Evangeline Lilly revela ter sido intencionalmente machucada em Lost

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Durante um painel de discussão sobre mulheres na indústria de dublês que aconteceu na FOX no dia 16 de maio, Evangeline Lilly contou detalhes sobre um acidente que a deixou com os antebraços esfolados durante as gravações de Lost. A atriz — que será vista em breve como a Vespa em Homem-Formiga e a Vespa,da Marvel — acredita ter sido punida por um coordenador de dublês por ter escolhido fazer a cena ela mesma e não usar uma substituta.

A cena exigia que ela rolasse por um galho de uma árvore e se pendurasse no alto. As medidas de segurança para que Evangeline Lilly não caísse foram tomadas, mas a atriz contou que o coordenador negou seu pedido para usar um tecido leve que evita ferimentos nos braços, alegando que os espectadores poderiam ver. Lilly tinha certeza que o tecido não apareceria na tela, mas gravou a cena com os braços desprotegidos várias e várias vezes. Ao fim dos takes, era aplicado um curativo líquido nos ferimentos, o que causava muita dor, e a atriz logo tinha que correr para a árvore para repetir o processo.

“Eu senti que ele estava dizendo que ia me colocar no meu lugar por me impor contra ele. Minha escolha seria ceder ao seu poder ou me machucar. Eu era bem mais nova na época, agora provavelmente recuaria”, afirmou. Lilly contou que ficou com feridas abertas e cheias de pus: “Eu parecia uma mutante. Minha mãe disse: ‘você nunca mais vai poder usar um vestido de gala!’”

No painel junto com Evangeline Lilly estavam as dublês Deven MacNair, Janeshia Adams-Ginyard, Sharon Shaffer e Ingrid Kleinig, dublê da atriz em Homem-Formiga e a Vespa. As quatro participaram de alguns dos maiores filmes de ação dos últimos tempos e, juntas, somam mais de 75 anos de experiência como dublês. Mesmo que raramente sejam intencionais, ferimentos acabam ocorrendo como parte do trabalho, mas a reclamação mais frequente entre dublês femininas é quanto à discriminação e à falta de oportunidades.

MacNair afirmou que seu trabalho mais arriscado até então é protestar abertamente contra wigging, uma prática antiga em que dublês masculinos usam perucas (“wigs”, em inglês) e roupas femininas para representar as atrizes em cenas arriscadas. “(Wigging) rouba nossa pensão e saúde e rouba de nós a experiência de que precisamos para conseguir o próximo trabalho”, disse, em seguida apontando para a plateia em direção à dublê veterana Julie Johnson, que vem lutando contra a prática desde os anos 70.

A dublê já entrou com uma reclamação na EEOC (Equal Employment Opportunity Commission) [Comissão de Oportunidades Iguais de Emprego] e foi ao painel acompanhada de Brenda Feigen, sua advogada, que está tentando chamar mais dublês femininas para apresentar uma ação coletiva.

“É nosso direito fazer um trabalho que foi criado para nós. Não há desculpas e é errado. Toda vez que você perde um trabalho, você não tem a oportunidade de crescer para se tornar a mulher que foi destinada a ser”, acrescentou Sharon Shaffer.

O painel foi moderado pela diretora Alethea Jones, que se mostrou surpresa ao descobrir que muitas dublês sentem medo de entrar em uma “lista negra” por se posicionarem sobre discriminações. Shaffer, por exemplo, revelou que já foi banida várias vezes por falar abertamente sobre o problema de usar dublês brancos com maquiagem escura para substituir atores negros em cena. “É o retorno do blackface. O dono de direito do trabalho não o consegue ou nem mesmo recebe uma ligação”, afirmou.

Adams-Ginyard, que foi dublê em Pantera Negra, disse que os atores pintados são claramente visíveis para todos no set, mas ninguém fala nada: “É aí que está o problema. Muitas pessoas não querem começar ondas, mas quando você fica em silêncio acaba gerando lucro para os culpados. Nós temos que ser líderes, e não seguidores. Vamos falar sobre a mudança que precisa acontecer”.

Este texto foi escrito por Juliana de Carvalho via nexperts.

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