Dias antes de sua queda, Harvey Weinstein tentou se livrar de provas

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Poucos dias antes de ser exposto pelos jornaisNew Yorker e The New York Times, Harvey Weinstein supostamente gastou seu tempo tentando se livrar de informações que pudessem incriminá-lo. De acordo com uma publicação recente da Vanity Fair, fontes afirmam que o produtor cinematográfico limpou os dados de comunicação online de seus ex-empregados, deletou documentos e tentou caçar a pessoa que vazou as informações para a imprensa. Weinstein escolheu contratar agentes de inteligência para identificar seus acusadores, em vez de contratar uma equipe jurídica de alta potência para abafar o caso — uma estratégia que já havia funcionado antes.

Enquanto esperava a publicação dos artigos, Harvey Weinstein consultou diversos especialistas jurídicos e em comunicação de crise. Segundo uma das fontes, Harvey Weinstein oscilava entre raiva e otimismo, já que acreditava que poderia se esquivar das acusações ou, no mínimo, conter a repercussão do caso. Um executivo da The Weinstein Company (TWC) chegou a ressaltar que “Harvey estava preocupado com quem o denunciou, e não com o que ele fez”.

Para Nicole Quenqua, chefe de publicidade da TWC, Weinstein afirmou: “Eu não fiz nada de errado. Quer dizer, eu posso ter feito algumas coisas imorais, mas nada ilegal”. Quenqua contou à Vanity Fair que não estava preparada para a gravidade das acusações e que se negou a levar sua equipe para ajudar a gerenciar a crise.

Frank Gil, vice-presidente de Recursos Humanos da TWC, é apontado como provável responsável pelo desaparecimento de alguns documentos. Entre eles, estava um arquivo que pertenceu a Sandeep Rehal, ex-assistente de Weinstein, que recentemente processou a empresa por discriminação, e todo o material coletado entre 2016 e 2017.

Fontes que falaram com a Vanity Fair também confirmam que, supostamente, Gil havia oferecido fornecer provas de que o presidente da TWC e o irmão de Weinstein teriam divulgado detalhes prejudiciais para a imprensa em troca de um pagamento de sete dígitos. Tal alegação foi descartada pelos acusados, mas Weinstein teria prometido dobrar o salário de Gil se ele compartilhasse informações para o advogado do produtor. Gil renunciou ao cargo após ser suspenso pela TWC por terem descoberto que ele buscou compensação de Weinstein em troca de informações privadas sobre executivos da empresa. Weinstein foi demitido no dia seguinte.

Harvey Weinstein foi acusado de assédio sexual e estupro por diversas mulheres, em um histórico de abusos que ocorreu durante três décadas. As denúncias contra o produtor deram início ao movimento #MeToo, pelo qual mulheres do mundo inteiro compartilharam suas histórias de assédio.

Este texto foi escrito por Juliana de Carvalho via n-Experts.

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