Próxima Parada: Apocalipse – o fim do mundo nunca foi tão chato (crítica)

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Há quase 40 anos, o cineasta australiano George Miller lançava seu primeiro Mad Max e já especulava como seria a humanidade desprovida de um de seus principais recursos energéticos; uma alusão à crise petrolífera da década de 1970 não poderia ser mais óbvia nesse caso. Diante das telas, espectadores assistiram a uma história que, apesar de conter um orçamento bem mais modesto em relação ao do oscarizado filme de 2015, mostrava a crescente insanidade dos homens nos dois lados da Lei, onde rodovias se tornavam pistas de combate em colaboração com a hostilidade do mundo.

Produção original da Netflix, Próxima Parada: Apocalipse tenta seguir nesses mesmos passos ao demonstrar a loucura que se abate sobre a humanidade ao menor sinal da falta daquilo que lhe parece essencial.

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Escrito pelo estreante Brooks McLaren e com direção do irregular David M. Rosenthal (Janie Jones: Uma História de Amor), o filme narra a jornada de Will (Theo James, da cinessérie Divergente) e de seu sogro, um ex-militar vivido por Forest Whitaker (Rogue One; A Chegada), em uma cruzada de Chicago até Seattle para resgatar sua noiva grávida (Kat Graham) após o que se pode presumir como uma colossal tempestade elétrica que privou o país inteiro de se comunicar, afetando todos os meios possíveis, enquanto outros falam sobre um experimento nuclear na Costa Oeste.

Nessa longa viagem de carro, ambos acabam trabalhando na superação das típicas diferenças familiares, reveem conhecidos, fazem amizade com a mecânica Ricki (Grace Dove) e somam inimigos na estrada, que atiram antes de pedir um de seus já valiosos galões de gasolina.

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Se a premissa até que instiga a curiosidade pelo filme – ainda mais que distopias têm esse magnetismo atemporal de prender a atenção do público tão ansioso para saber como seria viver em um futuro desagradável –, o que se vê em intermináveis 100 minutos é uma aborrecível jornada de estrada passível de quase todos os clichês existentes no gênero a ponto de surgir com uma gratuidade absurda.

Fenômenos catastróficos se intensificam entre cada diálogo trocado entre os passageiros do Cadillac prata, personagens secundários são inseridos sem provar uma relevante função narrativa ou têm desfechos previsíveis e, nessa dislexia de incidentes, cresce a sensação de tempo perdido em ver algo que nunca empolga o suficiente.

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Com todo o elenco fazendo o impossível para não parecer entediado em cena, Theo James agarra a oportunidade de protagonizar a história e não compromete em nada nas breves cenas de ação, que tem Forest Whitaker ao seu lado e empolgado sempre que surge portando uma pistola e esvaziando o pente de balas – ainda mais depois de conversas familiares insuportáveis.

Entretanto, quem espera um filme repleto de longas sequências com qualquer desafio natural – que só mesmo os filmes mais recentes com The Rock conseguem proporcionar um mínimo de diversão para os espectadores – precisa se contentar apenas com uma variedade de imagens fumacentas que parece até coisa de portfólio de algum aspirante do ramo de efeitos visuais.

Talvez admirável apenas pelo seu bom trabalho fotográfico (que registra quadros caprichados em diversos períodos do dia na estrada), How It Ends (título original) perde a sua grande chance de confabular sobre a dependência absurda das telecomunicações na contemporaneidade e entrega uma desventura que falha até mesmo em seu quesito emocional. Talvez um dos piores lançamentos da Netflix em 2018, fica a pergunta não de como, masquando a produtora irá se atentar para a qualidade narrativa do que fornece aos seus usuários globalizados.

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Este texto foi escrito por Thiago Cardoso via nexperts.

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