Review: smartwatch Motorola Moto 360 [vídeo]

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Prós
  • Visual elegante e discreto
  • Resposta precisa a comandos de voz
  • Compatibilidade com celulares de outros fabricantes
Contras
  • Bateria não dura mais do que 8 horas
  • Aparelho esquenta em alguns momentos
  • Android Wear não está adaptado a telas redondas

A Motorola está lançando no Brasil o seu primeiro modelo de smartwatch, o Moto 360. O acessório é também um dos primeiros dispositivos a contar com o Android Wear como sistema operacional e, por conta disso, ele é compatível com qualquer smartphone Android cuja versão seja superior à 4.3.

Desde que foi anunciado, em setembro deste ano, o modelo chamou a atenção do público pelo seu design diferenciado e, no caso do mercado norte-americano, pelo preço mais acessível em relação à primeira geração de relógios lançados por outros fabricantes. Nas primeiras semanas por lá, o produto esgotou nas prateleiras e nas lojas online.

Mas será que já vale a pena desembolsar cerca de R$ 800 em um relógio inteligente? O smartwatch da Motorola cumpre o que promete? Isso é o que nós vamos descobrir agora nesta análise.

Design e tela

O Moto 360 é sem dúvida um dos aparelhos mais bonitos da sua categoria. Porém, isso não significa que ele seja perfeito. O modelo que testamos conta com uma pulseira de couro, na cor preta. O corpo do relógio é construído em aço inoxidável e transparece bastante resistência. A certificação IP67 garante ainda que o modelo é resistente à água e à poeira.

Na parte de baixo do display há uma espécie de corte na tela, impedindo que ela seja um círculo perfeito. É nesse ponto que está localizado o sensor de presença, que liga e desliga o visor sempre que você olha para ele. Esse detalhe é responsável também por cortar parte do que é exibido, sendo uma pequena falha de adaptação do produto ao Android Wear.

Por fim, o vidro do display é mais alto do que o corpo do relógio, o que gera uma borda de vidro incômoda nas laterais, algo bastante perceptível quando o visor exibe itens com fundo branco. A tela tem um baixo índice de reflexo e pode ser usada com tranquilidade sob a luz do sol. O modelo conta ainda com pedômetro, para contar os seus passos, e sensor de batimentos cardíacos.

Particularmente, confesso que o aparelho parece mais bonito nas fotos de divulgação do que pessoalmente. Entretanto, essa é claramente uma questão de gosto. Aqueles que utilizam relógios mais robustos, com pulseiras em metal, por exemplo, podem não achar interessante a ideia de um modelo que segue um estilo mais “clássico”, digamos assim.

Bateria

A duração de bateria é o grande problema do Moto 360. E aqui estamos falando de algo que compromete o uso do aparelho no dia a dia. Em nossos testes, com o aparelho conectado ao celular via Bluetooth e em uso contínuo, a bateria durou apenas 8 horas. Quando desabilitamos a conexão, algo que faz com que o relógio perca um pouco do seu propósito, o tempo de carga subiu para 12 horas. Ainda assim, muito pouco.

O Moto 360 conta com um carregador sem fio, mas ele precisa ser ligado a uma tomada. Você não pode carregá-lo no seu PC via USB, por exemplo. Isso limita bastante o uso do produto. Na prática você terá que carregá-lo até mesmo mais de uma vez por dia. Vale lembrar que a conectividade Bluetooth constante também compromete a bateria do seu smartphone. Pelo menos 20% da carga gasta ao longo do dia será destinada a essa finalidade.

Não há dúvidas: se você espera poder ficar conectado o tempo todo, checando suas notificações sempre que possível no relógio de pulso, prepare-se para a decepção. Claramente, a bateria do aparelho não resiste a um dia de uso, ainda que com moderação. Essa é uma falha grave e que, esperamos, seja corrigida em um próximo modelo.

Desempenho

Em termos de desempenho não temos nenhuma queixa do Moto 360. O acessório rodou com tranquilidade todos os apps que testamos. Porém, há um efeito colateral que não podemos deixar de mencionar. Enquanto o aparelho está pareando com o celular ou está executando tarefas mais pesadas, como busca de resultados no Google Maps, ele esquenta.

Por se tratar de um relógio, há contato direto e permanente com o pulso e, por conta disso, você percebe o calor com maior clareza do que perceberia em um smartphone, por exemplo. Não é nada alarmante ou que vá queimar o seu braço. Longe disso. Porém, em alguns momentos é desconfortável ter a sensação de que um relógio está esquentando no seu pulso.

A transição entre aplicativos é outro ponto forte. Seja via toques na tela ou por meio de comandos de voz, o aparelho parte do estado de repouso para a execução do aplicativo em questão de segundos, sem transparecer a sensação de loading. O hardware do smartwatch é suficiente e condizente com a sua proposta e, nesse quesito, certamente o consumidor não vai se desapontar.

Android Wear

Basicamente não há nada que você faça com um smartwatch que você não possa fazer com o seu celular. Por conta disso, o Moto 360 pode ser encarado com um acessório facilitador do uso do celular ou como uma ferramenta auxiliar para usuários que gostam de estar ligados o tempo todo em notificações.

Primeiramente é preciso parear o seu celular com o relógio via Bluetooth. O processo é simples e tomará poucos minutos. Antes disso, baixe o aplicativo Android Wear no seu smartphone. Ele deve funcionar como uma verdadeira central de comandos para habilitar ou desabilitar novas funções.

O visual do Android Wear lembra muito o funcionamento do Google Now. Você tem acesso às mesmas notificações habilitadas no celular, além dos cards que você está habituado a visualizar no Google Now. Sua comunicação com o relógio pode ser feita via toques na tela ou ainda por comandos de voz. Basta falar “Ok, Google” para que uma tela de comando seja aberta.

Em seguida, você pode adicionar lembretes na agenda, traçar uma rota no Google Maps, mostrar a sua contagem de passos ou mesmo enviar um SMS ou email para um dos seus contatos. O reconhecimento dos comandos de voz é preciso. Já as informações que você dita para compor as mensagens nem sempre são entendidas corretamente. As notificações recebidas podem ser lidas no relógio, mas, para respondê-las, é preciso abrir a mensagem no smartphone.

Para aqueles que pretendem utilizar o Moto 360 como companheiro para a prática esportiva, os resultados são mais interessantes. O contador de passos e o medidor de frequência cardíaca são bastante eficientes e práticos de serem utilizados. Os resultados podem ser armazenados no relógio ou transferidos para o celular.

Por fim, você pode ainda baixar aplicativos específicos para o Android Wear. O acesso à lista é feito via app no smartphone. Você é direcionado para a Play Store, onde já existem centenas de opções em apps compatíveis com o Moto 360.

Vale a pena?

Embora a primeira geração do Moto 360 mostre alguns avanços em relação aos primeiros modelos de smartwatches, ainda não foi desta vez que um relógio inteligente nos deixou encantados. Na prática, o Moto 360 ainda é menos útil do que parece, limitando-se basicamente a reproduzir funções que seu celular já faz.

A duração de bateria se mostra um problema sério para o consumidor. Se você é um usuário que pretende ficar conectado o tempo todo, certamente a carga não vai aguentar durante todo o dia. Você precisará ter o carregador sempre por perto para continuar tendo acesso a recursos simples, como ver as horas.

A interface do Android Wear ainda precisa ser melhor adaptada ao formato de tela redonda, mas o número de aplicativos não para de crescer, num sinal que a plataforma é promissora. Pelo preço do Moto 360 no Brasil — R$ 799 — ele, como qualquer outro smartwatch, ainda é caro pelo que oferece. Se você é fissurado por notificações ou está um busca de um bom acessório para a prática esportiva, vale a pena considerar a compra. Caso contrário, talvez seja melhor esperar uma próxima geração do aparelho.

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