Conheça o Autcraft, o servidor de Minecraft para ajudar crianças autistas

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Infelizmente, grande parte da nossa sociedade ainda não compreende nem respeita o que é o autismo. Isso se replica em todas as esferas, desde a escola até uma simples jogatina de Minecraft. Acredite se quiser, mas muitas crianças com TEA (Transtorno do Espectro Autista) sofrem preconceito ao jogar o game de bloquinhos.

Por conta disso, Stuart Duncan, um pai que cansou de ver o seu filho sofrer com esse tipo de coisa, criou um servidor dedicado para Minecraft que se chama Autcraft. O objetivo é que todos que entrem na sala tenham uma verificação prévia para que apenas crianças ou pessoas com autismo participem.

Em outras palavras, é uma forma de evitar que trolls entrem e prejudiquem quem apenas quer passar um tempo se divertindo. Atualmente, o servidor já tem mais de 8,2 mil membros que conseguem encontrar um espaço onde podem ser eles mesmos, sem preocupação de serem julgados ou sofrerem preconceito.

“O Autcraft dá às crianças com autismo e às famílias um espaço onde eles podem jogar o game que amam com pessoas iguais a eles. Eles podem se sentir seguros e confiantes em apenas serem eles mesmos. Não é fazer com que outras pessoas os aceitem, mas sim sobre eles se aceitarem”, explica Duncan.

Não é uma tarefa fácil, pois os trolls ainda aparecem

Apesar de ter uma curadoria séria e rígida, parte da comunidade gamer tóxica ainda tenta entrar no Autcraft e estragar a experiência de muitos. Por conta disso, preservar essa espécie de oásis para ajudar crianças e pessoas com o espectro autista que querem jogar Minecraft é um trabalho cansativo e que requer uma doação grande de tempo.

Em um relato, Duncan diz que pessoas que acabam burlando a seleção prévia são rapidamente retiradas do servidor, e que a agilidade e a atenção com esses casos é o que faz o Autcraft seguro. Trata-se de uma ação que requer esforço para que as crianças não sofram bullying em um ambiente de que tanto gostam.

Autcraft

“Essas pessoas que nunca fizeram amigos na vida agora estão criando laços com outras pessoas dentro do jogo, assim como os pais estão tendo mais facilidade em ajudar os seus filhos e se conectar a eles de uma forma que nunca imaginaram antes”, explica Duncan.

Minecraft e a tecnologia em geral são grandes aliados

Pode parecer trivial que um simples jogo ajude tanto no desenvolvimento de uma criança, mas essa não é a primeira vez que relatamos algo parecido por aqui. Durante a Comic-Con Experience do ano passado, tivemos a chance de ir a uma palestra com Keith Stuart, editor-chefe do The Guardian, e Marcos Mion sobre o assunto.

Crianças que têm o espectro autista podem ter problemas para se comunicar, criar laços ou até mesmo aprender, algo que pode mudar muito em um ambiente virtual que passe segurança a elas, como é o caso do Minecraft. Em outras palavras: é possível errar dentro do jogo sem que isso as assuste, de acordo com Stuart.

Pode parecer trivial, mas jogos como Minecraft e Pokémon GO ajudam muito pessoas com o espectro autista a se desenvolverem e se comunicarem

O Pokémon GO foi uma importante ferramenta lúdica para ajudar na comunicação com pessoas autistas, pois incentivou a exploração externa de uma maneira que não gere receios. Infelizmente, o trabalho incrível de Stuart Dunca com o Autcraft ainda é necessário, pois muitas pessoas não só não conseguem compreender as dificuldades que um autista pode passar, como também podem atrapalhar, como é o caso dos trolls que tentam se infiltrar no servidor.

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