Como o Coronavírus está impactando a indústria cinematográfica na China

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A China tem se firmado cada vez mais como um grande mercado para o cinema mundial nos últimos anos, tendo movimentado US $ 9,2 bilhões em 2019. Um número muito próximo aos valores alcançados pelo maior mercado do segmento, os Estados Unidos, que em 2019 teve uma arrecadação de US $ 11,4 bilhões.

Juntos, os dois países são responsáveis por praticamente metade de toda a bilheteria mundial, que movimentou um total de US $ 42,5 bilhões no ano passado ao redor do mundo.

No entanto, o cenário de surto causado pelo novo coronavírus, que já matou mais de 100 pessoas no país asiático, pode impactar negativamente na arrecadação em 2020, pois as quase 70 mil salas de cinemas da China foram fechadas pelo governo.

(Fonte: Anthony Kwan/Getty Images/Reprodução)

A crescente preocupação com o surto do coronavírus vai além do campo da saúde. Conforme os novos números de infecções vão sendo divulgados, aumenta a conscientização de que a epidemia irá causar também danos na economia, não só chinesa, mas global.

Além dos cinemas, o governo chinês vem parando outros setores do entretenimento, como o teatro, a produção de televisão, parques temáticos e e-sports. A estimativa é que a receita global da indústria cinematográfica sofra uma queda entre U$ 1 bilhão e U$ 2 bilhões em 2020 – considerando o cenário atual da epidemia.

Por enquanto, a epidemia de conoravírus tem impactado, em sua maior parte, as empresas chinesas. No entanto, a gigante IMAX, que possui mais de 680 salas no território chinês teve uma queda de 17,5% — em comparação com os 12 dias anteriores — em 28 de janeiro, em suas ações na bolsa de valores de Hong Kong.

Em reportagem do site The Hollywood Reporter, o analista econômico Eric Handler comentou sobre o assunto. “O primeiro trimestre está totalmente destruído. No primeiro trimestre do ano passado, metade de toda a receita veio da semana do Ano Novo Chinês”.

O Ano Novo também marca o início do Festival da Primeira na China, que é o início de um feriado de uma semana no país. Segundo os especialistas, ir ao cinema é um dos passatempos favoritos da população nesse período. Em fevereiro de 2019, a China arrecadou US $ 1,6 bilhão em bilheterias.

Em 20 de janeiro, as autoridades de saúde do país fizeram um alerta para que a população evitasse se reunir em lugares com muitas pessoas. Visando o impacto que o alerta teria nos cinemas, as grandes distribuidoras adiaram indefinidamente o lançamento de seis dos maiores filmes do ano, que estavam previstos para estrearem em 25 de janeiro.

Os cinemas chineses ainda conseguiram ficar abertos no final de semana de 24 a 26 de janeiro, porém, arrecadaram somente US $ 2 milhões, bem abaixo dos US $ 507 milhões arrecadados no mesmo período de 2019.

Com o fechamento dos cinemas, a Huanxi Media decidiu lançar o filme Lost in Russia diretamente online, o que causou um desconforto com os cinemas, que tinham acordo para exibição do filme.

Situações como essa mostram que o impacto da epidemia pode ser mais que apenas o adiamento dos filmes. Segundo especialistas, se novos lançamentos acontecerem diretamente online, isso pode abalar a parceria entre as distribuidoras e os cinemas que exibem os filmes, que ficariam com o grande prejuízo por não contarem com os filmes para a exibição.

Dependendo de como a epidemia progredir, tanto no país asiático, quanto globalmente, as grandes empresas norte-americanas precisarão repensar suas estratégias de lançamentos futuros na China para minimizar o possível - e provável - prejuízo.

Texto escrito por Marcelo de Morais via Nexperts.

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