Snowpiercer: nova série da Netflix discute classes sociais (RECAP)
Retratando a desigualdade de classes por meio de uma distopia, Snowpiercer tem uma premissa interessante, mas um roteiro básico
Snowpiercer faz sua estreia ontem (17) na TNT (a série chega na Netflix apenas no dia 25 de maio) e é baseada no filme Expresso do Amanhã, lançado em 2013 e com direção de Bong Joon-ho, o mesmo de Parasita, filme que fez história na última edição do Oscar. A sinopse de ambas as produções é baseada na história em quadrinhos O Perfuraneve, lançado pela primeira vez em 1984.
A premissa se propõe a mostrar, de forma crítica, o sistema hierárquico de desigualdade social pela qual já passamos, mas inserida em um contexto pós-apocalíptico. Snowpiercer é também o nome do trem em que os sobreviventes de uma catástrofe mundial vivem e que é dividido de acordo com as classes sociais.
O ápice da trama é mostrar que muitos não estão satisfeitos com esse sistema e uma eclosão se mostra cada vez mais próxima. Será que a série consegue mostrar bem isso? Confira o recap!

Mais detalhes da estreia de Snowpiercer
Uma calamidade congelou quase o planeta inteiro quando um experimento deu errado. O objetivo era amenizar o impacto do aquecimento global, mas acabou sendo o motivo que causou a morte de uma imensa parte da população.
Por isso, os sobreviventes precisam viver no Snowpiercer como forma de se manterem protegidos da catástrofe. O trem é organizado de modo que alguns passageiros têm privilégios, enquanto outros, literalmente, apenas sobrevivem. Quanto mais frontal o vagão, mais tranquila é a vida do passageiro.
A diferença no modo de vida das pessoas que vivem no trem é mostrada através de dois personagens: Melanie Cavill, interpretada por Jennifer Connelly, é a elite, enquanto Andre Layton (Daveed Diggs) faz parte do grupo que vive em condições precárias. É ele quem se mostra descontente com a situação e vê na Revolução uma esperança de trazer equidade para todos.
Snowpiercer tem uma premissa incrível e o espaço de tempo suficiente para desenvolver os conflitos de classe de modo a gerar a reflexão esperada, mas, infelizmente, a série se perde nos próprios trilhos.
A série começa a focar muito na resolução de um crime e esse passa a ser o plano principal retratado em Snowpiercer, enquanto a questão reflexiva que visava problematizar a sociedade contemporânea acaba se tornando apenas um plano de fundo.
Esse primeiro contato com o público passa uma impressão totalmente diferente do que Snowpiercer realmente representa, como se os produtores buscassem uma forma inovadora de discutir a questão das classes sociais e usassem a premissa do trem e da catástrofe mundial apenas como ambientação de um roteiro menos ácido, digamos assim.
Infelizmente, a abordagem não deu muito certo e nós ficamos bem decepcionados com o potencial que a série possuía, mas que, definitivamente, não foi bem utilizado. Para salvar um pouco, a atuação dos protagonistas é bem interessante.
Porém, ainda resta uma temporada inteira pela frente para que possamos mudar de ideia e nos surpreender. Aguardemos!
Texto escrito por Flávio Motta Coutinho via Nexperts.
Fontes
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