Fim da Motorola: o que de fato vai mudar para o consumidor

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A Lenovo comprou a Motorola da Google por US$ 2,91 bilhões em 2014 e, ontem, anunciou que vai matar a marca de vez no mundo todo. Isso significa que não haverá mais smartphones lançados no mercado com nome “Motorola”, mas ele será substituído pelo da própria Lenovo. Ao que parece, a marca final será “Moto by Lenovo”, uma vez que o título da atual linha Moto vai continuar existindo juntamente com o M estilizado da fabricante. Mas o que de fato muda para o consumidor?

Na verdade, não deve haver muita mudança. A Motorola Mobility do Brasil mandou um comunicado à imprensa na manhã de hoje fazendo um pronunciamento oficial sobre o fim do seu nome. O texto explica que a empresa continuará a existir normalmente, mas terá seu nome alterado.

A Motorola Mobility continua a existir como parte do grupo Lenovo e vai liderar as áreas de engenharia e design em todos os nossos produtos móveis. No entanto, para a nossa estratégia de marketing, vamos adotar duas marcas em smartphones e wearables e seguir, daqui para frente, com Moto e Vibe globalmente.

Basicamente, se você comprar algum telefone da empresa em um futuro próximo, na caixa, não haverá mais o nome “Motorola”, mas sim “Lenovo”. É muito provável que a empresa chinesa dê continuidade à família Moto (X, G, E e outros) por conta do seu recente sucesso entre os consumidores, mas também serão introduzidos mais modelos Vibe nos mercados onde a Motorola já está presente, como no Brasil e no restante do Ocidente.

Vai virar uma marca premium e cara?

De acordo com as declarações do COO global da Motorola, Rick Osterloh, na CES 2016, os smartphone da linha Moto vão se tornar aparelhos “super premium” na Ásia e em outros mercados em que a Lenovo já atua com força. Nesses lugares, os aparelhos Vibe vão continuar a existir normalmente, concorrendo em faixas de preço mais baixas.

Não foi esclarecido se, com esse movimento na Ásia, os smartphones Moto também ficarão mais caros no Ocidente em função de estarem mais premium. É possível que a Lenovo invista mais em design e construção desses produtos para apelar para um nicho de mercado mais exigente, atualmente dominado por Apple e Samsung.

Caso os preços dos dispositivos Moto realmente subam, ainda haverá a opção de comprar os modelos da linha Vibe. No fundo, será a mesma empresa por traz da fabricação e design, mas é inegável a diferença entre as duas famílias de aparelhos.

Assistência técnica para quem já tem um aparelho Motorola?

Nesse quesito, a Lenovo não deve fazer grandes mudanças. Afinal, a empresa já é dona da Motorola há quase dois anos e, desde então, tem ampliando e investido nesse setor de atendimento pós-venda. O que pode acontecer é a alteração da identidade visual das lojas e locais de assistência, e só.

O app de ajuda, que oferece tutoriais, respostas de perguntas frequentes e a possibilidade de conversar com especialistas da Motorola/Lenovo via chat online em tempo real também deve permanecer ativo e disponível como sempre.

Atualizações do Android continuarão chegando?

Esse ponto é um verdadeiro mistério. A empresa não se manifestou sobre isso, e não obtivemos respostas em tempo hábil para essa questão. Contudo, é bem provável que não haja mudanças na velocidade com que os aparelhos Motorola e Lenovo recebem atualizações, uma vez que a mesma equipe continuará trabalhando por lá. Contudo, não há certeza quando a isso.

O Android vai continuar “puro”?

Essa já é uma questão mais delicada. Os smartphones da linha Vibe da Lenovo possuem uma personalização na interface do Android que pode ser considerada leve, mas ela existe. O mais marcante, e que pode incomodar usuários de atuais aparelhos Motorola, é o fato de os botões de navegação do sistema no fundo da tela serem trocados de posição.

Contudo, a Lenovo pode continuar mantendo o Android como veio ao mundo na Linha Moto para não perder a essência dessa marca. Ao comprar a empresa em 2014, o CEO da Lenovo disse em entrevista: “essa marca é o nosso tesouro. Nós planejamos não apenas protegê-la, mas torná-la mais forte”.

Isso pode ser um indicativo de que eles pretendam manter alguma coisa da icônica fabricante, mas como já resolveram eliminar o “Motorola” de vez, essa declaração pode também não significar nada. Afinal, “tudo o que era sólido se desmancha no ar”, como já disse Marx.

Vai ter uma volta?

Muito provavelmente não. Ao contrário do que aconteceu com a Nokia ao vender sua divisão mobile para a Microsoft, a Motorola teve sua marca totalmente vendida para a Lenovo, não apenas por um tempo. Assim, a Nokia pode voltar a fabricar smartphones com seu nome em breve, mas a Motorola sempre estará sob o guarda-chuva da Lenovo. Isso só muda se houver outra venda da empresa.

Ainda assim, a Motorola Solutions, que foi separada da Motorola Mobility já na venda para a Google, continua trabalhando na área de telecomunicações e até fabrica ocasionalmente alguns smartphones, mas eles são voltados para o uso corporativo bem específico, e não devem chegar ao consumidor comum.

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