OnePlus diz que não faz overclock, mas também não se arrepende de ‘cheat’

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Durante os últimos dias, o que deveria ser um período tranquilo de lançamento para o OnePlus 5 acabou se tornando um verdadeiro caos na indústria mobile, com críticas e acusações sendo feitas de todos os lados. O problema? A empresa chinesa estaria “roubando” para fazer com que seu novo celular se saísse bem nos benchmarks – ação que despertou até mesmo a fúria de executivos da Google. Agora, no meio de toda essa polêmica, a fabricante finalmente veio a público para se explicar – ou algo parecido com isso.

Quando surgiram os primeiros relatos de que a marca estaria alterando as frequências e o desempenho de seu aparelho de acordo com o aplicativo iniciado no sistema – com o objetivo de arrebatar pontos em testes –, um dos cofundadores da OnePlus chegou a justificar esse tipo de estratégia como algo válido. Isso porque, na opinião de Carl Pei, esse seria um recurso padrão do dispositivo para aprimorar a performance do equipamento em situações mais exigentes. O texto do executivo, no entanto, foi controverso.

Será que o OnePlus 5 precisa disso tudo para se dar bem?

“As pessoas usam os aplicativos de benchmark para determinar a performance de seus dispositivos, e queremos que eles vejam o verdadeiro potencial do OnePlus 5. Sendo assim, permitimos que os apps de benchmark rodassem em um modo similar ao de uso rotineiro [...]. Adicionalmente, quando o OnePlus 5 carrega apps, ele entra em um estado similar para conseguir aumentar a velocidade com que esses programas são abertos. Não estamos overclockando o aparelho, mas sim mostrando seu potencial de desempenho”, afirmou Pei.

Novo comunicado, mesma história

Além de o comunicado desconsiderar os perigos em relação ao desgaste de componentes e aumento de temperatura do smartphone, como apontado por um dos engenheiros da Google, ele também toca em um ponto sensível: o de que o “cheat” para benchmarks representaria uma reprodução do uso comum do OnePlus 5 – o que não é verdade, já que o recurso só entra em cena na hora de carregar novos apps ou rodar games.

Como bem disse a equipe do XDA Developers, acaba transformando os testes de benchmark em uma competição pelo maior número – como nas disputas da cena overclocker de PCs –, mascara a experiência real do produto e trai a confiança dos consumidores, seja no quesito segurança ou uso no dia a dia. Não demorou para que essa nova discussão tomasse uma nova proporção e a OnePlus tivesse mais uma vez que dar seu parecer sobre o tema. Confira:

Estamos confiantes de que a nossa abordagem é a mais acertada

“Nós configuramos o OnePlus 5 para rodar benchmarks em um alto nível de performance que é tanto natural quanto sustentável para todos os dispositivos, a imprensa e os consumidores. Tudo isso para que os usuários possam enxergar o verdadeiro potencial do dispositivo quando ele está rodando apps e jogos mais exigentes. Em nenhum momento nós overclockamos o CPU ou aumentamos o piso de frequência dele. Estamos confiantes de que a nossa abordagem é a mais acertada para mostrar a capacidade de performance do OnePlus 5.”

Fica claro, então, que a fabricante chinesa não se arrepende ou mesmo acha errado que seus testes de benchmark sejam feitos em um patamar diferente da concorrência e se aproveite de brechas no sistema para sair na frente . Com isso, é quase certo que a polêmica em torno do aparelho se estenda por mais um tempo e macule um pouco o histórico do celular. O pior de tudo? Aparentemente, o OnePlus 5 é um ótimo smartphone, tem um belo hardware e não precisa disso para se destacar. E aí, o que você acha de toda essa polêmica?

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