Succession e mais séries que terminaram em seu auge

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Imagem: HBO

Uma das grandes atrações das séries em exibição é a temporada final de Succession, espécie de drama cômico de uma família de bilionários, donos de um conglomerado de mídia, que precisam lidar com a necessidade de escolher o sucessor do império (daí o nome). Aclamada pelo público e pela crítica, a série da HBO está chegando ao fim depois de quatro mínguas temporadas – o que, na maior parte das vezes, é uma exceção nos casos de grandes hits.

A verdade é que estamos acostumados a longas extensões das tramas que triunfam dentro de seus nichos - às vezes, até estragando o que um dia foi bom. Então, é até interessante quando podemos assistir ao fim de uma história já sentindo a saudade do que vai acabar. Soma-se a isso o fato de termos a oportunidade de acompanhar ao encerramento de uma série após o comunicado sobre o seu final, tendo a experiência agridoce da “crônica de uma morte anunciada”.

Os últimos passos de Succession

(Fonte: HBO)(Fonte: HBO)Fonte:  HBO 

Com grandes reviravoltas, a quarta temporada de Succession tem agradado os fãs. Atenção: a partir deste trecho, trago alguns spoilers sobre o que já aconteceu até aqui – por isso, sugiro pular para o próximo tópico caso não tenha assistido e prefira não saber nada.

Spoilers a partir daqui: A grande sacada até o momento foi ter trazido o clímax da temporada logo ao início dela. No episódio três, “O Casamento de Connor”, ocorre por fim o acontecimento central de toda a série, que é a morte do patriarca, Logan Roy (Brian Cox) cuja saúde frágil é o centro de tudo que transcorre desde então – já no primeiro episódio da série, ele tem um problema sério, o que leva para todo o resto da série o tema complicado de sua substituição nos negócios.

É claro que a qualidade de Succession diz respeito ao fato de que tudo vai muito além do business, pois os dramas envolvendo a família Roy são profundamente pessoais. Eles passam pelas mágoas e rancores dos filhos, Kendall (Jeremy Strong), Shiv (Sarah Snook), Roman (Kendall Culkin) e Connor (Alan Ruck), que parecem amam e odiar o pai na mesma medida. Logan, por outro lado, é um pulha em quase todas as cenas, mas eventualmente colhemos uma gota de humanidade neste sujeito tão execrável.

Ainda assim, Succession entra no cânone das grandes séries televisivas por conta da maneira com esta trama (que poderia ser reduzida, nas mãos de roteiristas ruins, em poucas linhas) vai se desenrolando. E isso acontece de uma maneira bastante original, sem que se menospreze o espectador. Pelo contrário: os episódios são, muitas vezes, desafiadores. Só consegue fruir de verdade a série da HBO aquele que se entrega a novas possibilidades narrativas.

Um exemplo: um dos recursos mais usados em Succession é o de surpreender o espectador, muitas vezes, com um texto contundente e preciso que o pega de susto, ou o provoca a readequar uma situação ou um personagem em sua mente. Na quarta temporada, o episódio dois (do ensaio para o casamento de Connor) é excessivamente modorrento e parece até repetitivo. Até que, nos minutos finais, há uma espécie de virada no personagem de Connor, quando ele profere uma fala absolutamente comovente que nos faz ressignificá-lo em relação ao que sentimos a seu respeito ao longo de todas as primeiras temporadas.

Isso tudo é resultado de uma série de grande qualidade, que soube se estabelecer, se reinventar, e agora vai encerrar ainda estando no auge. (Fim dos spoilers)

Outras séries que terminaram bem

(Fonte: AMC)(Fonte: AMC)Fonte:  AMC 

Como já disse, em boa parte das vezes, terminar “por cima” é uma atitude corajosa. Afinal, não é fácil (para os estúdios, para os produtores, para os atores e atrizes) decidir encerrar algo que está gerando muito dinheiro. Mas eventualmente, isto acontece – e pode ser até a melhor decisão possível, mesmo em termos financeiros.

Breaking Bad

Um caso que pode ser citado aqui é o de Breaking Bad, a comédia dramática da AMC sobre um professor de química (Bryan Cranston) que passa a produzir metanfetamina de alta qualidade, com a ajuda de um aluno (Aaron Paul), para pagar seu tratamento de câncer.

Produzida entre 2008 e 2013, ela durou cinco temporadas e gerou uma espécie de “culto”, em que a imagem central da trama (os dois sujeitos vestidos com macacões amarelos enquanto produzem uma substância azul fosforescente) continua extremamente forte até hoje. O sucesso foi tanto que, mesmo com o fim da série, os personagens seguem ecoando, e fo possível dar luz a um spin-off de grande qualidade: Better Call Saul, que gira em torno do advogado do protagonista, Saul Goodman, mas também recupera outros personagens de Breaking Bad.

The Sopranos

Outra série da HBO, The Sopranos, também pode entrar aqui na lista das que terminaram bem – talvez não exatamente no auge, mas sem amargar a perda de sua reputação. Com 6 temporadas (a última dividida em duas partes), a série sobre as relações difíceis de uma família de mafiosos italianos em Nova Jersey percorreu um caminho que a tornou um cult imbatível. Para completar, o episódio final encerrou a trama de forma enigmática, suscitando muitas teorias – sem dúvida, uma característica de uma boa série.

A morte precoce do ator James Gandolfini, que vivia o protagonista, Tony Soprano, talvez tenha desencorajado que a HBO pensasse em sequências ou spin-offs. Contudo, a emissora produziu um filme, chamado The Many Saints of Newark, que apresenta aos fãs aquela que seria a gênese da famosa família criminosa.

Mad Men

Por fim, cito também Mad Men, que tem uma história um pouco diferente. Veiculada entre 2007 e 2015, a série da AMC foi mais longa, durando 7 temporadas, período em que encarou altos e baixos. Ela centralizava sua trama em uma agência de publicidade nos anos 1960, com ênfase sobretudo nos dramas do protagonista, o diretor de criação Don Draper (papel de Jon Hamm).

Mesmo com uma queda de qualidade, trata-se de uma série que soube se reinventar e que encerrou em um episódio icônico, até hoje muito debatido, no qual fica em aberto se Don Draper (cuja genialidade também se dá por conta de uma personalidade repleta de problemas e traumas) encontrou ou não sua redenção.

Ao encerrar por cima, séries como Mad Men, Sopranos e agora Succession parecem consolidar um lugar cativo – e eterno – no coração de seus muitos fãs de da crítica especializada. E isso, às vezes, é até mais valioso que dinheiro.

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