Novas tecnologias prometem revolucionar nossa relação com sons ambientes

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(Fonte da imagem: Reprodução/New Scientist)

Quem está cansado de andar por um ambiente e ter que ouvir conversas ou músicas que não são de seu interesse deve ficar atento ao trabalho de Jörg Müller, da Universidade Técnica de Berlim. Ele criou um sistema de direcionamento sonoro que permite a uma pessoa sozinha ouvir a transcrição dos textos presentes em sua caixa de emails sem que, para isso, sejam necessários fones de ouvido.

Para conseguir esse resultado, Müller utilizou algoritmos de processamento de áudio inteligentes combinado a caixas de som direcionais e tecnologias de reconhecimento de gestos. Ele não é o único a apostar na ideia, como bem demonstrou a Parametric Sound com seu sistema “Hypersound”, apresentado durante a CES 2014.

Usando caixas de som especiais, a empresa de San Diego faz sinais transitarem na forma de ondas ultrassônicas normalmente inaudíveis, que só podem ser captadas por uma pessoa que está em uma posição específica. Isso permite, por exemplo, que um jogador aproveite o áudio em estéreo de um game enquanto aqueles ao seu redor não escutam o que está se passando na tela da TV.

A tecnologia está sendo testada em unidades do McDonald’s na Disneylândia e em North Euclid, na Califórnia. “Geralmente há uma TV na lanchonete, mas não é todo mundo que quer ouvir a ela. Então você pode decidir se quer que essa informação seja transmitida para a sua mesa”, afirmou o porta-voz da Parametric Sound, David Lowey. A mesma técnica já está sendo empregada em algumas lojas de brinquedo e no sistema sonoro de carros, que enviam as instruções de navegação por GPS somente ao motorista.

BoomRoom

Para mostrar o potencial dessas novas tecnologias, Müller criou um projeto conhecido como BoomRoom: uma sala com 56 caixas de som direcionais que permitem reproduzir áudio de forma fixa ou móvel ao redor de um espaço. Usando 16 câmeras que reconhecem gestos feitos por uma pessoa, o sistema consegue controlar o que cada uma das fontes de som disponíveis na sala faz.

(Fonte da imagem: Reprodução/New Scientist)

Um dos exemplos de como essa tecnologia pode ser utilizada é a atribuição de uma faixa musical a um vaso, que começa a reproduzi-la assim que uma pessoa entra em contato com o objeto. O mesmo princípio pode ser aplicado ao gesto de fazer o movimento de unir as palmas de suas mãos, enquanto gestos específicos podem modificar aspectos como o volume e a maior incidência de determinada frequência sonora em uma música.

A BoomRoom usa uma técnica desenvolvida pela Universidade Delft de Tecnologia na Holanda conhecida como “wave field synthesis” (WFS), que constrói um campo de som 3D cancelando e reforçando ondas sonoras de maneira semelhante à que um holograma faz com ondas luminosas. O segredo da tecnologia é um algoritmo que controla as caixas de som de forma precisa usando frequências construtivas e destrutivas no momento em que elas se mostram necessárias.

Segundo Müller, foi somente graças à construção de um computador especial que se tornou possível coordenar o tempo certo em que todos esses processos devem acontecer. Embora as saídas de som não sejam nada especiais, seu posicionamento aliado ao uso do algoritmo faz com que tudo funcione da maneira prevista.

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