Cafarnaum: filme estrangeiro indicado ao Oscar é de arrebentar a alma (crítica)

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Cafarnaum, produção que representa o Líbano no Oscar 2019 na categoria “Melhor Filme Estrangeiro”, é uma das obras mais impactantes deste ano, tratando questões sociais contemporâneas com seriedade e realismo.

O longa conta a história de Zain, um garoto de apenas 12 anos de idade que carrega uma série de responsabilidades adultas nas costas: é ele quem cuida de seus irmãos no cortiço em que vive com os pais, enquanto eles estão sempre ausentes devido ao trabalho.

A trama começa apresentando a relação entre Zain e sua irmã mais nova, de 11 anos, estabelecendo o menino como um protetor da jovem, especialmente quando ela tem sua primeira menstruação.

Ciente das práticas locais, o garoto tenta ajudar a irmã a esconder os sinais de menstruação, mas seus pais forçam a menina a se casar com um homem mais velho. Zain decide fugir de casa e passa a viver nas ruas junto a refugiados e outras crianças que, diferentemente dele, não chegaram lá por conta própria.

A jornada do pequeno Zain, revoltado com sua família e com as condições em que vive, leva os espectadores a uma brutal reflexão sobre a pobreza, a vida de refugiados e a dificuldade de romper padrões culturais de comportamento – que geram muito sofrimento a tantas pessoas ao redor do mundo.

O filme explode nas telas pela interpretação extraordinária de Zain Al Rafeea no papel principal (sim, o personagem tem o mesmo nome do ator), enquanto a diretora Nadine Labaki dá dimensão à crise humanitária de sua cidade natal, Beirute. O resultado é de arrebentar a alma e deixar marcas como as melhores obras de arte são capazes de fazer.

https://youtu.be/EiXc0ei7xE8

O Oscar 2019 será realizado no dia 24 de fevereiro, com transmissão no Brasil pelo canal TNT.

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