquema" que havia dado certo na GTX Titan que ele utilizou para vencer o Master Overclocking Arena Free Style, pois a placa é bastante similar. No entanto, existem diferenças entre as duas, e eles somente tiveram certeza depois que comprovaram o funcionamento das placas em testes.

Trabalhando nas soldas (Fonte da imagem: Reprodução/Ronaldo Buassali)

Segundo a equipe, a única informação que norteia o funcionamento das modificações é o monitoramento das resistências dos componentes, que devem permanecer aproximadamente as mesmas, comprovando que não houve nenhuma ligação errada ou curto (“aproximadamente” pois o calor gerado pela soldagem modifica a resistência até que ela volte à temperatura normal).

A recompensa de tanto trabalho é mostrada na marca de 4:17, momento em que a placa é registrada rodando sem problemas em uma frequência de 1.730/1.960 MHz, depois de uma bateria de testes. Ronaldo brinca que “depois disso é só alegria”.

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