The Good Doctor: como a versão norte-americana se compara à sul-coreana

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A série de televisão The Good Doctor, produzida pela ABC, vem fazendo bastante sucesso e gerando muitos comentários positivos. O que nem todos sabem é que a série desenvolvida por David Shore (criador de House, M.D.) e Daniel Dae Kim (ator de Lost) foi baseada na série sul-coreana Good Doctor, e por isso a adição do “The” antes do nome na série, exibida pela KBS em 2013.

Apesar de possuir a mesma premissa e algumas similaridades, as séries também divergem em alguns aspectos, e é disso que vamos falar agora. Se você tem interesse em assistir a alguma das duas versões, fique avisado que haverá spoilers.

Ambas as séries narram a história de um médico autista portador da Síndrome de Savant, Freddie Highmore na versão da ABC e Joo Won na versão da KBS, e os desafios que enfrenta para ser aceito como médico no mercado de trabalho. As dificuldades são muitas, já que os colegas e superiores consideram tanto o autismo quanto a Síndrome de Savant como limitantes ao exercício competente do profissão por seu portador.

A Síndrome de Savant é um distúrbio psíquico no qual a pessoa, ao mesmo tempo que possui grande habilidade intelectual e memória extraordinária, tem déficit de inteligência. Essa síndrome é comum em cerca de 1 em cada 10 autistas e 1 em cada 2 mil pessoas com danos cerebrais.

A primeira diferença que vemos entre as séries (bem óbvia) é a nacionalidade dos personagens, entretanto elas continuam bastante fiéis ao original. Ambos os atores que interpretam o protagonista (ShiOn e Shawn, na série coreana e na norte-americana, respectivamente) são extremamente talentosos e dão um show.

O episódio piloto da série da ABC já começa de maneira praticamente idêntica ao que o inspirou, com Shaun se arrumando para ir ao hospital e relembrando alguns dos momentos traumáticos de sua infância. Em ambas as séries, o jovem médico está indo a uma reunião com a equipe de um grande hospital, para talvez conseguir uma vaga como médico residente.

Cerca de metade do primeiro episódio ficou basicamente fiel à série sul-coreana, entretanto parece que as coisas aconteceram de maneira um pouco mais rápida na série da ABC. Em ambas o médico autista ajuda a salvar a vida de uma criança ao prestar os primeiros socorros de forma excepcional, mas por isso se atrasa para a reunião na qual decidiriam sobre aceitá-lo ou não na equipe do hospital.

No fim, o episódio piloto mantém a contratação de Shaun por um período probatório, graças ao Dr. Glassman, presidente do hospital e espécie de mentor do protagonista, ter colocado o seu cargo em jogo. O discurso que o jovem médico dá diante do Conselho do hospital para justificar sua motivação em ser um cirurgião foi mantido bem fiel ao original — um ponto positivo, já que é algo importante na caracterização do personagem.

Os flashbacks também tiveram um conteúdo bem similar: Shaun apanhando de outras crianças, seu irmão o protegendo, o pai violento causando a morte de seu coelho, o presente que ganhou de seu irmão, bem como a sua morte.

As lembranças também tratam do momento em que ele conheceu o Dr. Glassman, que se tornou uma pessoa importante em sua vida, o ajudando a seguir a carreira de medicina. A diferença maior nesses eventos é a idade do protagonista: na versão sul-coreana, ele tem apenas 7 anos, e seu irmão é mais velho; já na versão norte-americana, ele tem 14 anos e um irmão mais novo.

Houve algumas mudanças no piloto de The Good Doctor que começaram a dar abertura para maiores variações no decorrer da série, como o romance de Claire e Kalu e o fato de a equipe trabalhar no hospital na área geral, e não apenas pediátrica, como na versão sul-coreana.

Outra alteração é que já no primeiro episódio a equipe médica principal parece dar mais crédito a Shaun, ouvindo melhor suas opiniões e o deixando observar a cirurgia antes mesmo de ele fazer parte da equipe do hospital. Inclusive, já no fim do episódio ele aparece em uma cirurgia auxiliando a equipe.

A partir do segundo episódio, a série norte-americana começa a se distanciar mais de sua equivalente sul-coreana. Pacientes e problemas diferentes, outra maneira de tratar o protagonista e um enfoque na relação de Claire e Kalu. A relação entre Claire e Shaun também não se iguala à de Yoon Seo e Shi On, o que já deixa clara a intenção de mudança de rumo quanto à parte do roteiro referente aos dois.

Já no terceiro episódio, somos apresentados a Lea, vizinha de Shaun que se tornará seu interesse amoroso. Na série da KBS, Yoon Seo, a equivalente à Claire da série norte-americana, é a vizinha de Shi On e a pessoa com quem ele acaba se envolvendo. Nada impede que na série da ABC eventualmente role algo entre Claire e Shaun.

Outra diferença está na atmosfera, digamos. Ambas as versões são dramas, mas a sul-coreana parece mais leve, ainda mais com as cenas de humor da ala de pediatria. Já a norte-americana demonstra ser mais intensa, talvez até pelo fato de o ritmo ser mais acelerado. Essa diferença não atrapalha em nada a série, mas demonstra a diferença de estilo decorrente das culturas, inclusive em suas produções audiovisuais.

Como The Good Doctor não finalizou sua primeira temporada e pode ter uma próxima, talvez ainda surjam mais diferenças. E a vantagem disso é poder assistir a ambas as séries e se surpreender com os eventos de cada uma, sem sofrer com spoilers, já que elas são ótimas e emocionantes. Vale ressaltar que esse desvio da história foi planejado por David Shore desde o início.

E aí, você já assistiu a uma ou às duas versões da série? Deixe suas opiniões na seção de comentários.

Esse texto foi escrito por Rina de Ávila via N-experts.

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