Com o objetivo de agilizar a importação da China de insumos necessários para a produção de vacinas contra covid-19, o governo Jair Bolsonaro passará a adotar um tom mais cordial em relação à Huawei, uma das candidatas a fornecer equipamentos para as redes 5G no Brasil.
De acordo com matéria publicada pela Folha de S.Paulo nessa quinta-feira (21), o Palácio do Planalto dará uma trégua à gigante chinesa enquanto a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) define as regras do leilão do 5G, previsto para junho, que provavelmente não incluirá restrições à Huawei.
Também estão programadas visitas aos fornecedores interessados em participar do certame, feitas pelo ministro das Comunicações Fábio Faria, para decidir se há motivos para restrições, conforme o jornal. Ele irá à Coreia do Sul (sede da Samsung), Finlândia (Nokia) e Suécia (Ericsson), além da China, onde será recebido pela Huawei e a ZTE.
A empresa é uma das candidatas a fornecer a infraestrutura do 5G no Brasil.Fonte: Unsplash
A empresa se tornou um dos alvos da ala ideológica do governo em alinhamento com a posição do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, que a baniu do território americano e pressionou seus aliados a fazer o mesmo. O antigo mandatário dizia que os equipamentos chineses eram uma ameaça à soberania nacional, alegações não comprovadas até o momento.
Insumos para as vacinas de Oxford e CoronaVac
A entrega dos insumos vindos da China está atrasada, afetando o cronograma de produção dos imunizantes contra o novo coronavírus. Um dos motivos para a demora no envio dos produtos seria a relação conflituosa entre Brasília e Pequim.
Estes insumos serão destinados à produção da CoronaVac, fabricada no país pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac, e à vacina de Oxford/AstraZeneca, que tem a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) como a responsável no território nacional.
Os dois imunizantes são os únicos aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso emergencial até agora.
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