The End of the F***ing World é uma aventura inconsequente com ótimo humor negro

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A Netflix abriu este ano apresentando sua nova minissérie The End of the F***ing World, baseada na Graphic Novel de Charles Forsman que apresenta dois jovens com problemas para se enquadrar na sociedade que aceitam uma aventura em conjunto para fugir da vida real. Entretanto, a decisão inconsequente dos adolescentes começa a colocá-los em problemas que estão fora do controle deles.

A adaptação da HQ consegue ser resumida em oito episódios com média de 20 minutos, o que a torna uma das melhores opções atuais de maratona, já que ela consegue ser finalizada rapidamente e ainda tem um ritmo prazeroso. Além do tempo enxuto dos capítulos, a narrativa é muito dinâmica, já que o espectador conhece bastante das características dos personagens principais logo que eles são apresentados, e depois mais informações são dadas sem perder o compasso da trama.

Essa efetividade na narrativa não é um elemento único do roteiro, que é muito bem construído para dar velocidade à história. O elemento técnico que mais se destaca é a edição, repleta de cortes rápidos para detalhar os pensamentos dos personagens para situações atuais ou do passado, conseguindo criar contexto para as motivações dos protagonistas e piadas pontuais.

O mérito do diretor Jonathan Entwistle também fica na forma como ele dirige os dois atores principais. Alex Lawther, mais conhecido pelo episódio “Shut Up and Dance” de Black Mirror, dá vida a James, um jovem antissocial que sofreu um trauma no passado e começa a acreditar que é um psicopata. Ele é reservado e guarda pra si vários pensamentos que sugerem uma sociopatia. O intérprete consegue fazer essas características na sua postura e conforme demonstra sua indiferença pela fala — algo que você vê mudar conforme ele evolui no decorrer da trama.

Jessica Barden, de Penny Dreadful e The Lobster, faz a coprotagonista Alyssa, uma jovem que sofre desde a infância pela ausência do pai e não consegue suportar a vida que leva com sua família, principalmente por causa de seu padrasto, que apresenta sinais evidentes de abusador. Ela é impulsiva, boca-suja e rebelde, mesmo que no fundo seja a mais sentimental da dupla. A atriz encaixa-se perfeitamente na função que precisa exercer, tornando a personagem cativante até mesmo quando ela toma as decisões mais questionáveis.

Mesmo que ambos sejam desajustados no padrão da sociedade, eles não são nada parecidos — algo que fica evidente nos primeiros capítulos, quando descobrimos que os objetivos de um são totalmente opostos aos do outro. Ela acha repulsivo o sofrimento de animais, fala quase o tempo inteiro e age rapidamente em busca do que deseja. Ele caçava animais quando criança, não demonstra emoção, é quieto e às vezes nem reage às situações desagradáveis. Essas diferenças entre eles se mostram um alicerce excelente para quem eles são no início da trama e o tanto que se modificam até o desfecho.

The End of the F***ing World é uma grata surpresa por conseguir transformar uma história extremamente simples em algo tão divertido e prazeroso. Mesmo a temporada não sendo concluída de uma forma tão clara para um gancho de segundo ano, seria interessante ver as consequências da aventura inconsequente realizada por James e Alyssa. Caso isso não ocorra, a jornada rebelde dos dois adolescentes é uma das melhores opções de maratona, ainda mais se o espectador apreciar piadas de humor negro e o típico sarcasmo britânico.

Este texto foi escrito por Gustavo Rodrigues via n-Experts.

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