Até o Último Homem: Mel Gibson encontra redenção em Hollywood com novo filme (crítica)

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Na última década, Mel Gibson havia se tornado umapersona non grata em Hollywood, após disparar discursos antissemitas e apresentar comportamentos violentos em decorrência do abuso de álcool e drogas.

A imagem do astro ficou tão prejudicada pelos seus atos que muitos duvidaram que ele pudesse dar a volta por cima. Nos dias que antecederam as nomeações ao Oscar 2017, uma das grandes perguntas que rondavam a premiação era se a Academia iria indicar Gibson pelo seu excepcional trabalho na direção deHacksaw Ridge (Até o Último Homem, no Brasil).

A indicação veio, sinalizando que Gibson voltou a ser querido pela indústria e pelos seus colegas. Em um meio tão vaidoso e de egos tão inflados como Hollywood, a nomeação de Gibson ao Oscar é um grande feito.

Mel Gibson em foto do set de Até o Último Homem. Fonte da imagem: Reprodução/IMDb

Em Até o Último Homem, o cineasta conta a história (real e inacreditável) do jovem americano que se tornou o primeiro objetor de consciência a ganhar a Medalha de Honra pelo seu serviço na Segunda Guerra Mundial.

Desmond Doss foi um soldado que se recusava a pegar em armas e entrou no Exército para trabalhar apenas como socorrista no front – o que despertou, é claro, a irritação de seus superiores e virou motivo de chacota pelos seus parceiros.

O papel de Doss ficou a cargo do ator Andrew Garfield, que já havia demonstrado profundidade dramática em obras como Não Me Abandone Jamais e A Rede Social, apesar de ser mais conhecido como o Peter Parker dos dois filmes O Espetacular Homem-Aranha.

Parte drama, parte filme de guerra

Assim como o socorrista que interpreta, Garfield carrega o peso do filme em suas costas. O ator está também indicado ao Oscar pelo seu desempenho na obra, mas talvez ainda não seja a hora de uma vitória.

Isso porque Até o Último Homem consegue ser um magnífico filme de guerra – com cenas eletrizantes de batalha –, mas deixa a desejar como obra dramática. O longa está claramente dividido em duas partes, com uma primeira hora um pouco esquemática e um tanto clichê apresentando a história e os ideais de seu personagem.

Por vezes, essa introdução pode soar um pouco forçada e não consegue evitar alguns clichês de histórias de guerra. É possível entender a hora inicial como um mal necessário e inevitável – mas é inegável que seja também a fração mais fraca do longa-metragem.

É na segunda metade do filme, na Serra Hacksaw, que a produção realmente alcança o seu potencial. Após subir o penhasco para enfrentar os japoneses, Gibson coloca em prática todo seu conhecimento técnico para produzir uma hora intensa de guerra.

Fonte da imagem: Divulgação/Summit Entertainment

O diretor abusa da violência (como emA Paixão de Cristo), mas a todo o momento parece criticar o horror da guerra – especialmente pelo contratempo representado pelo seu protagonista, Desmond Doss, desarmando em meio aquele caos.

Ao assistir à insanidade do campo de batalha e à coragem do soldado salvando seus colegas feridos, compreendemos porque era tão importante conhecer a história de sua família e de onde ele vinha – e quase conseguimos perdoar o filme pela sua hora inicial.

Quem consegue o perdão com Hacksaw Ridge (a Serra e o filme), é mesmo o diretor Mel Gibson, que, com garra e talento, volta a ser um nome influente em Hollywood.

https://youtu.be/gSBAzgT7Z6I

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